A cobra-real (Ophiophagus hannah) é uma espécie de serpente peçonhenta da família dos Elapídeos, autóctone da Ásia meridional e do sudeste asiático, que habita as planícies e florestas tropicais da Índia e da China, bem entre outras nações do sudeste asiático.
Está ameaçada pela destruição do seu habitat e encontra-se listada como vulnerável na Lista Vermelha da IUCN desde 2010. É a maior cobra peçonhenta conhecida. Cobras-reais adultas normalmente vão de 3 a 4 metros de comprimento, sendo que a maior já registrada chegou a medir 5,85 m.
Apesar de contar com o substantivo "cobra" no nome, esta espécie não pertence ao gênero Naja, mas é o único membro do gênero Ophiophagus. É carnívora e a sua dieta consiste basicamente em outros ofídios, venenosos ou não, mas não despreza lagartos, ovos e pequenos mamíferos. O nome científico Ophiophagus significa literalmente "comedora de serpentes".
A coloração da cobra-real varia do marrom ao preto com listras brancas ou amarelas, ou ainda verde-azeitona sem listras. O pescoço possui uma capa que se expande ao se sentir ameaçada.
As cobras jovens são pretas brilhantes com faixas amarelas estreitas (podem ser confundidos com um krait com faixas, mas facilmente identificados com seu capuz expansível). A cabeça de uma cobra adulta pode ser bastante compacta e volumosa na aparência, embora, como todas as cobras, possa expandir suas mandíbulas para engolir grandes presas. Sua dentição é proteroglífica, o que significa que tem duas presas curtas e não retráteis na frente da boca por onde canalizam o veneno para dentro da presa. A expectativa de vida de uma cobra-real é de cerca de 20 anos.
Trata-se de uma das espécies de serpente de que mais facilmente se diferenciam os sexos. As cobras-rei são sexualmente dimórficas em tamanho e em cor. Os machos atingem tamanhos maiores que as fêmeas, o que é uma característica incomum entre as cobras cujas fêmeas geralmente são maiores que os machos. Os machos têm cores mais claras à exceção da cauda, que em geral é preta em ambos os sexos.
Antes do acasalamento, casais de cobra-real executam uma espécie de dança nupcial, em que se enfrentam com as cabeças erguidas. Elas vivem aos pares, o que é incomum entre as cobras. No período reprodutivo, pode haver competição entre machos pelas fêmeas. No ato do acasalamento, o casal se entrelaça e assim permanece por um bom tempo.
Outra das suas características é que se trata da única serpente que realiza a postura de ovos dentro de uma espécie de ninho, que a mãe elabora arrastando ervas e pequenos ramos com a sua cauda. O ninho é dividido em dois compartimentos: o inferior abriga os ovos e o superior é ocupado pela mãe que os protegem de predadores. As duas partes são separados por folhas. São postos de 20 a 50 ovos. O calor produzido pela vegetação que compõem o ninho incuba os ovos. Pouco antes da eclosão dos ovos, a qual ocorre de 60 a 90 dias após sua postura, a mãe abandona a zona, supostamente para se subtrair à tentação de devorar as próprias crias.