Araçari-de-pescoço-vermelho
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Pteroglossus bitorquatus

O araçari-de-pescoço-vermelho (nome científico: Pteroglossus bitorquatus) é uma espécie de ave piciforme da família dos ranfastídeos (Ramphastidae), endêmica da Bolívia e do Brasil. Habita uma variedade de tipos de floresta, desde as terras baixas até terrenos montanhosos, principalmente floresta tropical úmida de terra firme, mas também mata de galeria no cerrado, bambu denso e floresta secundária madura. A espécie reconhecidamente engloba três subespécies. A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN) segue a taxonomia HBW e, portanto, avaliou separadamente os araçaris-de-pescoço-vermelho "ocidentais" e "orientais". Consta em várias lista de conservação do Brasil. Em algumas dessas listas é classificado como em perigo, apesar de que, dependendo da forma como a espécie é subdividida, às vezes consta como pouco preocupante dada sua ampla distribuição.

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O araçari-de-pescoço-vermelho tem cerca de 36 a 40 centímetros de comprimento e pesa 112 a 171 gramas. O bico da subespécie nominal possui maxila de cor amarela a branca esverdeada com preto e branco ao longo da borda que se assemelha a dentes. A mandíbula tem base branca que se inclina sob o preto do resto da mandíbula. É provavelmente sedentário, com movimentos locais limitados. Forrageia desde o nível médio até o dossel da floresta, sozinho, em pares ou em pequenos grupos. Sua dieta não é bem conhecida, mas é principalmente de frutas e provavelmente também inclui insetos, ovos e pequenos vertebrados. Presume-se que nidifique em cavidades de árvores como outros tucanos. Nada mais se sabe sobre sua biologia reprodutiva. Tem grande variedade de vocalizações.

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Origem do nome animal

O vernáculo araçaci origina-se do termo tupi arasa'ri como designativo genérico para várias aves da família dos ranfastídeos (Ramphastidae). Foi registrado em 1618 como arasari, em 1631 como arasary e em cerca de 1777 como araçari. É possível que tenha uma origem onomatopaica. O nome genérico Pteroglossus vem do grego antigo pteron, "pena", e glōssa, "língua". O epíteto específico bitorquatus deriva do latim bi-, "dois", e torquatus, "com faixas", "colarinho" (torques de colar).

Aparência

O araçari-de-pescoço-vermelho tem cerca de 36 a 40 centímetros (14 a 16 polegadas) de comprimento e pesa 112 a 171 gramas (4,0 a 6,0 onças). O bico da subespécie nominal possui maxila de cor amarela a branca esverdeada com preto e branco ao longo da borda que se assemelha a dentes. A mandíbula tem base branca que se inclina sob o preto do resto da mandíbula. Os machos adultos têm coroa enegrecida e rosto, queixo e garganta marrom-escuros. Seus olhos são cercados por pele nua de azul a cinza esverdeado. A nuca e o peito são vermelhos; faixas amarelas e pretas separam este último da garganta. O restante de suas partes superiores é verde escuro e suas partes inferiores são amarelas abaixo do peito. As fêmeas adultas têm coroa mais marrom, rosto e garganta mais claros e faixa amarela mais estreita acima do peito do que os machos. A subespécie P. b. reichenowi não possui faixa amarela acima do peito e a vermelha é menos extensa no peito. Seu bico tem aparência irregular perto da base da mandíbula, onde o preto e o branco se encontram. P. b. sturmii tem faixa amarela mais larga acima do peito vermelho. Os "dentes" na maxila são menos aparentes e a mandíbula é toda preta, exceto por faixa amarelo-alaranjada em sua base e ponta pálida.

Distribuição

Geografia

Continentes
Países
Reinos biogeográficos

As subespécies de araçari-de-pescoço-vermelho são encontradas nos seguintes lugares:

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  • P. b. sturmii, centro-norte do Brasil, ao sul do rio Amazonas, entre o rio Madeira e o rio Tapajós, ao sul até o estado de Rondônia e leste da Bolívia, e a leste próximo ao rio Xingu;
  • P. b. reichenowi, no Brasil, ao sul da Amazônia, entre o rio Tapajós e o rio Tocantins, e do sul até o norte de Mato Grosso;
  • P. b. bitorquatus, nordeste do Brasil ao sul da Amazônia, desde o rio Tocantins a leste até a costa atlântica no estado do Maranhão.

O araçari-de-pescoço-vermelho habita uma variedade de tipos de floresta, desde as terras baixas até terrenos montanhosos, principalmente floresta tropical úmida de terra firme, mas também mata de galeria no cerrado, bambu denso e floresta secundária madura. Em elevação, varia do nível do mar até cerca de 800 metros (2 600 pés).

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Araçari-de-pescoço-vermelho Mapa do habitat
Araçari-de-pescoço-vermelho Mapa do habitat
Araçari-de-pescoço-vermelho
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Hábitos e estilo de vida

O araçari-de-pescoço-vermelho é provavelmente sedentário, com movimentos locais limitados. Forrageia desde o nível médio até o dossel da floresta, sozinho, em pares ou em pequenos grupos. Sua dieta não é bem conhecida, mas é principalmente de frutas e provavelmente também inclui insetos, ovos e pequenos vertebrados. A época de reprodução do araçari-de-pescoço-vermelho em grande parte de sua distribuição vai de fevereiro a agosto, mas em algumas áreas é de abril a setembro e na Bolívia é de julho a dezembro. Presume-se que nidifique em cavidades de árvores como outros tucanos. Nada mais se sabe sobre sua biologia reprodutiva. Tem grande variedade de vocalizações, variadamente repetidas notas tik ou tek, repetidas ttak ou tyat e notas ik únicas, um tweah e chamadas dcheeeaah semelhantes a rosnados.

Estilo de vida
Comportamento sazonal
Canto do pássaro

População

Conservação

A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN) segue a taxonomia HBW e, portanto, avaliou separadamente os araçaris-de-pescoço-vermelho "ocidentais" e "orientais". O "ocidental" P. b. sturmii foi originalmente classificado como quase ameaçado, mas no final de 2021 foi rebaixado para espécie de menor preocupação. Tem grande variedade, mas seu tamanho populacional não é conhecido e acredita-se que esteja diminuindo. O "oriental" P. b. reichenowi + P. b. bitorquatus é avaliado como "em perigo". Também tem grande variedade, mas seu tamanho populacional também não é conhecido e acredita-se que esteja diminuindo. O desmatamento contínuo na bacia amazônica é a principal ameaça para ambas as populações.

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Em 2007, o nominal P. b. bitorquatus foi classificado como vulnerável na Lista de espécies de flora e fauna ameaçadas de extinção do Estado do Pará; como vulnerável na Portaria MMA N.º 444 de 17 de dezembro de 2014; em 2018, como vulnerável no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); e em 2022, como em perigo no anexo dois (aves) da Lista Oficial da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção da Portaria MMA N.º 148, de 7 de junho de 2022. O Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do ICMBio ainda avalia as subespécies P. b. reichenowi e P. b. sturmii como pouco preocupantes, mas a espécie, de uma maneira geral, como quase ameaçada.

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Referências

1. Araçari-de-pescoço-vermelho artigo na Wikipédia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Ara%C3%A7ari-de-pesco%C3%A7o-vermelho
2. Araçari-de-pescoço-vermelhono site da Lista Vermelha da IUCN - https://www.iucnredlist.org/species/22728132/94971638
3. Canto do pássaro - https://xeno-canto.org/671206

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