O gaio-siberiano (Perisoreus infaustus) é uma ave da família Corvidae, que habita principalmente as florestas coníferas no norte da Eurásia. Apesar do seu habitat estar sendo fragmentado, é uma ave muito comum. Por isso, a União Internacional para a Conservação da Natureza o classificou como "pouco preocupante".
An
Animais diurnosDiurnalidade é o termo usado em etologia para caracterizar o comportamento dos animais que estão ativos durante o dia e descansam durante a noite...
An
Animais omnívorosOs omnívoros ou onívoros são os animais com capacidade para metabolização de diferentes classes alimentícias, com uma dieta alimentar menos ...
Ov
OvíparoEm biologia, os animais ovíparos são aqueles cujo embrião se desenvolve dentro de um ovo em ambiente externo sem ligação com o corpo da mãe.E...
Te
TerritorialEm etologia e sociobiologia, o termo território refere-se a qualquer área sociogeográfica que um animal de uma determinada espécie defende cons...
Ar
ArborícolaArborícola é o termo usado para descrever animais cuja vida se dá principalmente nas árvores, tais como muitos primatas, aves, cobras e insetos...
Te
TerrestreAn
Animais monogâmicosMonogamia é uma forma de relacionamento em que um indivíduo tem apenas um parceiro, seja sexual ou romântico, durante a sua vida ou durante peri...
Em
Em rebanhoAn
Animais sociaisHi
Hierarquia de dominânciaNo estudo do comportamento animal, a hierarquia de dominância surge quando membros de um grupo social interagem, frequentemente agressivamente, de...
Nã
Não-migratórioS
Começa porO Gaio-siberiano é a menor dos corvídeos paleárticos, pesando de 75 a 90 gramas e com 30 cm de comprimento, em média. A plumagem do adulto é marrom-acinzentada, com a parte superior da cabeça marrom-escura e a inferior clara, além de possuir peitoral ainda mais claro. Sua garupa é amarelada e seu pescoço acinzentado. Há padrões listrados em suas penas exteriores e seus pés são negros. Sua aparência é deveras imperceptível para o camuflar de predadores que habitam em seu habitat. Além disso, sua pluma é macia para o aquecer no inverno. Troca suas penas uma vez por ano, que vai do meio de junho até o meio de setembro. Um indivíduo pode viver até 20 anos, porém sua expectativa de vida é de 7,1 anos.
Recém-nascidos praticamente não possuem penas e precisam serem cobertos pelas fêmeas. Gaio-siberianos jovens são similares aos adultos, porém sua plumagem da cabeça é mais clara.
O Gaio-siberiano é bem adaptado em voos dentro de florestas, porém é atrapalhado quando voa em terrenos abertos, o que explica sua vulnerabilidade à predadores de rapina.
Em geral, o Gaio-siberiano é silencioso, mas pode emitir um grito que é semelhante ao de um urubu. O canto, que é emitido por ambos sexos, ocorre principalmente durante o acasalamento e pode ser ouvido apenas em distâncias curtas. Ele é composto de diversos sons, que variam entre notas estridentes, assobios, rangidos, sons oscilantes e sons copiados de outros pássaros.
O Gaio-siberiano reside nas florestas boreais nortenhas de abeto, pinho, cedro e larício, que circundam desde a Escandinávia até o norte da Rússia e Sibéria. Seu terreno é extenso, estimado em 19.300.000 km², e é nativo da Noruega, Suécia, Finlândia, Rússia, Mongólia, Cazaquistão e China, porém também pode ser encontrado na Bielorrússia, Estónia, Letónia, Polónia, Eslováquia e Ucrânia. Apesar da espécie ser no geral estacionária, alguns indivíduos migram para o sul durante o inverno.
Ele gosta de florestas densas e fechadas, presentes em planícies. Florestas de abeto são seu habitat predileto para forrageamento e nidificação, pois a folhagem densa das árvores coníferas locais oferecem maior proteção contra predadores. Nota-se que o sucesso de reprodução está ligado com densidade da folhagem, pois os ninhos e ovos não atrairão tanta atenção dos predadores. Assim, o benefício de ter mais espaço para fuga é sobreposto pelo benefício da camuflagem. Seus territórios tendem a serem diversificados, compreendendo matagais envelhecidos, bosques e encharques. Por isso, territórios ativos são considerados um indicador de alta diversidade ecológica em uma floresta.
