Região

Minas Gerais

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Minas Gerais é uma das 27 unidades federativas do Brasil, sendo o quarto estado com a maior área territorial e o segundo em quantidade de habitantes, localizada na Região Sudeste do país.

Geografia

Minas Gerais é uma das 27 unidades federativas do Brasil, localizada na Região Sudeste do país, limitando-se com os estados de São Paulo a sul e sudeste, Rio de Janeiro a sudeste, Mato Grosso do Sul a oeste, Goiás e Distrito Federal a noroeste, Bahia (a norte e nordeste) e Espírito Santo a norte e leste, tendo um total de 4 727 km de linha fronteiriça. A área do estado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 586 522,122 km² (um pouco menor que a soma das áreas ocupadas por Portugal e Espanha juntos, de 596 994 km²) e equivale a 6,89% do território brasileiro, sendo o quarto maior estado em tamanho territorial (depois de Amazonas, Pará e Mato Grosso), dos quais 2 525,8 km² estão em perímetro urbano. A distância linear entre os pontos extremos estaduais é de 1 248 km no sentido leste–oeste e 986 no sentido norte–sul.

Relevo

A maior parte do território mineiro apresenta altitudes que oscilam entre 900 e 1 500 metros, tendo predominância de planaltos com escarpas e depressões, mais notáveis na região central. O ponto mais alto do estado é o Pico da Bandeira, situado na divisa com o Espírito Santo, com 2 891 metros de altitude (o terceiro maior do país), seguido pelo Pico do Cristal com 2 780 metros. Além da Serra do Caparaó, onde está o pico da Bandeira, outros maciços montanhosos merecem destaque no território mineiro, dentre eles a Serra do Espinhaço, que segue do centro em direção ao norte do estado até o limite com a Bahia. Ao sul, delimitando a fronteira com os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, está a Serra da Mantiqueira na qual se situam alguns dos mais altos picos do país, como o Agulhas Negras com 2 787 metros de altitude. Outras cadeias montanhosas de menor porte espalham-se por todo o estado, dentre as mais notáveis a Serra da Canastra e do Lenheiro.

Oficialmente, as formas de relevo existentes no estado de Minas Gerais podem ser divididas nos seguintes tipos de unidades geomorfológicas: planalto Cristalino, serra do Espinhaço, depressão do rio São Francisco, planalto do São Francisco e planalto do Paraná. O planalto cristalino possui altitudes médias de 800 metros — sendo reduzida ao aproximar-se da Zona da Mata —, apresentando depressões onde originam-se os vales dos rios Jequitinhonha e Doce. A serra do Espinhaço possui altitude média de 1 300 metros, relevando-se por dividir a bacia do rio São Francisco com as bacias hidrográficas costeiras. A depressão do rio São Francisco tem altitude média de 500 metros e está presente na parte oeste de Minas, em sentido norte-sul. O planalto do São Francisco tem altitude média de mil metros e é composto por chapadões acidentados entrelaçados por vales. Por fim, o planalto do Paraná tem altitude média de 600 metros e corresponde ao sudoeste mineiro, sendo cortado por rios como o da Prata, Tijuco e o Araguari.

Hidrografia

Na rede hidrográfica, entre os principais rios do estado de Minas Gerais estão o Doce, que nasce entre as encostas das serras da Mantiqueira e Espinhaço e percorre 853 km até desaguar no Oceano Atlântico, no Espírito Santo; o Grande, cuja nascente está na Serra da Mantiqueira, no município de Bocaina de Minas, percorrendo 1 360 km até o Rio Paranaíba, formando assim o Rio Paraná (no estado de São Paulo); o Paranaíba, que nasce na Mata da Corda, em Paranaíba, e tem aproximadamente 1 070 km; o São Francisco, que nasce na Serra da Canastra, percorre 2 830 km, cortando a Bahia e passando por Pernambuco, Sergipe e Alagoas até desaguar no oceano, sendo suas águas essenciais para o turismo, lazer, irrigação e transporte em várias cidades, especialmente no norte mineiro e, por fim, o Jequitinhonha, que nasce na serra do Espinhaço, em Serro, e percorre 920 km até sua foz no Atlântico. Outros rios importantes do estado são o Mucuri, Pardo, Paraíba do Sul, São Mateus e das Velhas. O Parque Estadual do Rio Doce abriga o maior sistema lacustre do estado. Contudo, existem importantes reservatórios de usinas hidrelétricas, como a Represa de Furnas no sul e a Três Marias no centro do estado.

