A raposa-de-darwin (Lycalopex fulvipes) é um pequeno canídeo endêmico do Chile. É encontrado principalmente em duas populações distintas, a maior delas na Ilha Grande de Chiloé, e a menor no Parque Nacional Nahuelbuta (Região de Araucanía) e Cordilheira Costeira Valdiviana (Região de Los Ríos) no Chile continental.
A raposa-de-darwin foi coletada pela primeira vez em Chiloé, na costa do Chile, pelo naturalista Charles Darwin, em 1834. Há muito tempo se sustentava que a raposa-de-darwin era uma subespécie da raposa-cinzenta-argentina (L. griseus); no entanto, a descoberta de uma pequena população de raposas-de-Darwin no Parque Nacional de Nahuelbuta em 1990 e análises genéticas subsequentes esclareceram o status da raposa como uma espécie única. Em 2012 e 2013, a presença da raposa de Darwin no Parque Oncol, no Parque Nacional Alerce Costero e na Reserva Costeira Valdiviana foi confirmada por meio de armadilhas fotográficas.
Até 2008 a espécie era classificada como criticamente em perigo de extinção, devido à baixa quantidade de indivíduos e à restrição de mais de 90% de sua população em uma região isolada. Porém, novas observações mostraram que sua extensão territorial é muito maior do que se pensava, tendo sido reclassificado em 2016 como em perigo, um nível a menos no grau de ameaça.
As raposas-de-Darwin são caracterizadas por suas pernas curtas, corpo alongado e cauda curta e espessa. Sua pelagem é uma mistura de preto e cinza com marcas avermelhadas nas orelhas e ao longo da parte inferior das pernas. Manchas brancas ou claras podem ser encontradas sob o queixo e ao longo da barriga. É um animal de pequeno porte, pesando entre 1,8 a 3,95 kg, tem um comprimento da cabeça e do corpo de 48 a 59 cm e uma cauda que é de 17,5 a 25,5 cm.
Os indivíduos são ativos durante o dia e à noite, sem variação entre os sexos. Os indivíduos são solitários fora da época de reprodução. As raposas-de-Darwin parecem não ser territoriais.
A raposa-de-darwin tem um comportamento alimentar generalista e oportunista, se alimentando de insetos, crustáceos, aves, anfíbios, répteis, pequenos mamíferos, frutas e sementes. Às vezes, come carniça, mas come principalmente animais vivos e frutas. Embora as raposas-de-Darwin possam se reunir no local de uma carcaça, elas são principalmente caçadores solitários.
A raposa-de-darwin é endêmica ao Chile, ocorrendo em toda a floresta costeira temperada em pelo menos três populações distintas: duas populações pequenas e isoladas localizadas no Parque Nacional Nahuelbuta (Região de Araucanía) e na Cordilheira Costeira Valdiviana (Região de Los Ríos), contendo cerca de 230 indivíduos maduros. A terceira metapopulação é localizada na Ilha de Chiloé, composta por cerca de 415 indivíduos maduros.
Com o uso de armadilhas fotográficas, a presença de uma população de raposa-de-darwin foi confirmada no Parque Oncol, no Parque Nacional Alerce Costero e na Reserva Costeira Valdiviana, na região de Los Ríos.
As primeiras pesquisas em Nahuelbuta sugeriram que as raposas-de-Darwin estavam associadas à floresta densa; dados mais recentes indicam que são encontradas com mais frequência na floresta densa de Araucaria-Nothofagus, floresta aberta de Nothofagus e ocasionalmente em pastagens abertas. Em Chiloé, as raposas usam uma variedade de habitats, tanto florestas secundárias e cerrados de acordo com a disponibilidade, florestas antigas menos do que o esperado e que o uso das dunas variava entre os indivíduos.