Acinonyx jubatus

Acinonyx jubatus

Guepardo, Chita

Reino
Filo
Subfilo
Classe
Ordem
Subordem
Família
Género
Espécies
Acinonyx jubatus
Tamanho da população
6,674
Vida útil
10-20 years
Velocidade máxima
112
69
km/hmph
km/h mph 
Peso
21-72
46.2-158.4
kglbs
kg lbs 
Altura
70-90
27.6-35.4
cminch
cm inch 
Comprimento
112-150
44.1-59.1
cminch
cm inch 

O guepardo ou chita (Acinonyx jubatus) é um animal da família dos felídeos (Felidae), ainda que de comportamento atípico, se comparado com outros da mesma família. É a única espécie vivente do gênero Acinonyx. Tendo como habitat a savana, vive na África, península Arábica e no sudoeste da Ásia. Também é conhecido pelos nomes de cheetah, cheetah-africana, lobo-tigre, leopardo-caçador ou onça-africana. Fisicamente, o guepardo ou chita é significativamente parecido com o leopardo. As almofadas das patas da chita têm ranhuras para se moverem melhor em alta velocidade, e sua longa cauda serve para lhe dar estabilidade nas curvas em alta velocidade. Cada chita pode ser identificada pelo padrão exclusivo de anéis existentes em sua cauda, tem uma cabeça pequena e aerodinâmica e uma coluna incrivelmente flexível, são habilidades que ajudam bastante na hora da perseguição.

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É um animal predador, preferindo uma estratégia simples: caçar as suas presas através de perseguições a alta velocidade, em vez de táticas como a caça por emboscada ou em grupo, mas por vezes, pode caçar em dupla. Consegue atingir velocidades de 115 km/h, por curtos períodos de cada vez (até 500 metros de corrida), sendo o mais rápido de todos os animais terrestres.

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Aparência

O corpo da chita é esbelto, musculoso e esguio, ainda que de aparência delgada e constituição aparentemente frágil. Tem uma caixa torácica de grande capacidade, um abdômen retraído, uma coluna extremamente flexível além de pernas longas; adaptações para a corrida em alta velocidade. Tem uma cabeça pequena, um focinho curto, olhos posicionados na parte superior da face, narinas largas e orelhas pequenas e arredondadas com uma mancha preta na parte de trás. O seu pelo é amarelado, salpicado de pontos negros arredondados, e na face existem duas linhas negras, de cada lado do focinho, que descem dos olhos até à boca, formando de fato um trajeto de lágrimas. Sua função acredita-se ser para proteger do brilho sol, já que caçam durante a claridade do dia. O guepardo tem um coração relativamente pequeno que bombeia apenas uma pequena quantidade de sangue. Um animal adulto pode pesar entre 28 e 65 kg. O comprimento total do corpo varia de 112 a 150 cm. O comprimento da cauda, usada para equilibrar o corpo do animal durante a corrida, pode variar entre 66 e 84 cm. O guepardo-asiático tem uma cabeça menor do que os seus primos africanos. Suas pernas são mais curtas, sua pelagem mais espessa e seu pescoço é mais poderoso.

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Guepardos tem uma alta proporção de fibras musculares temporais que puxam horizontalmente. Isso é compensado com caninos curtos e, portanto, menor abertura das mandíbulas quando uma mordida fatal é realizada. Abertura nasal é limitada em ambos os lados por raízes dos caninos superiores mas dentes menores permitem a abertura alargada. As vias respiratórias têm uma secção transversal larga, particularmente as cavidades nasais e passagens que ligam à faringe e à traqueia. Isso facilita o movimento do ar durante a respiração. Alargamento destas tratos de ligação é uma das principais razões para a pronunciada protuberância do crânio. A caça dos guepardos envolve uma perseguição das presas a alta velocidade e uma mordida na garganta para sufocá-la. Passagens nasais largas e grandes ajudam a aumentar a concentração de oxigênio no sangue durante a sufocamento da presa, permitindo que o guepardo recupere o fôlego após a captura.