Devido à grande quantidade de nascentes, o estado é conhecido como a caixa-d'água do Brasil, tendo muitos desses rios relevância energética, agrícola e turística, com grande presença de usinas hidrelétricas, canais para irrigação e atividades de lazer. 16 bacias hidrográficas compõem o estado de Minas Gerais, sendo a maior delas a do São Francisco, que abrange uma área de 2,3 milhões de km² no estado. Quatro regiões hidrográficas abrangem o território mineiro, sendo elas a do São Francisco (tendo como principais componentes, em Minas, os rios São Francisco, das Velhas e Paracatu), do Atlântico Leste (rios como São Mateus, Doce, Itaúnas e Itabapoana), do Atlântico Sudeste e do Paraná (composta pelas sub-bacias dos rios Paranaíba e Grande). Na estação das secas é observado um menor volume das águas, sendo que no norte mineiro alguns cursos chegam a secar nos períodos de estiagem. Já na estação das chuvas ocorre a cheia dos rios e, por vezes, enchentes.

Clima

No estado de Minas Gerais, predominam quatro tipos distintos de clima: o clima subtropical de altitude (Cwb, segundo a Classificação climática de Köppen-Geiger), que ocorre nas regiões mais elevadas das serras da Canastra, Espinhaço e Mantiqueira e em pequenas áreas próximas às cidades de Araguari e Carmo do Paranaíba, tendo estiagens no inverno e temperaturas amenas durante o ano e cuja temperatura média do mês mais quente é inferior a 22 °C; o clima subtropical de inverno seco — e com temperaturas inferiores a 18 °C — e verão quente — temperaturas maiores de 22 °C — (Cwa), observado a norte das serras do Espinhaço e do Cabral; clima tropical com inverno seco (Aw), que predomina no Triângulo Mineiro, na Zona da Mata, Vale do Rio Doce e em quase toda a metade norte do estado, tendo estação seca no inverno e chuvas abundantes no verão, com precipitações anuais entre 750 mm a 1 800 mm; e o clima tropical semiúmido com chuvas no verão (As), que ocorre no norte mineiro, com precipitações anuais sempre inferiores a 1 000 mm e por vezes menores que 750 mm. Segundo a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), o clima semiárido está presente em 88 municípios mineiros, todos no norte do estado, muitos dos quais estão em processo de desertificação.

O estado sofre influência de frentes frias durante todo o ano, no entanto, no inverno, a presença do anticiclone do Atlântico Sul impede o avanço da umidade, mantendo os dias secos e ensolarados, e favorece a influência de massas de ar frio, configurando-se a estação seca. Entre o final da primavera e começo do verão (principalmente entre novembro e março), com o afastamento do anticiclone, as frentes frias atuam com maior intensidade e há uma intensa organização da convecção tropical, manifestada por uma banda de nebulosidade convectiva, as chamadas zonas de convergência — dentre as quais a zona de convergência do Atlântico Sul (ZCAS) é a que mais afeta o estado, provocando dias seguidos de chuvas intensas em algumas regiões. Devido à nebulosidade, as chuvas causadas pelas ZCAS e por frentes frias são capazes de provocar quedas de temperatura, que normalmente fica elevada nessa época, devido à atuação de massas de ar quente continentais.

Ecologia e meio ambiente

Originalmente, a cobertura vegetal de Minas Gerais era constituída por quatro biomas principais: Cerrado, Mata Atlântica, Campos Rupestres e a mata seca. O cerrado é o bioma predominante, sendo observado em 50% do território mineiro, mais presente na porção oeste do estado. A vegetação é predominantemente rasteira, composta por gramíneas, arbustos e árvores, tendo como representantes da fauna tamanduá, tatu, anta, jiboia, cascavel e o cachorro-do-mato, além de espécies ameaçadas de extinção, como o lobo-guará, o veado-campeiro e o pato-mergulhão.

A Mata Atlântica ocupa a segunda maior área de ocorrência em Minas Gerais, predominando nas regiões da Zona da Mata, Campos das Vertentes, Sul, Metropolitana de Belo Horizonte, Vale do Rio Doce e Vale do Mucuri, no entanto foi fortemente devastada, ocorrendo atualmente em áreas restritas. A vegetação é densa e, devido ao elevado índice pluviométrico, bastante verde, sendo possível encontrar bromélias, cipós, samambaias, orquídeas e líquens e, na fauna, macacos, preguiças, capivaras, onças, araras, papagaios e beija-flores. Os campos rupestres possuem cobertura vegetal de menor porte e são típicos das terras altas do estado, tendo vegetação herbácea e poucas árvores, apresentando raposas, veados, micos, capivaras e cobras. Já a mata seca é uma fitocenose do cerrado e ocorre no norte do estado, no vale do rio São Francisco, apresentando plantas espinhosas e com galhos secos, dentre as quais destacam-se as barrigudas, os ipês e os pau-ferros na flora e a ariranha, a onça, a anta, a capivara e a águia-pescadora na fauna.

