Anhanga, Inambuanhanga, Inamuanhanga, Inhambuanhanga, Nambuanhanga, Poranga, Sucuíra, Chororão
Inhambu-anhangá (nome científico: Crypturellus variegatus), também chamado anhanga, inambuanhanga, inamuanhanga, inhambuanhanga, nambuanhanga, poranga, sucuíra e chororão, é uma espécie de ave tinamiforme da família dos tinamídeos (Tinamidae) comumente encontrada em terras baixas de florestas úmidas em regiões subtropicais e tropicais do norte da América do Sul.
O nome do gênero, Crypturellus, é formado a partir das duas palavras gregas: kruptos, que significa "coberto" ou "escondido", e oura, que significa "cauda", com o latim -ellus significando "diminutivo". Portanto, Crypturellus significa "pequena cauda escondida". O vernáculo inhambu deriva do tupi ina'mbu ("ave que corre a prumo") ou, como proposto por Teodoro Sampaio em O Tupi na Geografia Nacional (TupGN), de iam'bu ("a que se levanta com estrépito"). Foi citado pela primeira vez em 1618 como jnhambu, depois ynambu em 1631 e finalmente inhambu em 1783. Anhangá, por sua vez, deriva do tupi a'ñanga ("gênio da floresta protetor da flora e da fauna"), utilizado no âmbito da mitologia tupi. Foi registrado por Hans Staden como Ingange num livro alemão de 1553, e depois apareceu como anhangas em 1663 e anhangá em 1675.
O inhambu-anhangá tem aproximadamente de 29,5 a 33 centímetros (11,6–13,0 polegadas) de comprimento. A parte superior das costas é ruiva, e a parte inferior das costas e as asas são pretas com faixas amareladas conspícuas. Sua garganta é branca, e seu pescoço e parte superior do peito são ruivos brilhantes.
O inhambu-anhangá vive em florestas úmidas de planície com vegetação rasteira densa no sul e leste da Colômbia, sul da Venezuela, Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Brasil, leste do Peru, leste do Equador e norte da Bolívia. Prefere uma altitude de 100 a 1 300 metros (330–4 270 pés).
Como outros tinamiformes, o inhambu-anhangá come frutas do chão ou arbustos baixos. Também come pequenas quantidades de invertebrados, botões de flores, folhas tenras, sementes e raízes. O macho incuba os ovos que podem vir de até quatro fêmeas diferentes e, em seguida, os cria até que estejam prontos para ficarem sozinhos, geralmente duas a três semanas. O ninho está localizado no chão em arbustos densos ou entre contrafortes de raiz elevados. Os inhambu-anhangá têm uma chamada que consiste em cinco notas trêmulas de afinação uniforme, às vezes com as notas se fundindo em um trinado, embora a primeira nota seja sempre distinta e desça.
O inhambu-anhangá está listado como menos preocupante na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN), com uma faixa de ocorrência de 5 400 000 quilômetros quadrados (2 100 000 milhas quadradas). Em 2005, foi classificado como em perigo na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo; em 2010, como em perigo na Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais; e em 2018, como pouco preocupante na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e criticamente em perigo na Lista das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Estado do Rio de Janeiro.