Muriqui-do-norte

Muriqui-do-norte

Mono-da-cara-manchada, Mono-carvoeiro, Mono, Buriqui, Buriquim, Mariquim, Miriqui, Muriquina

Reino
Filo
Subfilo
Classe
Ordem
Subordem
Infraordem
Família
Género
Espécies
Brachyteles hypoxanthus
Tamanho da população
855
Vida útil
30 years
Peso
7-15
15.4-33
kglbs
kg lbs 
Comprimento
120-132.5
47.2-52.2
cminch
cm inch 

O muriqui-do-norte, mono-da-cara-manchada ou mono-carvoeiro (nome científico: Brachyteles hypoxanthus), também conhecido simplesmente como mono, buriqui, buriquim, mariquim, miriqui ou muriquina, é uma espécie de Macaco do Novo Mundo, da família dos atelídeos (Atelidae) e gênero braquiteles (Brachyteles), endêmico da Mata Atlântica brasileira. Já foi considerado uma subespécie de muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides), sendo considerado uma espécie separada atualmente. Não é claro qual grupo de primata é mais próximo dos muriquis, mas alguns estudos apontam para uma ancestralidade comum do gênero braquiteles com o macaco-barrigudo (gênero Lagothrix).

Mostrar mais

Ocorria desde o sul da Bahia, até o sul de Minas Gerais, sendo, provavelmente, a Serra da Mantiqueira como barreira geográfica com o muriqui-do-sul. Ocorre na floresta estacional semidecidual, não sendo necessário que a floresta seja primária. Prefere ficar nos estratos mais altos da floresta, mas pode descer até o chão. Atualmente, sua ocorrência é reduzida a poucos fragmentos de floresta em Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Rio de Janeiro.

É o maior primata sul-americano, chegando a pesar até 15 quilos. Possui longos braços e uma cauda preênsil, que permite a braquiação. Ao contrário do muriqui-do-sul, possui manchas esbranquiçadas na face negra, assim como um polegar vestigial. Os testículos são volumosos, consequência de um sistema de acasalamento promíscuo.

É uma espécie considerada como "criticamente em perigo" pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Isso se deve principalmente a alta fragmentação da Mata Atlântica e à caça, que pode levar pequenas populações reduzidas à extinção rapidamente. Calcula-se que deva existir pouco mais de 850 indivíduos, localizados em fragmentos de floresta isolados entre si. A maior população encontra-se na Reserva Particular do Patrimônio Natural Feliciano Miguel Abdala, que tem cerca de 900 hectares. Apesar da alta fragmentação do habitat, existe uma rede unidades de conservação que se bem manejada, pode salvar a espécie da extinção. Existem poucos indivíduos em cativeiro, e apenas o Centro de Primatologia do Rio de Janeiro mantém um programa de reprodução em cativeiro.

Mostrar menos

Aparência

Os muriquis são os maiores Macacos do Novo Mundo, pesando entre 12 a 15 quilos, com o corpo medindo até 78 centímetros de comprimento e a cauda, 79 centímetros. Esses dados de peso são questionáveis, visto que são de animais em cativeiro, e dados de indivíduos em liberdade são significativamente menores do que esses: o macho, pesa em média 9,6 quilos, e a fêmea 8,3 quilos. Indivíduos do Pleistoceno, poderiam chegar a 20 quilos. Possui longos membros, e uma cauda preênsil, lembrando, nestes aspectos, o macaco-aranha. A pelagem é densa, e na maior parte das vezes é amarela-amarronzada. O muriqui-do-norte possui a face negra, com manchas esbranquiçadas, que podem ser usadas para diferenciar indivíduos, contrastando com o muriqui-do-sul, que possui toda a face de cor negra. Essas manchas aparecem quando o animal se torna adulto. Também, diferenciando das populações de muriquis ao sul, possui um pequeno polegar, mas distinguível, ao contrário da outra espécie, que não possui polegar, ou é vestigial. O dimorfismo sexual não é muito acentuado, mas os machos tendem a ser maios pesados, e apesar do comprimento do corpo ser semelhante entre os dois sexos, machos possuem membros e a cauda um pouco mais curtos. Os dados atuais, contrastam com os primeiros estudos dos muriquis, que os consideravam espécies com grande dimorfismo sexual. É notável, em indivíduos de ambos os sexos e em todas as idades, que o ventre é bastante proeminente, dando a impressão de estar inchado.