Segundo o Instituto Estadual de Florestas (IEF), o estado contava, em 2012, com onze estações ecológicas (que protegiam um total de 12 528,9812 ha.), nove reservas biológicas (16 977,35 ha.), onze monumentos naturais (8 581,8 ha.), quatro refúgios de vida silvestre (22 292,76 ha.), 16 áreas de proteção ambiental (APA — 2 154 705,71 ha.), duas florestas estaduais (4 538,87 ha.), uma reserva de desenvolvimento sustentável (4 538,87 ha.), 182 reservas particulares do patrimônio natural (RPPN — 90 148,39 ha.), e 23 parques estaduais. Sete parques nacionais também estão situados em Minas Gerais: Caparaó, Grande Sertão Veredas, Itatiaia, Cavernas do Peruaçu, Sempre-Vivas, Serra da Canastra e Serra do Cipó, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A Serra do Cipó é inclusive a maior comunidade vegetal em espécies por metro quadrado do mundo.

Apesar da existência das áreas de preservação, o estado ainda apresenta consideráveis índices de desmatamento, encontrando-se com 9,84% de seu território dentro do polígono das secas, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Outra situação grave é a da Mata Atlântica, cujo bioma perdeu um espaço de 10 572 ha. entre 2011 e 2012 em Minas Gerais, o que representa 44% do total desmatado em todo país.

A Mata Atlântica, que já chegou a se estender do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte de hoje, foi quase totalmente devastada, restando atualmente apenas 5% de sua vegetação original (cerca de 52 000 km²); em Minas Gerais, cobria cerca de 81,8% da área que corresponde ao atual estado, mas hoje esse percentual é de apenas de 7%, sendo os principais responsáveis pelo desflorestamento, no período colonial, a extração do pau-brasil e as plantações de cana-de-açúcar e café e, mais recentemente, a mineração e a agropecuária. Por outro lado, muitos projetos do governo e iniciativas privadas estão tentando reverter este quadro.

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Minas Gerais é uma das 27 unidades federativas do Brasil, sendo o quarto estado com a maior área territorial e o segundo em quantidade de habitantes, localizada na Região Sudeste do país.

Geografia

Minas Gerais é uma das 27 unidades federativas do Brasil, localizada na Região Sudeste do país, limitando-se com os estados de São Paulo a sul e sudeste, Rio de Janeiro a sudeste, Mato Grosso do Sul a oeste, Goiás e Distrito Federal a noroeste, Bahia (a norte e nordeste) e Espírito Santo a norte e leste, tendo um total de 4 727 km de linha fronteiriça. A área do estado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 586 522,122 km² (um pouco menor que a soma das áreas ocupadas por Portugal e Espanha juntos, de 596 994 km²) e equivale a 6,89% do território brasileiro, sendo o quarto maior estado em tamanho territorial (depois de Amazonas, Pará e Mato Grosso), dos quais 2 525,8 km² estão em perímetro urbano. A distância linear entre os pontos extremos estaduais é de 1 248 km no sentido leste–oeste e 986 no sentido norte–sul.

Relevo

A maior parte do território mineiro apresenta altitudes que oscilam entre 900 e 1 500 metros, tendo predominância de planaltos com escarpas e depressões, mais notáveis na região central. O ponto mais alto do estado é o Pico da Bandeira, situado na divisa com o Espírito Santo, com 2 891 metros de altitude (o terceiro maior do país), seguido pelo Pico do Cristal com 2 780 metros. Além da Serra do Caparaó, onde está o pico da Bandeira, outros maciços montanhosos merecem destaque no território mineiro, dentre eles a Serra do Espinhaço, que segue do centro em direção ao norte do estado até o limite com a Bahia. Ao sul, delimitando a fronteira com os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, está a Serra da Mantiqueira na qual se situam alguns dos mais altos picos do país, como o Agulhas Negras com 2 787 metros de altitude. Outras cadeias montanhosas de menor porte espalham-se por todo o estado, dentre as mais notáveis a Serra da Canastra e do Lenheiro.

