Região

Ceará

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O Ceará é uma das 27 unidades federativas do Brasil.

Geografia

O Ceará é cercado por formações de relevo relativamente altas, como chapadas e cuestas. Banhado a norte pelo Oceano Atlântico, a oeste é delimitado pela Serra da Ibiapaba (Serra Grande); a leste, parcialmente, pela Chapada do Apodi; ao sul, pela Chapada do Araripe. Vem dessa cercania de altos relevos delimitantes do território o nome de Depressão Sertaneja dado à área central.

Enquanto as chapadas e cuestas são de origem sedimentar, as serras e os inselbergs que abundam em meio à Depressão Sertaneja são de formação cristalina. Dentre os relevos sedimentares, a Chapada do Araripe, com altitudes que vão de 700 m até mais de 900 m, e a Serra da Ibiapaba, com altitude média de 750 m. Por outro lado, na Chapada do Apodi, as altitudes são menores, não superiores a 300 m. Já dentre as serras de origem cristalina, estão o Maciço de Baturité, a Serra da Meruoca e a Serra de Uruburetama, com altitude de 600 a 800 metros. Em Catunda, na Serra das Matas, encontra-se o ponto mais elevado do estado, o Pico da Serra Branca, a 1 154 metros de altitude.

A planície litorânea possui geografia diversificada, o que faz com que o estado possua muitas praias com coqueirais, dunas, barreiras (também chamadas falésias) - paredões sedimentares que acompanham a faixa da costa e, em alguns trechos, possuem tons coloridos - e áreas alagadas de manguezal, nos quais há grande biodiversidade. As praias mais famosas do Ceará são Jericoacoara, Canoa Quebrada e Porto das Dunas, as quais se destacaram por terem alcançado fama internacional. Regionalmente, outras praias de destaque são das Fontes, Morro Branco, Icaraí, Presídio, da Baleia, Flecheiras, Cumbuco, Ponta Grossa, Lagoinha e Barra do Cauipe. O litoral cearense é atravessado por duas rodovias, chamadas de Costa do Sol Nascente e a Costa do Sol Poente, que, a partir de Fortaleza, direcionam-se para o litoral leste e oeste, respectivamente.

O território cearense é dividido em doze bacias hidrográficas, levando em consideração a divisão da grande bacia do rio Jaguaribe em Alto, Médio e Baixo Jaguaribe. Tal bacia compreende mais de 50% do estado com seus 633 km de extensão. Os dois maiores reservatórios de água do Ceará são barragens que represam o Jaguaribe, o Açude Orós e Açude Castanhão, com as respectivas capacidades de armazenamento de 2,1 e 6,7 bilhões de metros cúbicos de água. O Açude Castanhão é, ainda, o maior açude do país. Os afluentes mais importantes do rio Jaguaribe são os rios Salgado e Banabuiú. O Ceará possui uma das maiores e mais importantes faixas litorâneas do país do ponto de vista turístico, que se estende por 573 km, nos quais predominam os mangues e restingas, vegetação litorânea típica, além de áreas sem vegetação recobertas por dunas.

Clima

O clima do Ceará é predominantemente semiárido (BSh) e tropical (As), cujas regiões mais áridas se situam na Depressão Sertaneja, a oeste e sudeste, com pluviosidades que, em trechos da região dos Inhamuns, podem ser menores que 500 mm, mas também podem se aproximar de 1 000 mm em outras áreas caracterizadas pelo clima semiárido brando, a exemplo da área semiárida do Cariri, nas cidades relativamente próximas à faixa litorânea.

No litoral, devido à influência dos ventos alísios, o clima é tropical subúmido com pluviosidades normalmente entre 1 000 mm e 1 500 mm, a partir do qual surge uma vegetação mais densa, com forte presença de carnaubais, que caracterizam trechos de mata dos cocais. O clima também se torna subúmido, com caatinga mais densa e maior pluviosidade, nas adjacências das chapadas e serras, como nas serras de Baturité, Meruoca e Uruburetama onde, em função das altitudes, as pluviosidades superam os 1 000 mm anuais devido à ocorrência de chuvas orográficas, em especial na sua vertente de barlavento, proporcionando o surgimento de cerradões e florestas tropicais. Essas áreas contêm mananciais que banham os sopés dessas regiões, tornando-os propícios à atividade agrícola. É nas serras e próximo a elas, assim como nas planícies aluviais, que se concentra a maior parte da população do interior cearense, com densidades superiores a 100 hab./km², por exemplo, em boa parte do Cariri cearense.

As temperaturas são bastante elevadas, com médias de 26 °C a 28 °C, mas a amplitude térmica anual é pequena ao longo do ano, em torno de 5 °C, As médias giram entre meados de 20 °C no topo das serras a até 28 °C nos sertões mais quentes. Nas áreas serranas, as temperaturas são mais baixas, com média de 20 °C a 25 °C, com mínimas anuais muitas vezes alcançando entre 12 °C e 16 °C. É raro as temperaturas ultrapassarem os 35 °C na região litorânea, ao contrário do que ocorre no Sertão cearense, onde a amplitude térmica diária pode ser relativamente grande ao longo do dia devido à menor umidade. Em todo o estado, os dias mais frios ocorrem geralmente em junho e julho e os mais quentes, entre outubro e fevereiro.

