O caburé-da-amazônia (nome científico: Glaucidium hardyi) é uma espécie de ave da família dos estrigídeos (Strigidae). Pode ser encontrada na Bolívia, Brasil, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. Seus habitats são florestas tropicais perenes, úmidas e altas. De acordo com a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN), a espécie foi classificada como "pouco preocupante".
O nome popular caburé deriva do tupi kawu're. Originalmente era um termo (também presente na variante cauré) que indicava corujas e falcões. Sua primeira ocorrência registrada é do ano de 1587. Em 1631, houve novo uso com o sentido de "ave dos bubonídeos". De acordo com o Dicionário Histórico das Palavras Portuguesas de Origem Tupi (DHPT), o vocábulo tupi "parece proceder de cabu-ré, que quer dizer propenso às vespas escuras, ou que se alimenta dela". Teodoro Sampaio em O Tupi na Geografia Nacional (TupGN) argumenta que derivou do tupi caá-por-é (da raiz ka'a-, "mato"), que significa "dado a morar no mato". A partir desta acepção, comenta, surgiram sentidos totalmente distintos de caburé como "habitante da roça", "mestiço" ou "árvore".
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Começa porO caburé-da-amazônia se destaca por sua baixa estatura, o que é indicado pelo seu nome científico glaucidium, que significa coruja pequena. Os espécimes adultos têm uma cabeça grande e redonda com manchas pretas, que falsamente se parecem com olhos. Sua coroa é marrom-acinzentada, pontilhada com pequenos pontos brancos. As rectrizes e rémiges são marrom-escuros e ambas tem três barras irregulares com grandes manchas brancas. Eles têm partes inferiores brancas com largas estrias marrons ou castanhas ruivas. Medem entre catorze e quinze centímetros de comprimento, os adultos pesam aproximadamente sessenta gramas. Não há dimorfismo sexual observado em adultos, o que significa que machos e fêmeas parecem idênticos. Os espécimes juvenis parecem semelhantes aos adultos, mas com uma coroa sem manchas e com estrias menos distintas nas partes inferiores. A espécie têm íris amarelo dourado brilhante, um bico amarelo esverdeado e um cere amarelo pálido. Também têm garras em um arranjo de zigodáctilo.
O caburé-da-amazônia se distribuí por áreas centrais e sudestes da Amazônia. Também já foi observado na Bolívia, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. Pode ser encontrado no dosséis ou sub-dosséis de florestas tropicais perenes, úmidas e altas. A espécie foi observada em elevações que variam desde territórios a nível do mar até 1100 metros.
Poucas informações sobre a dieta dessas aves são conhecidas. Presumivelmente se alimentam de grandes artrópodes e pequenos vertebrados. A espécie é diurna e os indivíduos permanecem quietos em um lugar por longos períodos de tempo. Como resultado, os avistamentos são raros, mesmo durante o dia. As observações existentes sugerem que são socialmente monogâmicos. Apenas um ninho foi documentado na literatura e foi avistado na Guiana Francesa. O ninho estava situado em um buraco de pica-pau usado, e dois adultos estavam presentes. Um adulto permaneceu próximo ao ninho o tempo todo. Cada adulto partiu apenas por curtos períodos de tempo (cerca de quinze minutos) para forragear. Isso sugere alto nível de cuidado parental. Uma grande cigarra e um pequeno pássaro não identificado foram trazidos de volta ao ninho e dados aos filhotes. Os adultos eram vistos ofegando com os bicos entreabertos durante as horas mais quentes do dia e frequentemente cantavam um trinado de notas suave, descendente e agudo. Esta espécie é um dos predadores mais comuns no norte da bacia amazônica. Frequentemente, é objeto de comportamento de mobbing por parte de sua presa como mecanismo de defesa.
O caburé-da-amazônia é classificada como "pouco preocupante" pela União Internacional para a Conservação da Natureza. Esta organização indicou que a população da espécie estava em decrescência, sem quantificar o tamanho desta. pesquisa mostrou perda de dossel e fragmentação na bacia do Amazonas devido à extração seletiva.