Rinoceronte-de-java
Reino
Filo
Subfilo
Classe
Família
Género
Espécies
Rhinoceros sondaicus
Tamanho da população
68
Vida útil
30-45 years
Velocidade máxima
42
26
km/hmph
km/h mph 
Peso
900-2300
1980-5060
kglbs
kg lbs 
Altura
1.4-1.7
4.6-5.6
mft
m ft 
Comprimento
2-4
6.6-13.1
mft
m ft 

O rinoceronte-de-java (nome científico: Rhinoceros sondaicus, do grego rhino, nariz + ceros, corno e sonda, Sonda + icus relativo a) é uma espécie da família Rhinocerotidae e uma dos cinco rinocerontes recentes. Ele pertence ao mesmo gênero do rinoceronte-indiano, possuindo muitas características semelhantes. Difere principalmente no tamanho (sendo menor que seu primo indiano), pelas placas dérmicas menos desenvolvidas, e por diferenças craniais e dentárias. Seus cornos são os menores dentre todas as espécies de rinocerontes e, muitas vezes, podem estar ausentes nas fêmeas.

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Originalmente, estava distribuído nas ilhas de Java e Sumatra, e através do Sudeste asiático até à Índia, a oeste, e à China, ao norte. Há cerca de 150 anos, sua distribuição já estava reduzida a três populações separadas. Atualmente é encontrado apenas no Parque Nacional de Ujung Kulon, na ilha de Java, Indonésia. A população do Parque Nacional de Cat Tien, no Vietnã, foi extinta em 2010.

O rinoceronte-de-java é a mais rara das espécies de rinocerontes, com uma população estimada em menos de 100 indivíduos divididos nas duas áreas de ocorrência. Não há registro de espécimens em cativeiro na atualidade, e o último exemplar em cativeiro morreu em 1907 no zoológico de Adelaide, na Austrália. A perda do habitat e caça predatória, pelo uso de seu corno na medicina chinesa, foram as principais causas da redução populacional desses animais. E hoje, mesmo protegido nas reservas, ainda corre risco devido à perda da diversidade genética, doenças e pela caça ilegal.

Devido aos hábitos solitários, raridade, e por viverem numa área de instabilidade política, cientistas e conservacionistas raramente estudaram este animal em campo, sendo consequentemente a espécie de rinoceronte menos conhecida.

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Aparência

O rinoceronte-de-java é menor que seu primo indiano, e semelhante em tamanho ao rinoceronte-negro. Não há diferenças marcantes entre os sexos, entretanto, Groves, através de análises das medidas craniais indicou que as fêmeas são maiores que os machos. Entre as populações, a subespécie vietnamita parece ser significativamente menor que a de Java, baseado em provas fotográficas e de medidas de pegadas. Assim como o rinoceronte-indiano, possui apenas um corno, que é o menor dentre todas as espécies de rinocerontes modernas, alcançando no máximo 25 centímetros. A fêmea, frequentemente, não possui o corno ou tem apenas uma pequena protuberância.

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Muito similar ao seu primo indiano, tem a mesma coloração acinzentada, só que menos intensa, sua cabeça é menor, e suas placas dérmicas são menos desenvolvidas na região do pescoço. O lábio superior é acentuado e preênsil, assim como em outras espécies, ajudando a levar o alimento até à boca. Como em todos os rinocerontes, a audição e o olfato são desenvolvidos, e a visão é deficiente. Muitas das informações foram obtidas através do estudo de exemplares de museus, e por análises fotográficas e de amostras fecais. Raramente foi encontrado, observado e mensurado em seu ambiente natural.