Suas garras são semi-retráteis e servem para aumentar a tração aumentando sua velocidade. Devido ao fato de não retraírem, as garras se parecem mais com a de cachorros do que de felinos. As patas de guepardos são estreitas em comparação com outros gatos. As patas da frente têm quatro dedos e um ergot (5º dedo situado na parte interna das patas, à altura do metacarpo ou metatarso) e as patas traseiras também têm quatro dedos.

Filhotes nascem com uma pelagem longa indo da cabeça ao início da cauda. Isso os faz parecer como ratéis (um animal agressivo) e os camufla na grama alta, os protegendo de leões, hienas e águias. Eles a perdem gradativamente até a adolescência.

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Vídeo

Distribuição

Geografia

Encontram-se guepardos no estado selvagem atualmente em porções da África e Irã ainda que no passado se distribuíssem desde a costa mediterrânea até os mares de Aral e Cáspio chegando a Índia, Afeganistão e Usbequistão. Habitam preferencialmente planícies gramadas abertas, mas também são encontradas em vegetações arbustivas, bosques abertos e semidesertos embora sejam ausentes em florestas tropicais. Uma combinação desses bosques com as planícies abertas é provavelmente o habitat ideal. Também mostram grande adaptação a ambientes áridos. No Monte Quênia, já foram relatadas a até 4.000 metros de altitude.

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A maior parte de sua população e de habitats viáveis se concentra no sul e leste da África. A Namíbia, ao sul, concentra a maior população de chitas selvagens com 2000 animais. No total, estima-se que 4.500 animais existam na região sul da África que engloba Angola, Moçambique, Namíbia, Botswana, Malawi, África do Sul, Zâmbia, Zimbábue. Em algumas partes dessa região ocorrem fora de zonas protegidas em fazendas de pecuária, onde grandes predadores como leões e hienas foram extintos, diminuindo a competição.

A região leste da África é outro local de grande concentração da espécie abrigando cerca de 2500 animais e a maior população, com cerca de 710 indivíduos, se concentra na região entre o Serengeti, Masai Mara e Tsavo na divisa da Tanzânia e o Quênia. Menos da metade deles, cerca de 1100, habitam zonas protegidas. E apenas 4 das 15 populações conhecidas da região são maiores que 200 animais. Sabe-se que os guepardos habitam apenas 6% de sua ocorrência histórica, embora outros 18% possam também ser habitados e 63% permanece desconhecido. Em alguns países, como o Sudão e a Somália, a situação é pouco conhecida devido a guerras civis e violência.

Na região noroeste da África existem cerca de 250 guepardos da subespécie A. j. hecki, principalmente na Argélia, Níger, Benin e Burkina Faso. Seu principal refúgio é na Argélia com pouco mais de 50 animais nos parques nacionais Tassili e, especialmente, no Ahaggar. Também foram detectados nas regiões de Tefedest e Eggere. No Níger há registros nas regiões naturais de Aïr, Ténéré e Termit. A região do maciço de Termit e arredores é onde a presença de guepardos foi mais evidenciada ultimamente no Níger, embora a população esteja provavelmente encolhendo e possivelmente não passe de 10 indivíduos atualmente. No Parque Nacional W (divido entre o Níger, Benin e Burkina Faso) acredita-se que haja de 15 a 25 indivíduos. No Benin, os únicos refúgios onde guepardos ainda podem ser encontrados, em pequenas quantidades, são a Reserva da Biosfera de Pendjari, onde há entre 5 e 13 chitas, e obviamente no Parque Nacional W.

Populações de guepardos A. j. hecki ainda podem persistir em Burkina Faso no sudeste do país, embora no passado fosse registrado no nordeste, centro-leste e oeste. São possivelmente presentes também no leste de Mali, no maciço de Adrar dos Ifogas. Em Togo existem indicações de populações bem pequenas nas reservas de Oti-Kéran e Oti-Mandouri e no Parque Nacional Fazao Mafakassa.

Acrescente-se ainda que a área de ocorrência do chita no Irã encontra-se em região remota, próxima à fronteira com o Afeganistão, onde as forças de segurança iranianas tem dificuldade de penetrar devido à presença de gangues que praticam o contrabando e o tráfico de heroína. As chitas preferem habitar biótopos caracterizados pelos espaços abertos, como semi-desertos, pradarias e a savana africana.

