Manta alfredi
Reino
Filo
Família
Género
Espécies
Mobula alfredi
Vida útil
31 years

A Mobula alfredi, comumente conhecida como jamanta-de-recife, é uma espécie de jamanta que pertence à família Mobulidae. É reconhecida pela sua imponente envergadura e aparência majestosa, sendo uma das maiores espécies de jamantas do mundo. A sua coloração geralmente varia de tons escuros a tons mais claros, muitas vezes com padrões distintos que ajudam na identificação individual.

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Estas criaturas fascinantes são encontradas em águas tropicais e subtropicais em todo o mundo, preferindo ambientes costeiros e oceânicos. A jamanta-do-recife é conhecida pelas suas migrações sazonais e pode ser avistada em diferentes partes dos oceanos, desde recifes de coral até às águas abertas. A sua alimentação consiste principalmente em plâncton, que é filtrado através das grandes brânquias, localizadas na parte ventral e anterior do seu corpo.

Apesar da sua impressionante presença, a jamanta-de-recife é geralmente inofensiva para os seres humanos, sendo uma espécie dócil e curiosa. No entanto, enfrenta ameaças significativas devido à pesca, poluição marinha e degradação dos habitats. Como resultado, a conservação da Mobula alfredi tornou-se uma preocupação global, com esforços dedicados para a sua proteção e preservação, uma vez que esta espécie é vital para os ecossistemas marinhos.

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Origem do nome animal

A espécie Mobula alfredi, mais vulgarmente conhecida por jamanta-de-recife, foi mencionada pela primeira vez em 1868 pelo paleontologista Gerard Krefft. O nome desta espécie foi proposto em homenagem ao filho da Rainha Vitória de Inglaterra, Príncipe Alfred, que sofreu um atentado no mesmo ano. No entanto, não foi aceite. Posteriormente, em 2009, quando a redescrição da espécie foi feita pela Drª Andrea Marshall, o nome sugerido pelo pesquisador australiano foi aceite, mantendo assim o nome e a homenagem prestada pelo mesmo.

Distribuição

Geografia

A M. alfredi é uma espécie marinha encontrada em habitats costeiros, a poucos quilômetros da costa, em regiões com latitudes tropicais e subtropicais. Esta espécie é frequentemente avistada próxima a recifes de corais e a áreas rochosas em atóis e baías, onde acredita-se que haja altas concentrações de zooplâncton. Embora se saiba que tendem a evitar águas profundas ou áreas abertas, a faixa exata de profundidade em que podem ser encontradas permanece incerta.

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Em relação à distribuição geográfica da Mobula alfredi, esta espécie está amplamente distribuída pelas regiões tropicais e subtropicais do Oceano Índico e Pacífico Ocidental, incluindo as águas costeiras ao redor da Austrália, Japão, África do Sul, Tailândia, Havaí e Mar Vermelho. No Oceano Atlântico, os seus avistamentos são raros.

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Zonas climáticas

Hábitos e estilo de vida

Em relação à migração, as distâncias diárias de migração, desta espécie, podem atingir até 70 km e as migrações anuais podem atingir entre 270 a 500 km. A escolha do tamanho das áreas para habitar são influenciadas pelos hábitos de acasalamento ou pela produtividade presente nas diferentes áreas. As migrações parecem estar relacionadas com as mudanças da temperatura e com a produtividade do zooplâncton. Quando ocorrem ventos sazonais, a mudança das correntes oceânicas afeta a direção das jamantas-de-recife, fazendo com que estas nadem nas correntes ou encontrem menos dificuldades em navegar contra as mesmas.

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Geralmente, os indivíduos desta espécie migram para o sul durante verão e para o norte durante o inverno. Acredita-se que as jamantas da espécie Mobula alfredi utilizam os recifes de corais e ilhas como pontos de referência para se orientarem na sua área de vida e também para auxiliá-las na navegação durante a migração. Em outras palavras, esses elementos geográficos servem como guias naturais que as jamantas-de-recife utilizam para se deslocar e se localizar no seu ambiente, tanto nas suas áreas habituais quanto durante as suas viagens migratórias.

Reavistamentos das jamantas-de-recife, identificados através de padrões únicos das manchas ao redor das suas fendas branquiais, foram registados durante um período de trinta anos. Assim, estima-se que esta espécie possa viver pelo menos quarenta anos na natureza. Embora as taxas de mortalidade dos juvenis sejam elevadas, a mortalidade dos adultos é baixa. Isso acontece, provavelmente, devido ao seu grande tamanho e ao número reduzido de predadores.

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Estilo de vida
Comportamento sazonal

Dieta e nutrição

A M.alfredi é um ser vivo filtrador. Esta espécie tem uma dieta exclusiva de zooplâncton (pequenos organismos flutuantes na coluna de água). Durante a alimentação, as jamantas-de-recife estendem os seus chifres cefálicos e nadam de um modo mais calculado. A captura do zooplâncton é feita pelo processo de filtração através das fendas branquiais localizadas na parte inferior do corpo (zona ventral). As jamantas desta espécie seguem as mudanças nas marés, direcionando-se para os canais mais rasos dos recifes, onde existe uma maior concentração de zooplâncton.