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Vídeo

Distribuição

Geografia

Continentes
Subcontinentes
Países
Reinos biogeográficos

A área de distribuição do rinoceronte-de-java tem vindo a reduzir-se há três mil anos, o que torna incerto o conhecimento da distribuição histórica desse animal. Até meados do século XIX, o rinoceronte-de-java estava distribuído, variando de abundante a escasso, na região de Sundarbans (Bengala Ocidental e Bangladesh), e em Mianmar, Tailândia, Camboja, Laos, Vietnã, Malásia e nas ilhas de Sumatra e Java (Indonésia). Registros nas regiões de Assam e do norte de Bangladesh são escassos e confusos, devido à sobreposição de distribuição com o rinoceronte-indiano e o rinoceronte-de-sumatra. Há apenas um espécime registrado no Butão. Exploradores holandeses do início do século XIX encontraram evidências de rinocerontes em Bornéu, entretanto, sua identificação era incerta, pois o rinoceronte-de-sumatra também habitava a ilha. Estudos recentes em Bornéu demonstraram que a hipótese do rinoceronte-de-java ter existido na ilha não deve ser descartada. Os registros da China são na sua maioria fósseis (do Pleistoceno) ou subfósseis (registros indicam que a partir de aproximadamente 1000 a.C., o limite meridional dos rinocerontes que se estendia ao sudoeste da China, começou a ser reduzido para o sul em cerca de 0,5 km por ano, devido à expansão humana e caça predatória).

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A partir do século XIX, as populações de rinocerontes estavam isoladas em três regiões principais: Sundarbans e Mianmar adjacente; Indochina; e península malaia, Sumatra e Java. Rinocerontes-de-java foram visto regularmente no Sundarbans até 1892. O último animal morto, segundo registros oficias, foi em 1888, entretanto, aparições escassas e não confirmadas ocorrem até 1908. Em Mianmar, o último registro ocorreu em 1920, na Malásia em 1932, em Sumatra em 1959, e no norte do Vietnã em 1964.

No final da Guerra do Vietnã, acreditava-se que o rinoceronte-de-java estava extinto no continente, até ser reencontrado em 1988-1989 nas proximidades do Rio Dong Nai. Até 2010, os rinocerontes-de-java eram encontrados em somente duas localidades: o Parque Nacional de Ujung Kulon, no extremo oeste de Java, e no Parque Nacional de Cat Tien, a cerca de 150 km ao norte de Ho Chi Minh, no Vietnã. A população do Vietnã foi extinta em 2010, quando o último exemplar da espécie foi morto. Lenhadores e caçadores locais do Camboja disseram ter visto rinocerontes-de-java nas montanhas Cardamom, mas as incursões na área não encontraram qualquer evidência de sua existência.

O rinoceronte-de-java, primariamente, habita as planícies aluviais, florestas tropicais densas, juncais e canaviais que são abundantes próximo aos rios e áreas pantanosas. Apesar de historicamente preferirem regiões de baixas altitudes, no Vietnã, foram empurrados em direção a regiões mais altas (acima dos 2 mil metros), provavelmente por causa da expansão da população humana.

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Rinoceronte-de-java Mapa do habitat

Zonas climáticas

Rinoceronte-de-java Mapa do habitat
Rinoceronte-de-java
Public Domain Dedication (CC0)

Hábitos e estilo de vida

O rinoceronte-de-java é um animal de hábito solitário, com exceção da época reprodutiva, quando se pode vê-los aos casais e, posteriormente, as mães com seus filhotes. Às vezes, reúnem-se em pequenos grupos para lamber sal e chafurdar na lama. A chafurda na lama é um comportamento típico para todos os rinocerontes; essa atividade lhes permite manter a temperatura corporal fresca e ajuda a prevenir doenças e infestação parasitária. Os rinocerontes-de-java geralmente não cavam sua própria chafurda, preferindo usar a feita por outros animais ou as fossas naturais, que eles irão aumentar utilizando os seus chifres. A lambeção do sal também é muito importante por causa dos nutrientes essenciais que os rinocerontes recebem a partir do sal.

