Lírio, Írio
Seriola dumerili, vulgarmente conhecido como lírio (não confundir com as espécies Seriola rivoliana e Trichiurus lepturus, que consigo partilham este nome comum) ou írio, é uma espécie de peixe pelágico perciforme pertencente à família Carangidae.
Em diversas zonas do Mundo é hoje um peixe comercialmente importante e popular na pesca desportiva.
A primeira descrição científica da espécie é do naturalista francês Risso, tendo sido descrita no ano de 1810 como Caranx dumerili, na localidade de Nice, França. Na nomenclatura científica, o género corresponde ao nome italiano da espécie, com o restritivo específico a ser um patronímico taxonómico. O homenageado não foi oficialmente identificado mas será o herpetologista e ictiologista Francês André Marie Constant Duméril (1774–1860).
Dá ainda pelos seguintes nomes comuns: charuteiro e charuteiro-catarino.
Pl
PlanctonófagoPlanctonófago ou Planctívoros diz-se dos animais aquáticos que se alimentam de plâncton, ou seja, tem sua dieta baseada no plâncton, seja ele,...
An
Animais carnívorosTanto na linguagem vernácula, como nos diferentes ramos da zoologia chamam-se carnívoros, aos animais que se alimentam predominantemente de carne...
Ov
OvíparoEm biologia, os animais ovíparos são aqueles cujo embrião se desenvolve dentro de um ovo em ambiente externo sem ligação com o corpo da mãe.E...
Oc
OceanódromoG
Começa porÉ um predador que apresenta um corpo alongado, com uma linha lateral sem escudetes. A altura do início da segunda barbatana dorsal é idêntica ao comprimento da peitoral. Apresenta pedúnculo caudal com sulco superior e inferior. A sua coloração dorsal é amarela-esverdeada nos juvenis e azulada ou olivácea nos adultos, sendo prateada a branca na face ventral. Apresentam uma barra nucal escura que se estende do nariz até à primeira barbatana dorsal, podendo ficar mais definida quando o individuo está excitado ou a alimentar-se.
Geralmente apresentam um tamanho na ordem dos 100 cm, com o maior individuo registado a ter 190 cm. O peso dos adultos é geralmente 18 kg, podendo atingir 90.7 kg
Tem uma distribuição alargada em zonas tropicais e subtropicais (45°N–28°S) do Atlântico e Indo Pacifico. No Atlântico Oeste está presente desde a Nova Escócia, no Canadá, até ao Brasil. No Atlântico Este pode ocasionalmente ser observado nas ilhas Britânicas, sendo mais comum do Golfo da Biscaia até Marrocos, estando presente no Mar Mediterrâneo. Na costa Africana, a sua distribuição não é clara uma vez que observações passadas poderiam ter sido de Seriola carpenteri, uma espécie próxima. Está ainda presente na África do Sul, Golfo Pérsico, Austrália, Japão e Havai.
Em Portugal, é observável e há registos de capturas por pesca ao largo do continente, Madeira e Açores.
Os exemplares desta espécie são pelágicos e epibentónicos e podem ser encontrados em pequenos cardumes ou solitários. Na sua fase juvenil são muitas vezes associados a objetos flutuantes, como plantas (Sargassum) ou detritos. Na fase adulta são maioritariamente solitários e normalmente estão associados a montes submarinos, fundos rochosos ou a estruturas artificiais como plataformas petrolíferas, naufrágios ou boias.
Esta é uma espécie com uma elevada longevidade, sendo a idade máxima reportada de 15 anos, mas estima-se que se encontre entre os 10 e 17 anos. As fêmeas, normalmente, apresentam maior longevidade que os machos.
É uma espécie oportunista e a sua alimentação é variada e depende do seu tamanho. Até aos 20 cm, aproximadamente, alimentam-se maioritariamente de zooplâncton e nécton. A partir deste tamanho adquirem uma dieta principalmente piscívora e quando adultos alimentam-se de peixes pelágicos, cefalópodes e outros invertebrados.
É uma espécie gonocórica, ou seja, os dois sexos existem em separado, mas não existe dimorfismo sexual entre os dois. A diferenciação sexual ocorre entre os 24 e 26 cm de comprimento, o que corresponde entre 4 a 5 meses. Já a maturidade sexual é atingida por volta dos 3 anos (80 cm) para os machos e 4 anos (83cm) para as fêmeas. A época de reprodução ocorre em áreas junto à costa durante a primavera e verão e pode variar nos meses consoante o local de desova: no Mediterrâneo ocorre entre maio e julho, no Atlântico Oeste ocorre entre março e maio, no Atlântico Este de abril a setembro e no Pacífico de fevereiro a junho. As fêmeas possuem ovários síncronos e pelo menos dois grupos de oócitos em estados de desenvolvimento diferentes o que faz com que ocorram diversas posturas na mesma época de reprodução. A fecundidade é elevada, cada fêmea pode produzir entre 18 e 59 milhões de ovos, consoante o stock a que pertencem. No Atlântico, cada fêmea, produz entre 15 e 50 milhões de ovos, no Mediterrâneo entre 4 a 9 milhões e no Pacífico entre 1 a 4 milhões. Os ovos são pelágicos e apresentam cerca de 1.1 a 1.9mm de diâmetro e o desenvolvimento embrionário, a 23ºC, acontece em 40 horas e o desenvolvimento larvar entre 31 a 36 dias.