Jacaré-açu
Reino
Filo
Subfilo
Classe
Ordem
Família
Género
Espécies
Melanosuchus niger
Vida útil
13-80 years
Velocidade máxima
48
30
km/hmph
km/h mph 
Peso
95-300
209-660
kglbs
kg lbs 
Comprimento
2.8-4.3
9.2-14.1
mft
m ft 

O jacaré-açu (Melanosuchus niger) é uma espécie de jacaré exclusiva da América do Sul. Também conhecido como jacaré-negro ou jacaré-preto, é um predador de topo de cadeia alimentar. Exemplares adultos de grandes dimensões podem predar qualquer animal de seu habitat, inclusive outros predadores de topo, como pumas, onças, jiboias e sucuris, se forem surpreendidos por esses répteis. Normalmente, se alimenta de pequenos animais, como tartarugas, peixes, capivaras e veados. É uma espécie que esteve à beira da extinção, devido ao valor comercial do seu couro de cor negra e da sua carne. Atualmente, encontra-se protegido e sua população encontra-se estável no Brasil. É a maior espécie de jacaré, podendo atingir até 4,5 metros de comprimento e mais de trezentos quilogramas. Porém já foram encontrados exemplares com mais de 5 metros de comprimento e possivelmente meia tonelada de peso.

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Distribuição

Geografia

Esta espécie se encontra amplamente distribuída por diversos países da América do Sul além do Brasil: Colômbia, Equador, Bolívia, Guiana Francesa, Guiana e Peru. Porém, é no território brasileiro, na Bacia Amazônica, que sua maior parte da população habita, cerca de 70% de todos os indivíduos registrados. No Brasil, sua distribuição abrange todos os estados da região norte e dois estados da região centro-oeste, Goiás e Mato Grosso. Porém, Vasquez (1991) detalha que no Brasil a sua ocorrência está nas bacias dos rios Juruá, Purus, Madeira, Tapajós, Xingu, Araguaia, Tocantins, Negro, Mapuera, Pará e Amazonas, englobando algumas ilhas próximas à foz do rio Amazonas. A área de ocorrência da espécie, contabilizada pela extensão das bacias hidrográficas, chega a, aproximadamente, 4.265.277,2 Km2 e sua área de ocupação maior que 20.000 km2.

Jacaré-açu Mapa do habitat

Zonas climáticas

Jacaré-açu Mapa do habitat

Hábitos e estilo de vida

Os crocodilianos contam com ossos fortes e porosos, apresentam uma musculatura forte na mandíbula que os permite uma grande abertura da boca e um fechamento rápido. Eles apresentam uma válvula palatal, que é responsável para que a respiração ocorra até mesmo quando a boca contém água ou alimento. Algumas espécies são capazes de suportar diversos níveis de salinidade devido às glândulas dessalinizadoras, que os permite habitar em águas salgadas e salobras, presentes em mangues e estuários.

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Como são animais ectotérmicos e aquáticos, esses seres apresentam adaptações e comportamentos diferenciados para condições climáticas variadas. Por exemplo, seu controle de temperatura corporal ocorre através de trocas de energia com o ambiente, e sua termorregulação é relacionada com as atividades de alimentação, digestão, reprodução e crescimento.

Com relação às famílias da ordem Crocodylia, essas se diferenciam através da morfologia da cabeça, que está relacionada com suas estratégias e preferências alimentares. No caso dos indivíduos da família Alligatoridae, onde o M. niger se encontra, o rosto costuma ser mais largo e a cabeça mais curta.

A espécie Melanosuchus niger é caracterizada pelo seu focinho largo, liso e com uma crista pré-ocular. Sua coloração no dorso é negra com a presença de listras verticais na coloração branca ou amarelada. A mandíbula apresenta manchas acinzentadas nos indivíduos jovens e marrom nos indivíduos adultos. Já os olhos apresentam íris de cor esverdeada.

