Búfalo-africano

Búfalo-africano

Búfalo-cafre, Búfalo-do-cabo, Búfalo-negro-africano, Búfalo-da-cafraria,

Reino
Filo
Subfilo
Classe
Família
Subfamília
Género
Espécies
Syncerus caffer
Tamanho da população
569-573 Thou
Vida útil
11-29 years
Peso
250-1000
550-2200
kglbs
kg lbs 
Altura
1-1.7
3.3-5.6
mft
m ft 
Comprimento
1.7-3.4
5.6-11.2
mft
m ft 

O búfalo-africano (Syncerus caffer), também conhecido como búfalo-cafre, búfalo-do-cabo, búfalo-negro-africano ou ainda búfalo-da-cafraria, é um mamífero bovino nativo da África. O búfalo-africano, é encontrado normalmente na savana em países por toda a África sub-saariana, embora geralmente confinado em áreas protegidas. É um herbívoro de grandes dimensões. A fêmea adulta chega a 1,60 metros de altura e cerca de 500 kg a 600 kg de peso. O macho adulto é ainda maior, chegando a cerca de 1,80 metros de altura (medidas tomadas desde o chão até a altura máxima da espádua) e 900 kg de peso.

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O búfalo-africano embora fisicamente semelhante ao búfalo comum encontrado na pecuária do norte do Brasil, é um animal de maior porte e selvagem. O búfalo adulto é muito forte, impondo respeito mesmo a um grupo de leões que possa cruzar o seu caminho. Além do homem, possui como predador natural o leão, mas mesmo um indivíduo da manada é capaz de se defender usando a força ou a proteção da própria. Regularmente pelo número de animais na manada, pela dispersão no terreno e pela falta de defesa de animais idosos, os leões podem matar e comer um búfalo, mas isto exige que um grupo de leões se organize e ataque um único animal. É muito raro um leão conseguir ferir com gravidade ou matar um búfalo adulto atacando-o sozinho. Outros predadores como as hienas e os leopardos, somente conseguem atacar um búfalo novo e que por algum motivo encontra-se desprotegido da manada.

Atualmente estima-se que sobrevivem 900 000, sendo a maioria na savana da África oriental. Os motivos para a diminuição da população dos búfalos-africanos foram a caça predatória, o uso do seu habitat como campos de agricultura, secas e a introdução no continente africano de pestes e doenças. Atualmente é considerado um animal fora do risco de extinção devido a proteção em parques nacionais e reservas privadas nas regiões da savana africana, entretanto o seu habitat é diminuído em área a cada ano.

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No

Noturno

An

Animais diurnos

An

Animais herbívoros

Gr

Graminívoro

Fo

Folívoro

Te

Terrestre

An

Animais cursoriais

An

Animais precoces

De

De pasto

Vi

Vivíparo

Po

Poliginandria

Pe

Perigoso para humanos

An

Animais sociais

Em

Em manada

Hi

Hierarquia de dominância

Não-migratório

A

Começa por

An

Animais Perigosos
(Coleção)

Aparência

Búfalos-africanos são grandes herbívoros. Possui um corpo em forma de barril com um peito largo e as pernas robustas, uma massiva cabeça e o pescoço curto e espesso. As fêmeas dos animais da savana têm entre 500 e 600 kg enquanto o macho chega a 900 kg. Sua pelagem é marrom escuro ou preta nas subespécie da savana e avermelhada na subespécie que habita as florestas, o búfalo-da-floresta (S. caffer nanus), conhecida ainda como búfalo-vermelho, entre outros. À medida que envelhecem, os pelos vão escurecendo, com o búfalo-vermelho chegando a se tornar quase preto. Sua longa cauda termina em um tufo de pelos mais compridos e uma das características mais marcantes na cabeça, junto com os chifres, são as orelhas grandes e caídas, que possuem um tufo na ponta. No búfalo-da-floresta, duas áreas com pelos branco-amareladas ou pálidas revestem a superfície interior de cada orelha e estendem-se como tufos ao longo da borda inferior. Alguns machos mais velhos podem ter marcas brancas ao redor dos olhos. O queixo e a parte inferior são muitas vezes mais pálidas, e o rosto, junto com as pernas, podem ter manchas de cor contrastante.

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Ambos os sexos têm chifres, apesar do tamanho e formato ser variável. Nos animais da savana, os chifres são em forma de gancho, curvando-se para baixo a partir de sua origem no crânio antes de enrolar para cima e para dentro. Os chifres são enormes nos machos, atingindo até 1,6 metros seguindo a curva exterior e mais 90 cm na de difusão horizontal em grandes machos, e ampliando-se e formando um escudo pesado na testa. Os chifres de búfalos da savana fêmeas são mais curtos e mais finos do que nos machos, com o "escudo" incompleto ou ausente. Os chifres do búfalo-vermelho são muito mais curtos (atingindo apenas 30–40 cm de comprimento) e recuam para trás da cabeça alinhados com a testa; machos desta subespécie não desenvolvem a saliência frontal.