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A extensão da área territorial dos machos é de 12 a 20 km², enquanto que a das fêmeas é de 3 a 14 km². A sobreposição de territórios entre os machos é menor do que a das fêmeas. Não se sabe se há brigas territoriais.

Os machos marcam seu território com pilhas de excrementos e pela pulverização de urina. O ruído de raspagem produzido pelas patas no chão e os brotos retorcidos de plantas também são usados para a comunicação. Os membros de outras espécies de rinoceronte possuem o hábito peculiar de defecar massivas pilhas de excremento e depois raspar suas costas nesse excremento. Os rinocerontes-de-sumatra e os rinocerontes-de-java não se dedicam a roçar as costas nas pilhas enquanto defecam. Cogita-se que essa adaptação no comportamento seja ecológica; nas florestas úmidas de Java e Sumatra, o método pode não ser proveitoso para espalhar odores.

O rinoceronte-de-java é menos sonoro que o de sumatra; poucas vocalizações foram registradas. Rinocerontes adultos não possuem predadores naturais, além dos humanos. A espécie, particularmente no Vietnã, é arisca e recolhe-se na mata densa quando detecta a presença de humanos. Todavia, quando o homem se aproxima demais, o rinoceronte-de-java se torna agressivo e ataca, golpeando com os incisivos da mandíbula enquanto move com força a cabeça para o alto. Seu comportamento anti-social pode ser um adaptação recente ao estresse populacional; evidências históricas sugerem que, como outros rinocerontes, a espécie foi no passado mais gregária.

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Comportamento sazonal

Dieta e nutrição

O rinoceronte-de-java é um animal herbívoro e se alimenta de diversas espécies de plantas, especialmente de seus galhos tenros, brotos, folhas novas e frutos caídos. A maioria das plantas que compõem a dieta dessa espécie crescem em áreas ensolaradas, como clareiras nas florestas, arbustais e outros tipos de vegetação sem grandes árvores. O rinoceronte derruba as árvores novas para alcançar as partes mais tenras e apanhá-las com seu lábio superior preênsil.

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Em um estudo realizado em 1982, pesquisadores identificaram 120 gêneros de plantas, pertencentes a 65 famílias, compondo a dieta do rinoceronte. Dentre estes, as plantas dos gêneros Amomum, Dillenia, Leea, Eugenia e Acronychia estão entre as mais consumidas.

É a espécie de rinoceronte mais adaptável em sua alimentação. Atualmente alimenta-se exclusivamente de folhas de árvores, mas provavelmente já houve tempo em que se alimentava tanto de folhas como de gramíneas, dentro da sua área de distribuição histórica. O rinoceronte ingere, em média, 50 quilos de comida diariamente. Como o rinoceronte-de-sumatra, o de java precisa de sal em sua dieta. Apesar de comuns em seu território original, não existem reservas de sal em Ujung Kulon; entretanto, os rinocerontes desse local já foram observados bebendo água do mar, provavelmente para suprir a mesma necessidade nutricional.

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Hábitos de acasalamento

Comportamento de acasalamento

Como a espécie é raramente observada de forma direta e não existem espécimes em zoológicos, os hábitos sexuais dos rinocerontes-de-java são difíceis de estudar. As fêmeas atingem sua maturidade sexual entre os três e quatro anos de idade, enquanto os machos são sexualmente maduros aos seis anos. Estima-se que a gestação ocorra num período entre 16 a 19 meses. O intervalo entre os nascimentos desta espécie é de quatro a cinco anos, e o filhote é desmamado por volta dos dois anos de idade. Como todas as outras quatro espécies de rinocerontes possuem comportamentos de acasalamento semelhantes, presume-se que os rinocerontes-de-java também os sigam.

População

Referências

1. Rinoceronte-de-java artigo na Wikipédia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Rinoceronte-de-java
2. Rinoceronte-de-javano site da Lista Vermelha da IUCN - http://www.iucnredlist.org/details/19495/0

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