Mostrar mais

As manchas brancas da face também estão presentes no escroto. Os testículos dos muriquis são muito volumosos se comparado com animais de porte semelhante, como Ateles geoffroyi, tendo em média, 952,4 milímetros cúbicos de volume. O pênis possui um báculo de 18 milímetros de comprimento, a glande é curta, em formato de funil, achatada na ponta. A superfície da glande é complexa, com vários sulcos e circunvoluções. O corpo do pênis possui o músculo bulbocavernoso é desenvolvido, sugerindo papel importante no sistema de acasalamento do muriqui.

Os muriquis possuem a capacidade de braquiação, como os macacos-aranhas, e por isso apresenta adaptações semelhantes na anatomia locomotora. Possuem cauda preênsil, muito comprida, com uma região na ponta sem pelos: essa cauda também é uma das mais compridas quando comparada aos outros macacos sul-americanos. As mãos com o polegar rudimentar e outros dedos muito longos tem relação com a locomoção braquiadora assistida pela cauda preênsil. As adaptações do gênero braquiteles lembram uma versão maior das do gênero Ateles: a escápula é posicionada dorsalmente à caixa torácica e alongada rostro-caudalmente, com a fossa glenoide apontando em direção frontal, mesmo quando os braços estão em posição de descanso. Os membros superioress são muito longos, e como no macaco-aranha, são cerca de 5% maior que os membros inferiores. Em comparação ao resto do corpo, os braços dos muriquis são cerca de 40% maiores. O úmero também é muito semelhante ao do macaco-aranha, com uma cabeça globosa.

Mostrar menos

Vídeo

Distribuição

Geografia

O muriqui-do-norte é encontrado nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Recentemente, foi registrado a ocorrência da espécie no Rio de Janeiro, mas em número muito reduzido. O limite norte da espécie é o rio Jequiriçá, incluindo as florestas da margem direita do rio Paraguaçu. Não ocorre nas florestas de terras baixas do extremo sul da Bahia e norte do Espírito Santo. O limite sul não é muito claro, mas provavelmente a espécie não ocorre ao sul da Serra da Mantiqueira.

Mostrar mais

Vivem em florestas entre 600 e 1 800 metros de altitude, na Mata Atlântica, vivendo nos estratos mais altos das copas das árvores. É preponderante que as florestas possuam árvores de grande porte para serem habitadas por muriquis. Apesar de passarem a maior parte do tempo em cima das árvores, eles podem descer até o chão, principalmente em ambientes de floresta degradada. Habitam predominantemente a floresta estacional semidecidual, dando preferência por floresta primária ou em estágios avançados de regeneração, mas essa preferência parece ser somente na estação mais seca do ano. Ademais, foi reportada a presença da espécie em remanescentes de floresta altamente perturbados pelo homem.

Atualmente, sua distribuição geográfica está restrita e fragmentada, tendo quase que desaparecido do estado da Bahia, embora foi registrada uma pequena população no vale do rio Jequitinhonha, próximo a Minas Gerais. Ocorre em 12 localidades, espalhadas em cerca de 158 665 hectares, sendo que seis dessas são em propriedades particulares, e seis em áreas de proteção integral públicas. A maior população conhecida se localiza em Minas Gerais, na cidade de Caratinga, na Reserva Particular do Patrimônio Natural Feliciano Miguel Abdala.

Mostrar menos
Muriqui-do-norte Mapa do habitat

Zonas climáticas

Muriqui-do-norte Mapa do habitat
Muriqui-do-norte
Attribution-ShareAlike License

Hábitos e estilo de vida

Comportamento sazonal

Hábitos de acasalamento

Comportamento de acasalamento

População

Referências

1. Muriqui-do-norte artigo na Wikipédia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Muriqui-do-norte
2. Muriqui-do-norteno site da Lista Vermelha da IUCN - https://www.iucnredlist.org/species/2994/9529636

Animais mais fascinantes para aprender