Essa espécie ocupa uma variedade de habitats, sendo eles grandes rios, riachos, lagos marginais e algumas áreas de inundação sazonal. Na Amazônia, encontra-se sua maioria nos lagos de planície de inundação. No passado, as reações de habitat dos jacarés amazônicos sofreram severas mudanças devido a redução dos indivíduos de M. niger. Tende a preferir águas mais calmas, vivendo em lagos com conexão à grandes rios, em rios de águas escuras, em igarapés, igapós e áreas alagadas. Possuem menor propensão a habitarem águas salobras ou salinas.

Da família Alligatoridae, o jacaré-açu é o maior membro, com machos adultos chegando a ultrapassar 5 metros de comprimento. O tamanho médio da fêmea adulta é de 2,8 metros.

Possuem um comportamento complexo de locomoção, termorregulação, forrageamento, hierarquia, interações interespecíficas, territorialidade e comportamento social. As fêmeas apresentam cuidado parental meticuloso desde a construção do ninho (nidificação), na proteção destes contra possíveis predadores até o nascimento da prole, permanecendo junto aos filhotes até um ano de vida.

A hierarquia geralmente ocorre com espécies que possuem indivíduos machos grandes e fortes, impedindo que outros disputem companheiros e recursos, como alimento, locais para se reproduzir e potenciais parceiros. No caso do M. niger a distribuição destes recursos afeta diretamente um dos sexos, priorizando um de possuir inúmeros acasalamentos. A fêmea prefere machos dominantes, mas há casos de registros de acasalamento com machos subordinados, o que gera nesta espécie a poliandria, a paternidade múltipla. Esse tipo de paternidade proporciona importante aumento populacional da espécie, o que permite desenvolver estratégias de manejo, conservação e proteção da espécie.

A territorialidade está intimamente ligada ao tipo de alimentação nas diferentes fases de desenvolvimento da espécie. Os adultos, por possuírem maior força e musculatura e, consequentemente, maior necessidade nutritiva, se encontram em ambientes lóticos, nos quais há maior probabilidade de encontrar uma maior presa. Já os filhotes desta espécie evitam locais com indivíduos maiores por precaução ao canibalismo, o que ocorre frequentemente com os crocodilianos.

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Comportamento sazonal

Dieta e nutrição

O Jacaré-açu é um animal carnívoro que, quando jovem, tende a se alimentar principalmente de insetos, caranguejos, caramujos e aranhas. Conforme esses indivíduos se desenvolvem e aumentam em peso e tamanho, sua alimentação evolui para incluir vertebrados maiores, como peixes e mamíferos.

Hábitos de acasalamento

Comportamento de acasalamento

M. niger, como todos os crocodilos, é uma espécie conhecida por formar seus ninhos em montículos (montes). As fêmeas alcançam a maturidade sexual quando possuem em torno de 2 metros de comprimento, e o tamanho médio de ninhada é de 39 ovos. Esses ovos tendem a ser grandes, pesando em média 143,6 g cada.

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Em estudos realizados na APA (Área de Proteção Ambiental) Meandros do Rio Araguaia, estima-se que o período de postura desses animais se inicie no final de setembro, tendo seu pico em outubro e eclosão dos ovos a partir do final do mês de novembro, com base no tamanho dos embriões avaliados. Já em um estudo da RESEX (Reserva Extrativista) Lago do Cuniã, em 2008, as primeiras posturas só começaram a ocorrer quando o nível da água do rio Madeira alcançou cotas inferiores a cinco metros.

Com relação ao habitat para nidificação (construção do ninho), as fêmeas de M. niger costumam ser mais exigentes do que as de Caiman crocodilus. As fêmeas de jacaré-açu preferem corpos d’água mais isolados. Já no caso dos indivíduos da APA Meandros do Rio Araguaia, a preferência foi dada para lagos pequenos e marginais.

O sexo da espécie, como dos demais crocodilianos, costuma ser determinado pela temperatura em que ocorre a incubação, o que também tende a afetar o tamanho desses indivíduos, sendo que os ninhos com temperaturas mais altas geram jovens maiores do que os ninhos encontrados em baixas temperaturas. Os ninhos costumam ser construídos com folhas, gravetos e cipós.

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População

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Referências

1. Jacaré-açu artigo na Wikipédia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Jacar%C3%A9-a%C3%A7u
2. Jacaré-açuno site da Lista Vermelha da IUCN - http://www.iucnredlist.org/details/13053/0

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