Ilha

Creta

48 Espécies

Creta é a maior e mais populosa ilha da Grécia.

Geografia

Com 8 336 km² de área, Creta é a maior ilha da Grécia e a quinta maior do Mediterrâneo. Situa-se na parte mais meridional do Egeu, separando este mar do mar da Líbia.

A ilha tem uma forma alongada, com 260 km na direção leste-oeste e 60 km na direção norte-sul na sua parte mais larga. Na parte mais estreita, o istmo de Ierápetra, a distância entre as costas sul e norte é de apenas 12 km. O perímetro total da costa é 1 046 km. A costa é muito recortada.

A costa norte é banhada pelo mar de Creta (em grego: Κρητικό Πέλαγος), a sul pelo mar da Líbia (Λιβυκό Πέλαγος), a oeste pelo mar Mirtoico (Mυρτώο Πέλαγο) e a leste pelo mar de Cárpatos. A ilha encontra-se a cerca de 160 km do ponto mais meridional da Grécia continental, ou seja, da costa sul do Peloponeso.

Clima

Creta situa-se entre duas zonas climáticas, a do Mediterrâneo e a do Norte de África, sendo a primeira a predominante. O clima de Creta é, por isso, predominantemente temperado. A humidade pode ser bastante alta, dependendo da proximidade do mar, com os invernos relativamente amenos. A queda de neve é comum nas montanhas entre novembro e maio, mas rara em áreas baixas, embora chegue a ocorrer não só no inverno mas até na primavera. Enquanto nos cumes das montanhas a neve perdure quase todo o ano, junto à costa em geral só dura alguns minutos ou horas. No entanto, por exemplo em fevereiro de 2004, uma vaga de frio atingiu a ilha, que ficou totalmente coberta de neve durante algum tempo. Durante o verão, as temperaturas médias atingem 20 e muitos ou 30 e poucos graus Celsius e as temperaturas máximas 30 e muitos ou pouco mais de 40 °C.

A costa sul, incluindo a planície de Messara e os montes Asterúsia, encontra-se na zona climática norte-africana, pelo que desfruta de bastante mais dias de sol e temperaturas altas ao longo do ano do que o resto da ilha. Ali as tamareiras dão fruto e as andorinhas permanecem todo o ano em vez de migrarem para África. A fértil região em volta de Ierápetra, no canto sudeste da ilha, é conhecida pela sua excecional produção agrícola ao longo de todo o ano. Ali são produzidas em estufas durante o inverno todo o tipo de hortaliças típicas do verão.

Fauna e flora

Creta está isolada de qualquer continente, o que se reflete na diversidade e especificidade da sua fauna e flora. Em resultado do seu isolamento, a fauna e flora de Creta pode fornecer muitas pistas para a evolução das espécies. Ao contrário de outras regiões da Grécia, não há animais perigosos para o homem. Os antigos gregos atribuíam a inexistência de cobras venenosas ou grandes mamíferos como ursos, lobos ou chacais ao trabalho de Héracles, que levou um touro cretense vivo para o Peloponeso. Héracles queria honrar o local de nascimento de Zeus removendo todos os animais "prejudiciais" e "perigosos" de Creta. Mais tarde, os cretenses acreditaram que a ilha tinha sido limpa de criaturas perigosas pelo apóstolo Paulo, que passou por Creta e, segundo a lenda, teria vivido lá durante dois anos. São Paulo teria conseguido expelir aos animais perigosos através de exorcismo e bênçãos.

Em Heraclião há um museu de história natural, administrado pela Universidade de Creta, e dois aquários públicos: o Aquaworld em Chersonissos e o Cretaquarium em Gurnes, nos quais se podem ver seres marinhos comuns nas águas de Creta, ambos situados poucos quilómetros a leste de Heraclião.

No Pleistoceno Creta teve algumas espécies de mamíferos bastante peculiares pelo seu pequeno tamanho, como o elefante-pigmeu (Mammuthus creticus, Palaeoloxodon chaniensis ou Palaeoloxodon creutzburgi), o hipopótamo-pigmeu-de-creta (Hippopotamus creutzburgi) e o Candiacervus (um veado).

Os mamíferos atuais incluem o vulnerável kri-kri (Capra Aegagrus Creticus), a cabra selvagem de Creta, que vive no parque nacional de Samariá e nas ilhas de Thodorou, Dia e Agioi Pandes, o gato-bravo-cretense (Felis silvestris cretensis) e o rato-espinhoso-cretense (Acomys minous). Outros mamíferos terrestres incluem espécies ou susbespécies endémicas como a fuinha-cretense, a doninha-cretense, o texugo-cretense e o musaranho-cretense (Crocidura zimmermanni), esta última ameaçada de extinção. Outros mamíferos dignos de destaque são, por exemplo, o ouriço-cacheiro Hemiechinus auritus e o arganaz.

