O ganso-do-egito (Alopochen aegyptiaca) é uma ave anseriforme do grupo dos gansos. A sua área de distribuição inclui a Europa e a África. É especialmente comum no sul do Saara e vale do Nilo.
Embora não seja uma espécie autóctone, trata-se de uma ave selvagem que formou uma população estável em Portugal, especialmente na região do Alentejo.
No século XVIII, esta espécie foi introduzida na Grã-Bretanha, onde desenvolveu uma população importante. Por igual, esta espécie também já se difundiu pelos Países Baixos, Bélgica e Alemanha.
Era considerado sagrado no Antigo Egito e estava presente em muitas obras de arte. Graças à sua popularidade como ave ornamental, fugitivos são comuns e populações ferais foram estabelecidas na Europa Ocidental, nos Estados Unidos e na Nova Zelândia.
O ganso-do-egito evita zonas densamente arborizadas e pode ser normalmente encontrado em prados, relvados e em campos agrícolas. Passa a maior parte do tempo em rios, lagos e terras alagadas. Pode ser encontrado em altitudes elevadas de até cerca de 4 000 metros.
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Começa porO ganso-do-egito nada bem, e em voo parece pesado, mais parecido com um ganso do que com um pato. Mede de 63 a 73 cm de comprimento.
A plumagem dos dois sexos é idêntica, mas, em média, os machos são ligeiramente maiores. Há uma quantidade razoável de variação no tom de sua plumagem, com algumas aves mais acinzentadas e outras mais acastanhadas, mas isto não está relacionado a sexo ou idade. Uma grande parte das asas dos indivíduos maduros é branca, mas em repouso essa parte fica escondida pelas coberteiras das asas. Quando é despertado, como também em casos de alarme ou agressão, a parte branca começa a aparecer. Em voo ou quando as asas são balançadas, também fica visível.
As vozes e vocalizações diferem entre os sexos, o machos apresentando um grasnido rouco como o de um pato, que raramente se ouve a não ser quando ele é provocado. O macho atrai a fêmea com uma corte elaborada e barulhenta que inclui grasnar, esticar o pescoço e mostrar as penas. A fêmea tem um grasnido muito mais estridente e barulhento, que se ouve frequentemente em agressões e quase incessantemente à menor perturbação, quando está cuidando da cria.
A espécie tem ampla presença em África, salvo em selvas densas e desertos. É encontrada principalmente no sul do Saara e no vale do Nilo. Fora da reprodução, dispersa-se pouco, algumas vezes fazendo longas migrações para o norte até as regiões áridas do Sahel.
É uma espécie principalmente terrestre, que pousa facilmente em árvores e prédios. Costuma comer sementes, folhas, gramíneas e caules. Ocasionalmente, pode comer gafanhotos, minhocas e outros animais pequenos. Até os filhotes terem algumas semanas de vida e estarem fortes o suficiente para pastar, eles se alimentam de pequenos invertebrados aquáticos, especialmente o plâncton de água doce. Como resultado, se condições anóxicas levarem à produção de toxina botulínica e isso passar despercebido, ninhadas inteiras de filhotes que se alimentam de minhocas e larvas insensíveis à toxina podem morrer. Os pais, que não se alimentam destes organismos, geralmente não sofrem desses efeitos.
Os dois sexos são agressivos territorialmente com sua própria espécie durante a reprodução e frequentemente perseguem os invasores pelo ar, atacando-os em lutas aéreas. Os gansos-do-egito também já foram observados atacando objetos aéreos como drones que entram em seu habitat. Casais vizinhos podem até matar os descendentes dos outros para que seus próprios descendentes sobrevivam melhor, além de terem mais recursos.
Essa espécie nidifica em diversas situações, especialmente em buracos em árvores maduras em áreas verdes. A fêmea constrói o ninho a partir de canas, folhas e grama, e os dois pais se dividem para incubar os ovos. São geralmente monógamos. O macho e a fêmea cuidam dos seus descendentes até eles terem idade suficiente para cuidarem de si mesmos. Esse cuidado dos pais, no entanto, não inclui buscar alimentos para os filhos, que, sendo precoces, fazem isso sozinhos.