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Vídeo

Distribuição

Geografia

Búfalos-africanos ocorrem em grande parte da África sub-saariana; e vivem em vários habitats, vivem principalmente em pântanos de baixa altitude, mas também arbustivos semiáridos, floresta de acácias, florestas de miombo Brachystegia, savanas costeiras e florestas tropicais úmidas de terras baixas e inclusive em altitudes de até 4 000 m em pastagens e florestas de montanha. Eles estão ausentes somente em desertos e sub-desertos, como o da Namíbia e a zona de transição Saara / Sahel. Os búfalos-da-floresta existem em grandes densidades nas áreas abertas dentro da floresta equatorial, mas em baixa quando em zonas fechadas.

Búfalo-africano Mapa do habitat

Zonas climáticas

Búfalo-africano Mapa do habitat
Búfalo-africano
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Hábitos e estilo de vida

Búfalos vivem nas savanas em grandes rebanhos contendo aproximadamente entre 50 e 500 animais, apesar de grupos tão grandes quanto 3 000 animais já terem sido vistos, embora não possuam coesão social. Um rebanho verdadeiro se move em um território fixo que é totalmente separado dos outros rebanhos. Esses grupos são formados na maioria de fêmeas adultas e filhotes, mas machos também são encontrados, pelo menos na estação chuvosa. Formam-se assim diferentes unidades: fêmeas com filhotes das duas últimas épocas de nascimento, grupos de solteiros com até 12 animais e um grupo separado de animais juvenis.

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Hierarquia é presente, mas mais pronunciada nos grupos de solteiros. A hierarquia é definida por posturas agonísticas, principalmente "balanço" das cabeças apesar de sérias lutas cabeça-a-cabeça também ocorrerem. Vários machos maduros podem estar presente em grupos mistos, mas eles competem pelas fêmeas estrais. Eles usualmente dominam as fêmeas, contudo, o papel de liderança é limitado. A liderança real do rebanho é compartilhada por indivíduos de vários escalões dos dois sexos que revezam na frente durante o movimento da manada.

Os búfalos-da-floresta não vivem em grandes grupos, apenas em pequenos grupos com entre 8 e 20 animais fortemente relacionados.

São considerados um dos animais mais perigosos da África e existem até mesmo lendas de machos velhos perseguindo e matando humanos sem provocação. Essas lendas, entretanto, provavelmente surgiram de caçadores que tentaram seguir animais feridos.

Além de seres humanos, búfalos são caçados por leões e crocodilos e hienas, que normalmente atacam apenas animais velhos e solitários e bezerros jovens. Mesmo parecendo formidáveis, os velhos solitários estão muitas vezes doentes e não são tão ativos e alertas quanto outros machos nos rebanhos. Os leões que optam por caçar indivíduos dos rebanhos correm o risco de sofrerem um feroz contra-ataque, conhecido pelo termo mobbing. As fêmeas possuem um laço muito forte e todo o rebanho pode atender a chamados de socorro e defender um membro, chegando a expulsar uma alcateia inteira de leões. Eles ainda apresentam um forte sentimento vingativo, até mesmo perseguindo e matando leões que atacaram algum membro. Umas das evidências da relativa segurança de búfalos é a presença de indivíduos cegos e aleijados com boa saúde e a mesma proporção de machos e fêmeas de meia-idade.

Já os búfalos-da-floresta são uma das principais presas dos leopardos, apesar de só atacarem os juvenis.

Para escapar do calor, passa a maior parte do dia deitado na sombra. Passam 9 horas e meia se alimentando, mas o tempo proporcional de comer e se alimentar varia de acordo com a hora do dia e a época do ano. O tempo que passam se alimentando é proporcionalmente maior à noite enquanto acontece o contrário a noite. Eles ainda aparentam descansar mais durante o dia na estação chuvosa, quando é mais quente.