As espécies de morcego incluem o Rhinolophus blasii, o Rhinolophus hipposideros, o Rhinolophus ferrumequinum, o Myotis blythii, o morcego-lanudo (Myotis emarginatus), morcego-de-kuhl (Pipistrellus kuhlii), morcego-anão (Pipistrellus pipistrellus), morcego-de-savi (Hypsugo savii), morcego-hortelão (Eptesicus serotinus), morcego-orelhudo-castanho (Plecotus auritus), morcego-de-peluche (Miniopterus schreibersii), morcego-rabudo (Tadarida teniotis) e Myotis mystacinus.

Há uma grande variedade de aves, que incluem águias (principalmente em Lasíti), andorinhas (por toda a ilha no verão e todo o ano no sul da ilha), pelicanos (ao longo da costa), grous (em Gavdos, Gavdopula). As montanhas cretenses são refúgio para o abutre-barbudo, águia-real, grifo, falcão-da-rainha, falcão-peregrino, falcão-borni, peneireiro-vulgar, aluco, mocho-galego, gralha-cinzenta, gralha-de-bico-vermelho, gralha-de-bico-amarelo, poupa-eurasiática. A ilha possuía uma espécie de coruja denominada Coruja Cretense

Há diversas espécies de répteis e tartarugas. Em alguns locais há serpentes escondidas debaixo das rochas. Quando chove podem ver-se sapos e rãs. Os répteis incluem o Lacerta trilineata, camaleão-comum (Chamaeleo chamaeleon), Chalcides ocellatus, osga-moura (Tarentola mauritanica), Ablepharus, osga-turca (Hemidactylus turcicus), Cyrtopodion kotschyi, tartaruga-grega (Testudo graeca e Mauremys caspica).

Há quatro espécies de serpentes, nenhuma perigosa para o homem. Estas incluem a Zamenis situla, Hierophis gemonensis, Natrix tessellata e a única serpente venenosa, uma espécie de cobra-gato noturna que evoluiu para produzir um veneno fraco na parte detrás da boca para paralisar osgas e pequenos lagartos e que não é perigosa para humanos.

Entre as tartarugas podem mencionar-se a tartaruga-verde (Chelonia mydas) e a tartaruga-comum (Caretta caretta), ambas espécies ameaçadas. A última faz ninhos e desova nas praias da costa norte, em volta de Retimno e Chania, e na costa sul, ao longo do golfo de Messara.

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Creta é a maior e mais populosa ilha da Grécia.

Geografia

Com 8 336 km² de área, Creta é a maior ilha da Grécia e a quinta maior do Mediterrâneo. Situa-se na parte mais meridional do Egeu, separando este mar do mar da Líbia.

A ilha tem uma forma alongada, com 260 km na direção leste-oeste e 60 km na direção norte-sul na sua parte mais larga. Na parte mais estreita, o istmo de Ierápetra, a distância entre as costas sul e norte é de apenas 12 km. O perímetro total da costa é 1 046 km. A costa é muito recortada.

A costa norte é banhada pelo mar de Creta (em grego: Κρητικό Πέλαγος), a sul pelo mar da Líbia (Λιβυκό Πέλαγος), a oeste pelo mar Mirtoico (Mυρτώο Πέλαγο) e a leste pelo mar de Cárpatos. A ilha encontra-se a cerca de 160 km do ponto mais meridional da Grécia continental, ou seja, da costa sul do Peloponeso.

Clima

Creta situa-se entre duas zonas climáticas, a do Mediterrâneo e a do Norte de África, sendo a primeira a predominante. O clima de Creta é, por isso, predominantemente temperado. A humidade pode ser bastante alta, dependendo da proximidade do mar, com os invernos relativamente amenos. A queda de neve é comum nas montanhas entre novembro e maio, mas rara em áreas baixas, embora chegue a ocorrer não só no inverno mas até na primavera. Enquanto nos cumes das montanhas a neve perdure quase todo o ano, junto à costa em geral só dura alguns minutos ou horas. No entanto, por exemplo em fevereiro de 2004, uma vaga de frio atingiu a ilha, que ficou totalmente coberta de neve durante algum tempo. Durante o verão, as temperaturas médias atingem 20 e muitos ou 30 e poucos graus Celsius e as temperaturas máximas 30 e muitos ou pouco mais de 40 °C.

A costa sul, incluindo a planície de Messara e os montes Asterúsia, encontra-se na zona climática norte-africana, pelo que desfruta de bastante mais dias de sol e temperaturas altas ao longo do ano do que o resto da ilha. Ali as tamareiras dão fruto e as andorinhas permanecem todo o ano em vez de migrarem para África. A fértil região em volta de Ierápetra, no canto sudeste da ilha, é conhecida pela sua excecional produção agrícola ao longo de todo o ano. Ali são produzidas em estufas durante o inverno todo o tipo de hortaliças típicas do verão.