Oficialmente, as formas de relevo existentes no estado de Minas Gerais podem ser divididas nos seguintes tipos de unidades geomorfológicas: planalto Cristalino, serra do Espinhaço, depressão do rio São Francisco, planalto do São Francisco e planalto do Paraná. O planalto cristalino possui altitudes médias de 800 metros — sendo reduzida ao aproximar-se da Zona da Mata —, apresentando depressões onde originam-se os vales dos rios Jequitinhonha e Doce. A serra do Espinhaço possui altitude média de 1 300 metros, relevando-se por dividir a bacia do rio São Francisco com as bacias hidrográficas costeiras. A depressão do rio São Francisco tem altitude média de 500 metros e está presente na parte oeste de Minas, em sentido norte-sul. O planalto do São Francisco tem altitude média de mil metros e é composto por chapadões acidentados entrelaçados por vales. Por fim, o planalto do Paraná tem altitude média de 600 metros e corresponde ao sudoeste mineiro, sendo cortado por rios como o da Prata, Tijuco e o Araguari.

Hidrografia

Na rede hidrográfica, entre os principais rios do estado de Minas Gerais estão o Doce, que nasce entre as encostas das serras da Mantiqueira e Espinhaço e percorre 853 km até desaguar no Oceano Atlântico, no Espírito Santo; o Grande, cuja nascente está na Serra da Mantiqueira, no município de Bocaina de Minas, percorrendo 1 360 km até o Rio Paranaíba, formando assim o Rio Paraná (no estado de São Paulo); o Paranaíba, que nasce na Mata da Corda, em Paranaíba, e tem aproximadamente 1 070 km; o São Francisco, que nasce na Serra da Canastra, percorre 2 830 km, cortando a Bahia e passando por Pernambuco, Sergipe e Alagoas até desaguar no oceano, sendo suas águas essenciais para o turismo, lazer, irrigação e transporte em várias cidades, especialmente no norte mineiro e, por fim, o Jequitinhonha, que nasce na serra do Espinhaço, em Serro, e percorre 920 km até sua foz no Atlântico. Outros rios importantes do estado são o Mucuri, Pardo, Paraíba do Sul, São Mateus e das Velhas. O Parque Estadual do Rio Doce abriga o maior sistema lacustre do estado. Contudo, existem importantes reservatórios de usinas hidrelétricas, como a Represa de Furnas no sul e a Três Marias no centro do estado.

Devido à grande quantidade de nascentes, o estado é conhecido como a caixa-d'água do Brasil, tendo muitos desses rios relevância energética, agrícola e turística, com grande presença de usinas hidrelétricas, canais para irrigação e atividades de lazer. 16 bacias hidrográficas compõem o estado de Minas Gerais, sendo a maior delas a do São Francisco, que abrange uma área de 2,3 milhões de km² no estado. Quatro regiões hidrográficas abrangem o território mineiro, sendo elas a do São Francisco (tendo como principais componentes, em Minas, os rios São Francisco, das Velhas e Paracatu), do Atlântico Leste (rios como São Mateus, Doce, Itaúnas e Itabapoana), do Atlântico Sudeste e do Paraná (composta pelas sub-bacias dos rios Paranaíba e Grande). Na estação das secas é observado um menor volume das águas, sendo que no norte mineiro alguns cursos chegam a secar nos períodos de estiagem. Já na estação das chuvas ocorre a cheia dos rios e, por vezes, enchentes.

Clima

No estado de Minas Gerais, predominam quatro tipos distintos de clima: o clima subtropical de altitude (Cwb, segundo a Classificação climática de Köppen-Geiger), que ocorre nas regiões mais elevadas das serras da Canastra, Espinhaço e Mantiqueira e em pequenas áreas próximas às cidades de Araguari e Carmo do Paranaíba, tendo estiagens no inverno e temperaturas amenas durante o ano e cuja temperatura média do mês mais quente é inferior a 22 °C; o clima subtropical de inverno seco — e com temperaturas inferiores a 18 °C — e verão quente — temperaturas maiores de 22 °C — (Cwa), observado a norte das serras do Espinhaço e do Cabral; clima tropical com inverno seco (Aw), que predomina no Triângulo Mineiro, na Zona da Mata, Vale do Rio Doce e em quase toda a metade norte do estado, tendo estação seca no inverno e chuvas abundantes no verão, com precipitações anuais entre 750 mm a 1 800 mm; e o clima tropical semiúmido com chuvas no verão (As), que ocorre no norte mineiro, com precipitações anuais sempre inferiores a 1 000 mm e por vezes menores que 750 mm. Segundo a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), o clima semiárido está presente em 88 municípios mineiros, todos no norte do estado, muitos dos quais estão em processo de desertificação.