Biodiversidade e problemas ambientais

Inserido no bioma da caatinga, com período chuvoso restrito a cerca de quatro meses do ano e alta biodiversidade adaptada, o Ceará o único a estar completamente inserido na sub-região do sertão. A sazonalidade característica desse bioma se reflete em uma fauna e flora integradas às condições semiáridas. Consequentemente, há grande número de espécies endêmicas, sobretudo nos brejos e serras, isolados pela caatinga, e refúgios da flora e fauna de matas tropicais úmidas.

Destacam-se, na flora cearense, a carnaúba, considerada um dos símbolos do estado e também importante fonte econômica, e a Zephyranthes sylvestris, flor original do habitat cearense. Existe ainda o carrasco, vegetação xerófila peculiar, que surge no reverso da Serra da Ibiapaba e do Araripe, áreas mais secas, caracterizando-se por uma flora arbustiva e arbórea predominantemente lenhosa, ao contrário da caatinga. O carrasco distingue-se ainda da caatinga pela quase inexistência de cactos e bromeliáceas. Alguns estudiosos se referem a essa vegetação como uma espécie de transição entre o cerrado, a floresta tropical e a caatinga.

Os ecossistemas do estado estão profundamente danificados e muito pouco preservados. As regiões de floresta tropical e cerrado, nas serras e chapadas de elevada altitude, possuem grande concentração demográfica, intenso uso para fins agropecuários e, comparativamente, pouca preservação e fiscalização ambiental. Os crimes ambientais são praticados constantemente em áreas como a APA Araripe - sobretudo as queimadas e retirada de lenha - e não podem ser reprimidos devido ao parco efetivo de fiscais, dentre outros motivos. Atualmente a mata atlântica ocupa apenas 1,2% do território estadual, tendo sido bem mais extensa no passado, mas 44% do restante está em áreas de preservação, o que, porém, não tem garantido sua total conservação.

Em situação ainda mais grave está a extensa caatinga cearense, que conta com uma ínfimos 0,45% de preservação, embora represente, em suas variadas formas, 92% do território estadual. 80% da caatinga cearense estão devastados, e muitas das áreas restantes, apesar de aparentemente conservadas, não passam de formas vegetais secundárias menos ricas e alteradas pela substituição de espécies vegetais, o que acarreta graves prejuízos para o solo e os já escassos recursos hídricos. A desertificação avança no estado e atinge níveis preocupantes, sobretudo em Irauçuba.

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O Ceará é uma das 27 unidades federativas do Brasil.

Geografia

O Ceará é cercado por formações de relevo relativamente altas, como chapadas e cuestas. Banhado a norte pelo Oceano Atlântico, a oeste é delimitado pela Serra da Ibiapaba (Serra Grande); a leste, parcialmente, pela Chapada do Apodi; ao sul, pela Chapada do Araripe. Vem dessa cercania de altos relevos delimitantes do território o nome de Depressão Sertaneja dado à área central.

Enquanto as chapadas e cuestas são de origem sedimentar, as serras e os inselbergs que abundam em meio à Depressão Sertaneja são de formação cristalina. Dentre os relevos sedimentares, a Chapada do Araripe, com altitudes que vão de 700 m até mais de 900 m, e a Serra da Ibiapaba, com altitude média de 750 m. Por outro lado, na Chapada do Apodi, as altitudes são menores, não superiores a 300 m. Já dentre as serras de origem cristalina, estão o Maciço de Baturité, a Serra da Meruoca e a Serra de Uruburetama, com altitude de 600 a 800 metros. Em Catunda, na Serra das Matas, encontra-se o ponto mais elevado do estado, o Pico da Serra Branca, a 1 154 metros de altitude.

A planície litorânea possui geografia diversificada, o que faz com que o estado possua muitas praias com coqueirais, dunas, barreiras (também chamadas falésias) - paredões sedimentares que acompanham a faixa da costa e, em alguns trechos, possuem tons coloridos - e áreas alagadas de manguezal, nos quais há grande biodiversidade. As praias mais famosas do Ceará são Jericoacoara, Canoa Quebrada e Porto das Dunas, as quais se destacaram por terem alcançado fama internacional. Regionalmente, outras praias de destaque são das Fontes, Morro Branco, Icaraí, Presídio, da Baleia, Flecheiras, Cumbuco, Ponta Grossa, Lagoinha e Barra do Cauipe. O litoral cearense é atravessado por duas rodovias, chamadas de Costa do Sol Nascente e a Costa do Sol Poente, que, a partir de Fortaleza, direcionam-se para o litoral leste e oeste, respectivamente.