Têm uma variabilidade genética geralmente baixa, além de uma contagem de esperma anormalmente alta. Pensa-se que foram obrigadas a um período prolongado de reprodução consanguínea depois de passarem por um evento populacional designado por efeito de gargalo genético. Eles são uma espécie rara e importante, além de serem seres bonitos e rápidos, são muito caçados, principalmente para fazer casacos e tapetes luxuosos com sua pele.

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Acinonyx jubatus Mapa do habitat

Zonas climáticas

Acinonyx jubatus Mapa do habitat
Acinonyx jubatus
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Hábitos e estilo de vida

Com exceção do leão (Panthera leo), o guepardo é considerado o mais sociável dos grandes felinos. Irmãos ficam juntos por cerca de seis meses depois de deixar a mãe e irmãos, muitas vezes, permanecem juntos por toda a vida. No Serengeti, onde a maioria das pesquisas sobre o guepardo foram realizadas, as coalizões masculinas são comuns e em torno de um terço do tempo estas envolvem machos não relacionados. Os benefícios de guepardos machos vivendo em grupos incluem ser capaz de obter e manter territórios, que por sua vez permite um maior acesso às fêmeas. Com exceção de quando têm filhotes, as fêmeas são solitárias e não-territoriais; ocupando grandes áreas de vivência tão grandes quanto 800 km².

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O guepardo não forma bandos para caçar como os leões, mas os machos se juntam às vezes para caçar em pequenos grupos, especialmente se nasceram na mesma ninhada, casais também podem usualmente caçar juntos.

O guepardo é um animal muito social, e um dos fatos que comprovam este fato, é que mães e filhotes costumam lamber uns aos outros para retirar terra, grama e pelos soltos. Principalmente depois de refeições, mães e filhotes passam horas lambendo uns aos outros para manter as patas e a face limpos.

O guepardo não pode rugir, ao contrário de outros grandes felinos. Algumas das vocalizações listadas na literatura são:

  • Pios ou gorjeios: Quando os guepardos tentam encontrar uns aos outros, ou a mãe tenta localizar as crias, utiliza um chamado de alta frequência. O pios também são feitos pelos filhotes de guepardos quando tentam encontrar a mãe respondendo-a.
  • "Gagueira": Esta vocalização é emitido por um guepardo durante encontros sociais. Uma "gagueira" pode ser vista como um convite a outros guepardos, uma expressão de interesse, a incerteza, apaziguamento, ou durante as reuniões com o sexo oposto.
  • Rosnado: Acontece quando o guepardo se sente ameaçado, e quer se proteger de algum predador, embora a defesa mais usada pelo guepardo seja correr.
  • Ronrono: Acontece quando o animal está contente geralmente em encontros sociais amigáveis quase sempre entre uma mãe suas crias. O guepardo é o único dos grandes felinos que consegue ronronar.
  • Vocalizações de hostilidade: inclui uma combinação de rosnados, gemidos e assobios e um "grito" tradicional dos guepardos em sequência que é frequentemente acompanhado por forte uma batida das patas dianteiras no chão.

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Comportamento sazonal

Dieta e nutrição

A chita é um animal carnívoro. Alimenta-se essencialmente de mamíferos abaixo dos 40 kg, incluindo gazelas e impalas, filhotes de gnu, lebres, aves e quando tem vontade, pode comer até insetos. A presa é seguida, silenciosa e vagarosamente, numa distância que varia, em média, de dez a trinta metros, até ser atacada de surpresa. A perseguição que se segue dura geralmente menos de um minuto ou um minuto, durando no máximo um minuto e meio, e se a chita falha numa captura rápida, desiste, com o intuito de não gastar energia desnecessariamente, pois seu corpo superaquece, porém, mais da metade dos ataques são vitoriosos, 70% em média, ficando atrás apenas do cão-selvagem-africano, que obtém 80% de sucesso em suas caçadas. Com isso, após a caça, a chita fica exausta, o que facilita a perda da presa capturada para animais como a hiena e o leão por exemplo. Depois que o guepardo pega a presa, leões e hienas percebem o cheiro de carne fresca e vêm disputá-la com o guepardo. Ele, muitas vezes, sai de perto, discretamente, evitando brigas, pois não tem massa muscular comparável a estes outros animais.