O Gaio siberiano é onívoro e se alimenta principalmente de frutas, sementes, insetos e aranhas. Bandos dele também se alimentam de carcaças de animais que foram mortos por predadores mamíferos, como lobos e glutões. Entre as comidas ocasionais, se encontram ovos, pássaros pequenos, filhotes de pássaros, lesmas, caracóis, pequenos mamíferos e lagartos. No outono e inverno, é comum bagas (especialmente amoras e acerolas) serem coletadas e guardadas atrás de um tronco caído, penduradas em líquen ou entre galhos forcados. Gaio-siberianos possuem muitos esconderijos de comida em uma área enorme, por isso são conhecidos como coletadores dispersivos. Mas, diferente de outros corvídeos, seu estoque de comida não é compartilhado com os irmãos para aumentar a sobrevivência em grupo. Ao invés disso, o indivíduo consome seu estoque sozinho. Esses estoques são importantes para a sobrevivência no inverno, já que o forrageamento é restrito pelas poucas horas de sol. Para estocar comida de forma segura, os gaio-siberianos desenvolveram glândulas salivares especiais que são usadas para criar agregados de comida grudentos, que se aderem ao líquen ou em buracos em árvores, onde podem ser acessados durante o inverno. Por causa destes esconderijos, o gaio siberiano é uma ave territorial. Normalmente, os esconderijos estão próximos ao ninho.
Gaio-siberianos normalmente ficam nos arredores da floresta enquanto buscam comida para evitarem serem notados pelos predadores. Apesar disso, podem ocasionalmente procurar por insetos em áreas abertas e úmidas, com abundância em touceiras. Nessas ocasiões, eles andam em grupos de 3 a 5 indivíduos. E, especialmente no inverno, os gaio-siberianos se aventuram em áreas ainda mais abertas em busca de pequenos roedores.
Os mais jovens são alimentados principalmente com larvas de insetos. Elas são coletadas pelo macho e armazenadas em seu esôfago, até que volte para o ninho e regurgite na boca dos filhotes. Na primeira semana após o nascimento, o macho provê comida tanto para a fêmea quanto para seus filhos, sendo a fêmea a que consome a maior parte do alimento.
Gaio-siberianos são principalmente monogâmicos, e um casal permanecerá junto no mesmo território até a morte. Foram observadas atitudes onde a ave, depois de se estabelecer como casal, impede que seu parceiro procure outros parceiros sexuais. Nesses casos, os espécimes se tornam mais agressivos com gaio-siberianos do mesmo sexo. Este ato previne que um indivíduo encontre outros parceiros durante sua vida, portanto, a preservação dos genes recai sobre ambos. O tamanho do território de um gaio-siberiano varia de 1 a 4 km, e aumenta durante o outono e inverno. Apesar de serem respeitados, alguns espécimes vão para os territórios vizinhos, caso haja um habitat com chances de reprodução maiores. Foi observado a quebra da monogamia em espécimes em cárcere.
Os ninhos estão situados em pinheiros ou abetos, de quatro a seis metros acima do chão, dentro da folhagem densa, para minimizar a detecção por parte dos predadores. Ele possui o formato de um copo e é feito com galhos que os gaio-siberianos arrancam de árvores, e são unidos com líquen, penas, teias de aranha, pelo de rena e fragmentos de ninhos de vespa. Isto é feito para isolar o ninho termicamente durante o inverno. O material para a construção é coletado durante o inverno. A construção se dá em março, e demora cerca de três meses para completá-la. Gaio-siberianos de ambos os sexos coletam o material, mas apenas as fêmeas constroem o ninho.
Os ovos são verde-claros, azuis ou cinzas, e possuem pintas verdes ou marrons. A dimensão média dos ovos são de 31,6 x 22,9 mm. Eles são postos entre 31 de março e 22 de abril. A ninhada varia de 1 a 5 ovos, e a incubação demora cerca de 19 dias. A fêmea é a responsável por chocar os ovos, enquanto o macho provê comida para sua parceira e para os filhotes. Os gaio-siberianos se reproduzem apenas uma vez ao ano, e não coabitam novamente, mesmo se a ninhada falhar. Um ninho é construído para cada nova ninhada.
As penas dos filhotes nascem de 18 a 24 dias depois do nascimento da primeira cria, entre maio e junho. Eles também abandonam o ninho durante esse período, apesar de ainda se esconderem dentro de troncos de árvores dentro do território até que consigam voar. Os pais continuam a alimentá-los até cerca de três semanas até a plumagem aparecer, e permanecem como uma família durante o verão, outono e inverno. A maior parte das aves jovens abandonam seus territórios de nascimento depois de 3 a 4 semanas após as penas aparecerem, e entram em novos grupos, que normalmente estão ao menos quatro territórios de distância da área de seus pais.