Fauna e flora

Creta está isolada de qualquer continente, o que se reflete na diversidade e especificidade da sua fauna e flora. Em resultado do seu isolamento, a fauna e flora de Creta pode fornecer muitas pistas para a evolução das espécies. Ao contrário de outras regiões da Grécia, não há animais perigosos para o homem. Os antigos gregos atribuíam a inexistência de cobras venenosas ou grandes mamíferos como ursos, lobos ou chacais ao trabalho de Héracles, que levou um touro cretense vivo para o Peloponeso. Héracles queria honrar o local de nascimento de Zeus removendo todos os animais "prejudiciais" e "perigosos" de Creta. Mais tarde, os cretenses acreditaram que a ilha tinha sido limpa de criaturas perigosas pelo apóstolo Paulo, que passou por Creta e, segundo a lenda, teria vivido lá durante dois anos. São Paulo teria conseguido expelir aos animais perigosos através de exorcismo e bênçãos.

Em Heraclião há um museu de história natural, administrado pela Universidade de Creta, e dois aquários públicos: o Aquaworld em Chersonissos e o Cretaquarium em Gurnes, nos quais se podem ver seres marinhos comuns nas águas de Creta, ambos situados poucos quilómetros a leste de Heraclião.

No Pleistoceno Creta teve algumas espécies de mamíferos bastante peculiares pelo seu pequeno tamanho, como o elefante-pigmeu (Mammuthus creticus, Palaeoloxodon chaniensis ou Palaeoloxodon creutzburgi), o hipopótamo-pigmeu-de-creta (Hippopotamus creutzburgi) e o Candiacervus (um veado).

Os mamíferos atuais incluem o vulnerável kri-kri (Capra Aegagrus Creticus), a cabra selvagem de Creta, que vive no parque nacional de Samariá e nas ilhas de Thodorou, Dia e Agioi Pandes, o gato-bravo-cretense (Felis silvestris cretensis) e o rato-espinhoso-cretense (Acomys minous). Outros mamíferos terrestres incluem espécies ou susbespécies endémicas como a fuinha-cretense, a doninha-cretense, o texugo-cretense e o musaranho-cretense (Crocidura zimmermanni), esta última ameaçada de extinção. Outros mamíferos dignos de destaque são, por exemplo, o ouriço-cacheiro Hemiechinus auritus e o arganaz.

As espécies de morcego incluem o Rhinolophus blasii, o Rhinolophus hipposideros, o Rhinolophus ferrumequinum, o Myotis blythii, o morcego-lanudo (Myotis emarginatus), morcego-de-kuhl (Pipistrellus kuhlii), morcego-anão (Pipistrellus pipistrellus), morcego-de-savi (Hypsugo savii), morcego-hortelão (Eptesicus serotinus), morcego-orelhudo-castanho (Plecotus auritus), morcego-de-peluche (Miniopterus schreibersii), morcego-rabudo (Tadarida teniotis) e Myotis mystacinus.

Há uma grande variedade de aves, que incluem águias (principalmente em Lasíti), andorinhas (por toda a ilha no verão e todo o ano no sul da ilha), pelicanos (ao longo da costa), grous (em Gavdos, Gavdopula). As montanhas cretenses são refúgio para o abutre-barbudo, águia-real, grifo, falcão-da-rainha, falcão-peregrino, falcão-borni, peneireiro-vulgar, aluco, mocho-galego, gralha-cinzenta, gralha-de-bico-vermelho, gralha-de-bico-amarelo, poupa-eurasiática. A ilha possuía uma espécie de coruja denominada Coruja Cretense

Há diversas espécies de répteis e tartarugas. Em alguns locais há serpentes escondidas debaixo das rochas. Quando chove podem ver-se sapos e rãs. Os répteis incluem o Lacerta trilineata, camaleão-comum (Chamaeleo chamaeleon), Chalcides ocellatus, osga-moura (Tarentola mauritanica), Ablepharus, osga-turca (Hemidactylus turcicus), Cyrtopodion kotschyi, tartaruga-grega (Testudo graeca e Mauremys caspica).

Há quatro espécies de serpentes, nenhuma perigosa para o homem. Estas incluem a Zamenis situla, Hierophis gemonensis, Natrix tessellata e a única serpente venenosa, uma espécie de cobra-gato noturna que evoluiu para produzir um veneno fraco na parte detrás da boca para paralisar osgas e pequenos lagartos e que não é perigosa para humanos.

Entre as tartarugas podem mencionar-se a tartaruga-verde (Chelonia mydas) e a tartaruga-comum (Caretta caretta), ambas espécies ameaçadas. A última faz ninhos e desova nas praias da costa norte, em volta de Retimno e Chania, e na costa sul, ao longo do golfo de Messara.

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