Hábitos de acasalamento

Comportamento de acasalamento

Os machos atingem a maturidade sexual a partir dos dois anos e meio ou três anos. A fêmea, um pouco mais precoce (dois anos) pode gerar de um a oito filhotes, depois de uma gestação de 90 a 95 dias. O desmame ocorre cerca de 3 meses e meio após o parto chegando a 6 meses no máximo e, entre os 14 e 18 meses, abandonam a guarda da mãe para passarem a ter uma vida independente. Ao contrário de outros felinos, as fêmeas não têm um verdadeiro território próprio e demarcado, parecendo, no entanto, evitar a presença das outras. Os machos podem, eventualmente, juntar-se em grupos, especialmente se nasceram na mesma ninhada.

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Os filhotes nascem com um manto cinzento característico. Várias hipóteses sugerem sua função: camuflagem, termorregulagem ou proteger do sol e chuva. Kingdon sugeriu que pode servir para apaziguamento, inibindo a agressão de machos ao imitar o ventre pálido dos adultos. Também pode servir para imitar o ratel (um animal agressivo) e inibir predadores.

Guepardos têm ninhadas maiores que a maioria dos felinos, chegando até 8, mas a média é de 3 ou 4. E é incomum que as fêmeas tenham 12 tetas enquanto outros felinos têm 4 ou 6. As crias podem pesar entre 150 e 300 gramas e nascem cegos, completamente indefesos. Filhotes em cativeiro são um pouco mais pesados ao nascimento. Logo depois de nascer, a mãe aconchega os filhotes perto dela para mantê-los quente. Quando são recém-nascidos, ela os muda de lugar a cada 3 ou 4 dias para protegê-los de predadores, carregando-os pelo pescoço. Os predadores têm menos chance de rastreá-los pelo cheiro se eles não ficarem no mesmo lugar por muito tempo.

Entre 5 e 10 dias, eles abrem os olhos e começam a se aventurar. Sua mãe os chama fazendo gorjeios baixos como um pássaro. Os filhotes respondem com gorjeios agudos e estridentes. Após 3 semanas, eles já conseguem seguir a mãe, mas se escondem enquanto ela caça, já que qualquer barulho atrairia os predadores. Mas apenas com 6 meses eles a acompanham. Eles começam a aprender a caçar quando têm entre 10 e 14 semanas. Nessa época, a mãe traz presas vivas para os filhotes terem oportunidade de pegá-la. Os filhotes jovens derrubam repetidamente a presa, mas raramente a matam. A mãe intervém após alguns minutos e liberta a presa. Mais tarde quando estão entre 4 meses e meio e 6 meses e meio, a mãe solta um terço das capturas e os filhotes já começam a aprender como sufocá-la e com 8 meses já conseguem segurar e matá-la. Entretanto, as habilidades são pobres surpreendentemente até 10 meses depois da introdução a presas vivas.

Os guepardos, ou chitas, não se reproduzem bem em cativeiro. Uma das principais preocupações dos guepardos é com os seus filhotes: é muito comum eles serem comidos por felinos mais fortes, como os leões e outros animais, como a hiena por exemplo. Com leões e machos a mãe guepardo tem de distrair o predador em questão chamando a atenção para si enquanto os filhotes fogem para um local mais seguro. A tática é funcional visto que sua habilidade e velocidade favorecem as manobras de esquiva de possíveis ataques do agressor. Quando estão com filhotes jovens, as mães adotam uma tática mais ofensiva com hienas e chacais e também atacam espécies de ungulados normalmente ignoradas, como zebras, gnus e javalis.

A chita pode viver de 14 a 17 anos sob as condições de alimentação e reprodução normais na natureza.

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População

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Referências

1. Acinonyx jubatus artigo na Wikipédia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Acinonyx_jubatus
2. Acinonyx jubatusno site da Lista Vermelha da IUCN - http://www.iucnredlist.org/details/219/0

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