O estado sofre influência de frentes frias durante todo o ano, no entanto, no inverno, a presença do anticiclone do Atlântico Sul impede o avanço da umidade, mantendo os dias secos e ensolarados, e favorece a influência de massas de ar frio, configurando-se a estação seca. Entre o final da primavera e começo do verão (principalmente entre novembro e março), com o afastamento do anticiclone, as frentes frias atuam com maior intensidade e há uma intensa organização da convecção tropical, manifestada por uma banda de nebulosidade convectiva, as chamadas zonas de convergência — dentre as quais a zona de convergência do Atlântico Sul (ZCAS) é a que mais afeta o estado, provocando dias seguidos de chuvas intensas em algumas regiões. Devido à nebulosidade, as chuvas causadas pelas ZCAS e por frentes frias são capazes de provocar quedas de temperatura, que normalmente fica elevada nessa época, devido à atuação de massas de ar quente continentais.

Ecologia e meio ambiente

Originalmente, a cobertura vegetal de Minas Gerais era constituída por quatro biomas principais: Cerrado, Mata Atlântica, Campos Rupestres e a mata seca. O cerrado é o bioma predominante, sendo observado em 50% do território mineiro, mais presente na porção oeste do estado. A vegetação é predominantemente rasteira, composta por gramíneas, arbustos e árvores, tendo como representantes da fauna tamanduá, tatu, anta, jiboia, cascavel e o cachorro-do-mato, além de espécies ameaçadas de extinção, como o lobo-guará, o veado-campeiro e o pato-mergulhão.

A Mata Atlântica ocupa a segunda maior área de ocorrência em Minas Gerais, predominando nas regiões da Zona da Mata, Campos das Vertentes, Sul, Metropolitana de Belo Horizonte, Vale do Rio Doce e Vale do Mucuri, no entanto foi fortemente devastada, ocorrendo atualmente em áreas restritas. A vegetação é densa e, devido ao elevado índice pluviométrico, bastante verde, sendo possível encontrar bromélias, cipós, samambaias, orquídeas e líquens e, na fauna, macacos, preguiças, capivaras, onças, araras, papagaios e beija-flores. Os campos rupestres possuem cobertura vegetal de menor porte e são típicos das terras altas do estado, tendo vegetação herbácea e poucas árvores, apresentando raposas, veados, micos, capivaras e cobras. Já a mata seca é uma fitocenose do cerrado e ocorre no norte do estado, no vale do rio São Francisco, apresentando plantas espinhosas e com galhos secos, dentre as quais destacam-se as barrigudas, os ipês e os pau-ferros na flora e a ariranha, a onça, a anta, a capivara e a águia-pescadora na fauna.

Segundo o Instituto Estadual de Florestas (IEF), o estado contava, em 2012, com onze estações ecológicas (que protegiam um total de 12 528,9812 ha.), nove reservas biológicas (16 977,35 ha.), onze monumentos naturais (8 581,8 ha.), quatro refúgios de vida silvestre (22 292,76 ha.), 16 áreas de proteção ambiental (APA — 2 154 705,71 ha.), duas florestas estaduais (4 538,87 ha.), uma reserva de desenvolvimento sustentável (4 538,87 ha.), 182 reservas particulares do patrimônio natural (RPPN — 90 148,39 ha.), e 23 parques estaduais. Sete parques nacionais também estão situados em Minas Gerais: Caparaó, Grande Sertão Veredas, Itatiaia, Cavernas do Peruaçu, Sempre-Vivas, Serra da Canastra e Serra do Cipó, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A Serra do Cipó é inclusive a maior comunidade vegetal em espécies por metro quadrado do mundo.

Apesar da existência das áreas de preservação, o estado ainda apresenta consideráveis índices de desmatamento, encontrando-se com 9,84% de seu território dentro do polígono das secas, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Outra situação grave é a da Mata Atlântica, cujo bioma perdeu um espaço de 10 572 ha. entre 2011 e 2012 em Minas Gerais, o que representa 44% do total desmatado em todo país.

A Mata Atlântica, que já chegou a se estender do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte de hoje, foi quase totalmente devastada, restando atualmente apenas 5% de sua vegetação original (cerca de 52 000 km²); em Minas Gerais, cobria cerca de 81,8% da área que corresponde ao atual estado, mas hoje esse percentual é de apenas de 7%, sendo os principais responsáveis pelo desflorestamento, no período colonial, a extração do pau-brasil e as plantações de cana-de-açúcar e café e, mais recentemente, a mineração e a agropecuária. Por outro lado, muitos projetos do governo e iniciativas privadas estão tentando reverter este quadro.

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