Apesar do nome vulgar "cobra-de-vidro", estes animais são, de facto, lagartos. Entre as características que os diferenciam das cobras estão:
A pele tem um toque suave e é composta por escamas não sobrepostas. Tal como outros lagartos, o licranço autotomiza-se, o que significa que podem perder a cauda, de forma a fugir a predadores. A cauda volta, depois, a crescer, mas raramente atinge o tamanho inicial. As fêmeas têm frequentemente uma risca no dorso, enquanto que o macho pode ter manchas azuladas.
São animais diurnos, gostando de se aquecer ao sol. São carnívoros e, como se alimentam de lagartas, larvas e lesmas, encontram-se frequentemente junto a campos com erva.
As fêmeas dão à luz crias plenamente desenvolvidas. São, portanto, animais ovovivíparos. As fêmeas podem ser encontradas, nos dias antes do parto, em locais soalheiros e quentes, tomando banhos de sol.
São comuns em jardins e especialmente benéficos, já que ajudam a controlar pragas prejudiciais de insectos e lesmas.
Os animais adultos conseguem atingir até 50 cm de comprimento e são conhecidos pela sua excepcional longevidade; acredita-se que sejam o tipo de lagarto com maior tempo de vida.
Existe o mito popular que a mordida dum licranço pode matar e as pessoas mal avistam um apressam-se a matá-lo, este animal até teve direito ao provérbio «picada de licranço dá sete dias sem descanso». Apesar disso, o licranço não possui veneno ou peçonha.