Búfalos-africanos possuem visão e audição precárias, mas muito provavelmente também utilizam o olfato tanto para reconhecimento de indivíduos como para detectar predadores, embora não seja confirmado. Várias vocalizações são utilizadas e muitas vezes lembram a do gado doméstico, embora geralmente de baixa-frequência, e também serem animais bem menos ruidosos. Quando raramente fazem uma vocalização, geralmente é quando estão em grupo e iniciada por indivíduos de alto escalão; e menos da metade do grupo se junta ao chamado. Estão descritas a seguir:

  • Chamado para mover: um chamado de entre 2 a 4 segundos utilizado repetidamente para coordenar os movimentos do grupo com intervalos de 3 a 6 segundos;
  • Chamado para direção: um som enérgico como de um portão rangendo feito intermitentemente pelos líderes para iniciar o movimento da manada;
  • Chamado da água: um som feito cerca de 20 vezes o minuto antes e durante o caminho até a água;
  • Chamado da localização: feito por indivíduos do topo da hierarquia para sinalizar sua presença e posição;
  • Chamado de aviso: uma forma mais intensa do mesmo sinal usado para alertar utilizado contra um indivíduo de posição inferior "invasor";
  • Chamado agressivo: um grunhido explosivo que pode ser estendido para uma sequência ou transformado em um "rugido" profundo e baixo, também utilizado por machos dominantes após uma debandada;
  • Chamado entre mãe e filho: um som desesperado feito por mães procurando seus filhotes. Se transforma em um coro após uma debandada e como prelúdio a comportamentos de mobbing'. Filhotes respondem com uma versão mais aguda;
  • Sinal de perigo: um "waaa" prolongado, ouvido apenas três vezes à luz do dia; quando leões caçando são vistos por indivíduos em um rebanho em descanso;
  • Chamados da alimentação: uma variedade de sinais utilizada para mantê-los na mesma direção e dizer que tudo está bem.

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Comportamento sazonal

Dieta e nutrição

Como todos os herbívoros, a proteína é essencial para se manter saudável e é um recurso escasso em um ambiente semiárido. Por isso, apesar de ser descrito como um "pastador em massa", ele perde as condições físicas mesmo com o aumento do nível da grama, devido a diminuição do nível de proteína na dieta.

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Em um estudo na Reserva Natural do Rio Great Fish, a composição da dieta de búfalos-africanos foi estimada através do uso de análise fecal. As espécies Themeda triandra, Cynodon dactylon, Digitaria eriantha e Panicum foram importantes em ambas as estações, no entanto, a sua contribuição na dieta total diminuiu quando a estação mudou de úmida para seca. Ptaeroxylon obliquum, Acacia karroo e Plumbago auriculata foram as espécies importantes relativo aos galhos, tanto na estação chuvosa e seca. Durante a estação chuvosa espécies de gramíneas contribuíram 72% para a dieta, enquanto 28% foram aportados por espécies de ramos. Na estação seca, houve um aumento significativo no consumo de ramos de 4%. Eles se tornaram importantes nela, incluído Portulacaria afra e Euclea undulata. As gramíneas que inicialmente foram negligenciadas durante a estação chuvosa, mas utilizados na estação seca incluíram Setaria neglecta e plurinodis Cymbopogon.

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Hábitos de acasalamento

Comportamento de acasalamento

Reprodução ocorre todo ano e, em algumas partes, existem picos associados às chuvas. O ciclo estral dura 23 dias com um estro de 5 a 6 dias; e a gestação dura cerca de 340 dias e nasce um filhote com normalmente 40 kg e coloração avermelhada ou marrom-escurecida. Filhotes entre 50 e 55 kg também já foram encontrados e filhotes de búfalos-da-floresta podem ser em vermelho vivo. O intervalo entre cada nascimento varia de 15 meses, sobre boas condições, a 2 anos.

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Machos frequentemente checam o estado reprodutivo através da urina e podem lamber a vulva para fazê-las urinarem. Uma fêmeas perto do cio é fortemente protegida pelo macho, impedindo outros de se aproximarem. Entretanto, a fêmea se mostra evasiva e troca sucessivamente por machos de posições superiores.

Os filhotes são conhecidos por ficar de pé em 10 minutos apesar de não conseguir seguir a mãe e permanece com uma coordenação ruim e capacidade de correr limitada até algumas semanas. Como ele não é capaz de seguir o bando, os dois são deixados para trás e a mãe pode os levar a algum lugar escondido até ele ser capaz de prosseguir. Ou então pode tentar fazer ele prosseguir chamando-o, enquanto que o filhote só responde se perder contato com ela como abandonado por um rebanho partindo. Ela, então, se sente pressionada entre ficar com a cria ou seguir o bando. Às vezes, o filhote é abandonado. Filhotes são desmamados com seis meses de idade e machos deixam a mãe com 2 anos, mas fêmeas ficam até ter uma cria ou até mais tempo. A maturidade sexual acontece entre 3 anos e meio e 5 anos. Os laços maternais são muito fortes e as mães podem enfrentar diretamente um predador para defender o filhote.

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População

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Referências

1. Búfalo-africano artigo na Wikipédia - https://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%BAfalo-africano
2. Búfalo-africanono site da Lista Vermelha da IUCN - https://www.iucnredlist.org/species/21251/50195031

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