Peixe-galo
Zeus faber, comummente conhecido como peixe-galo, é um peixe teleósteo da família dos Zeídeos. Trata-se de uma espécie marinha costeira demersal comestível, com corpo esverdeado comprimido lateralmente, com uma grande mancha escura de ambos os lados e espinhos longos na barbatana dorsal.
Dá ainda pelos seguintes nomes comuns: alfaqui, alfaqueque, são-pedro, galo-negro e galo-japonês.
O nome peixe-galo, fica-se a dever às longas barbatanas dorsais e flancos e o circulo escuro que visualmente se assemelham às cristas dos galos.
No que toca ao nome são-pedro a origem é duvidosa, contudo, há uma abonação literária no romance «A Esfinge dos Gelos», de Júlio Verne, em que se dá conta de uma das mais conhecidas e antigas origens do nome. Nessa obra, reputam-na como uma alusão a São Pedro, por sinal o santo padroeiro dos pescadores, por haver, de acordo com a tradição medieval europeia, a crença popular de que esta terá sido a espécie de peixe que Jesus fez saltar para as redes na passagem bíblica da pesca milagrosa.
Com efeito, este peixe é conhecido como «são-pedro» em várias línguas europeias: em francês dá por "Saint Pierre", em alemão por "Petersfisch", em espanhol por "San Pedro" e em italiano por "San Pietro". De acordo com a linguista Charlotte Mary Yonge, esta transversalidade de nomes assenta exactamente na mesma crença popular medieval, que associa esta espécie ao sobredito episódio bíblico. Uma lenda relacionada diz que o ponto escuro no flanco do peixe é a impressão digital de São Pedro.
Outros nomes conhecidos são o inglês John Dory.
Na costa norte da Galiza-Cantábria, é conhecido como San Martiño.
Na Austrália são conhecidos como john dory ou keparu, mas na Nova Zelândia, os Maoris chamam-lhe kuparu e, na costa leste da Ilha Norte, deram alguns ao capitão James Cook na sua primeira viagem à Nova Zelândia em 1769. Vários barris deles foram mantidos em conserva.
O peixe-galo atinge um tamanho máximo de 65 cm e 5 kg (12 lb) em peso. Possui pequenas placas ósseas ao longo da base da barbatana dorsal e anal, sendo que a barbatana anal conta com quatro raios duros. Possui escamas microscópicas e afiadas que percorrem o corpo. O peixe exibe uma coloração verde-acinzentada, com uma barriga branca prateada e tem uma mancha escura de ambos os lados, amiúde emoldurada por uma mancha mais clara. Possui um corpo plano e redondo e é um mau nadador.
No que toca à mancha negra lateral, trata-se de um ocelo, que é usado para fins apotrópicos, caso o perigo se aproxime. O ocelo do peixe-galo também serve para confundir as presas, que são capturadas pela boca dissimulada e subdesenvolvida.
Por outro lado, os olhos grandes na frente da cabeça fornecem visão binocular e percepção de profundidade, importantes contra predadores.
Os peixes-galo, são peixes costeiros bentopelágicos, encontrados nas costas da África, Sudeste Asiático, Nova Zelândia, Austrália, costas do Japão e costas da Europa, particularmente na costa portuguesa e ao largo do arquipélago da Madeira e Açores. Vivem perto do fundo do mar, a profundidades de 5 a 360 metros. Tendem a ser solitários.
Atingem a maturidade sexual aos 3 ou 4 anos de idade. Reproduzem-se entre o final do Inverno e o princípio da Primavera, no Atlântico Norte, sendo que, junto ao Mediterrâneo a época de reprodução começa mais cedo. São dispersores de substrato, isto é, libertam esperma e óvulos na água. Os ovos são pelágicos.
Têm um ciclo de vida de cerca de 12 anos na natureza.