O território cearense é dividido em doze bacias hidrográficas, levando em consideração a divisão da grande bacia do rio Jaguaribe em Alto, Médio e Baixo Jaguaribe. Tal bacia compreende mais de 50% do estado com seus 633 km de extensão. Os dois maiores reservatórios de água do Ceará são barragens que represam o Jaguaribe, o Açude Orós e Açude Castanhão, com as respectivas capacidades de armazenamento de 2,1 e 6,7 bilhões de metros cúbicos de água. O Açude Castanhão é, ainda, o maior açude do país. Os afluentes mais importantes do rio Jaguaribe são os rios Salgado e Banabuiú. O Ceará possui uma das maiores e mais importantes faixas litorâneas do país do ponto de vista turístico, que se estende por 573 km, nos quais predominam os mangues e restingas, vegetação litorânea típica, além de áreas sem vegetação recobertas por dunas.

Clima

O clima do Ceará é predominantemente semiárido (BSh) e tropical (As), cujas regiões mais áridas se situam na Depressão Sertaneja, a oeste e sudeste, com pluviosidades que, em trechos da região dos Inhamuns, podem ser menores que 500 mm, mas também podem se aproximar de 1 000 mm em outras áreas caracterizadas pelo clima semiárido brando, a exemplo da área semiárida do Cariri, nas cidades relativamente próximas à faixa litorânea.

No litoral, devido à influência dos ventos alísios, o clima é tropical subúmido com pluviosidades normalmente entre 1 000 mm e 1 500 mm, a partir do qual surge uma vegetação mais densa, com forte presença de carnaubais, que caracterizam trechos de mata dos cocais. O clima também se torna subúmido, com caatinga mais densa e maior pluviosidade, nas adjacências das chapadas e serras, como nas serras de Baturité, Meruoca e Uruburetama onde, em função das altitudes, as pluviosidades superam os 1 000 mm anuais devido à ocorrência de chuvas orográficas, em especial na sua vertente de barlavento, proporcionando o surgimento de cerradões e florestas tropicais. Essas áreas contêm mananciais que banham os sopés dessas regiões, tornando-os propícios à atividade agrícola. É nas serras e próximo a elas, assim como nas planícies aluviais, que se concentra a maior parte da população do interior cearense, com densidades superiores a 100 hab./km², por exemplo, em boa parte do Cariri cearense.

As temperaturas são bastante elevadas, com médias de 26 °C a 28 °C, mas a amplitude térmica anual é pequena ao longo do ano, em torno de 5 °C, As médias giram entre meados de 20 °C no topo das serras a até 28 °C nos sertões mais quentes. Nas áreas serranas, as temperaturas são mais baixas, com média de 20 °C a 25 °C, com mínimas anuais muitas vezes alcançando entre 12 °C e 16 °C. É raro as temperaturas ultrapassarem os 35 °C na região litorânea, ao contrário do que ocorre no Sertão cearense, onde a amplitude térmica diária pode ser relativamente grande ao longo do dia devido à menor umidade. Em todo o estado, os dias mais frios ocorrem geralmente em junho e julho e os mais quentes, entre outubro e fevereiro.

Biodiversidade e problemas ambientais

Inserido no bioma da caatinga, com período chuvoso restrito a cerca de quatro meses do ano e alta biodiversidade adaptada, o Ceará o único a estar completamente inserido na sub-região do sertão. A sazonalidade característica desse bioma se reflete em uma fauna e flora integradas às condições semiáridas. Consequentemente, há grande número de espécies endêmicas, sobretudo nos brejos e serras, isolados pela caatinga, e refúgios da flora e fauna de matas tropicais úmidas.

Destacam-se, na flora cearense, a carnaúba, considerada um dos símbolos do estado e também importante fonte econômica, e a Zephyranthes sylvestris, flor original do habitat cearense. Existe ainda o carrasco, vegetação xerófila peculiar, que surge no reverso da Serra da Ibiapaba e do Araripe, áreas mais secas, caracterizando-se por uma flora arbustiva e arbórea predominantemente lenhosa, ao contrário da caatinga. O carrasco distingue-se ainda da caatinga pela quase inexistência de cactos e bromeliáceas. Alguns estudiosos se referem a essa vegetação como uma espécie de transição entre o cerrado, a floresta tropical e a caatinga.

Os ecossistemas do estado estão profundamente danificados e muito pouco preservados. As regiões de floresta tropical e cerrado, nas serras e chapadas de elevada altitude, possuem grande concentração demográfica, intenso uso para fins agropecuários e, comparativamente, pouca preservação e fiscalização ambiental. Os crimes ambientais são praticados constantemente em áreas como a APA Araripe - sobretudo as queimadas e retirada de lenha - e não podem ser reprimidos devido ao parco efetivo de fiscais, dentre outros motivos. Atualmente a mata atlântica ocupa apenas 1,2% do território estadual, tendo sido bem mais extensa no passado, mas 44% do restante está em áreas de preservação, o que, porém, não tem garantido sua total conservação.

Em situação ainda mais grave está a extensa caatinga cearense, que conta com uma ínfimos 0,45% de preservação, embora represente, em suas variadas formas, 92% do território estadual. 80% da caatinga cearense estão devastados, e muitas das áreas restantes, apesar de aparentemente conservadas, não passam de formas vegetais secundárias menos ricas e alteradas pela substituição de espécies vegetais, o que acarreta graves prejuízos para o solo e os já escassos recursos hídricos. A desertificação avança no estado e atinge níveis preocupantes, sobretudo em Irauçuba.

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