Hábitos de acasalamento

Comportamento de acasalamento

Normalmente, as jamantas-de-recife demoram a atingir a sua maturidade sexual. A maturidade sexual é alcançada, aproximadamente, aos 8 anos para as fêmeas (400 cm a 490 cm de largura de disco) e aos 6 anos para os machos ( 300 cm de largura de disco). As Manta alfredi apresentam um sistema reprodutivo intrigante, caracterizado por um período de descanso entre as gestações, geralmente de um a dois anos, sendo que algumas fêmeas podem estender esse intervalo para até dois anos. Esta pausa entre os ciclos reprodutivos destaca-se como um comportamento notável, proporcionando às fêmeas a oportunidade de recuperar energia antes de se envolverem novamente no processo de reprodução.

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Durante o acasalamento, as fêmeas expressam sinais de receptividade aos machos, que seguem um complexo ritual de cortejo. Este processo é composto por cinco etapas distintas: perseguir, morder, copular, segurar pós-cópula e, por fim, separar. O cortejo pode-se estender por até duas horas, com os machos demonstrando a sua prontidão para acasalar, por meio de padrões de natação coordenados, velocidade aumentada e interações específicas. O ato de cópula em si é breve, demorando cerca de 15 a 35 segundos, durante os quais o macho morde a barbatana peitoral da fêmea e a vira de cabeça para baixo. As cicatrizes nas barbatanas peitorais sugerem um padrão de lateralização entre os raios, mostrando a preferencia dos machos pelas barbatanas peitorais esquerdas das fêmeas.

Após o acasalamento, os óvulos fertilizados desenvolvem-se no interior do oviduto da fêmea. No início, estes ficam no interior de um ovo e os embriões em desenvolvimento alimentam-se da gema. Após a eclosão do ovo, o filhote permanece no oviduto e recebe nutrição através de uma secreção leitosa. Por não ter ligação placentária com a mãe, a cria depende do bombeamento bucal para obter oxigênio. Normalmente, só se desenvolve um embrião, mas ocasionalmente, dois embriões podem desenvolver-se em simultâneo. O período de gestação é estimado entre 12 a 13 meses.

Quando totalmente desenvolvido, o filhote apresenta um disco com cerca 1,4 m e um peso de 9 kg, assemelhando-se a um adulto. A cria é expelida do oviduto, geralmente próximo à costa, e permanece em ambiente de águas rasas por alguns anos, durante o seu crescimento.

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População

Ameaças à população

Devido ao seu grande tamanho e à sua grande velocidade de natação, em caso de perigo, a Mobula alfredi tem muitos poucos predadores naturais. Apesar disso, esses predadores podem ser fatais para esta espécie. Apenas os grandes tubarões, como o tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier), o grande tubarão-martelo (Sphyrna mokarran) ou o tubarão-touro (Carcharhinus taurus), bem como a falsa orca (Pseudorca crassidens) e a orca (Orcinus orca) são conhecidos por matar e alimentarem-se das jamantas. A jamanta-de-recife pode escapar de um ataque, deixando-a sem uma parte da barbatana. Um facto curioso é que número relativamente grande de cicatrizes foram encontradas nos juvenis desta espécie. Isto sugere que estes individuos, na sua fase juvenil, sofrem ataques mais frequentes devido ao seu menor tamanho corporal.

Conservação

As jamantas-de-recife foram classificadas como vulneráveis pela Lista Vermelha da IUCN (International Union for Conservation of Nature). A maior ameaça destes animais é a pesca comercial, tanto intencionalmente como acidentalmente. A pesca causou uma diminuição de cerca de 30% da espécie. Para além desta ameaça, existe uma preocupação relacionada com a redução da disponibilidade de plâncton devido às alterações climáticas, provocando uma diminuição do seu número nas populações. Estas têm uma baixa taxa de reprodução, e portanto estes fatores levam à diminuição das suas áreas de reprodução e aglomeração.

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Contudo, já existem alguns países que estão a implementar regulamentações e a criar santuários marinhos para estes animais. No entanto, como as leis de proteção para as mantas são relativamente recentes em relação aos outros animais, e por não haver muita fiscalização em relação às mesmas, as populações dessas espécies continuam diminuindo sob essa ameaça. A divulgação científica tem o papel de reverter essa situação, ajudando as pessoas a terem noção que um animal desses é muito mais valioso vivo.

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Referências

1. Manta alfredi artigo na Wikipédia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Manta_alfredi
2. Manta alfredino site da Lista Vermelha da IUCN - https://www.iucnredlist.org/species/195459/214395983

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