Irara

Irara

Jaguapé, Papa-mel, Taira

Reino
Filo
Subfilo
Classe
Ordem
Subordem
Família
Género
Espécies
Eira barbara
Tamanho da população
Unknown
Vida útil
18 years
Peso
2.7-7
5.9-15.4
kglbs
kg lbs 
Comprimento
56-71
22-28
cminch
cm inch 

A irara, jaguapé, papa-mel e taira (nome científico: Eira barbara) é um animal onívoro da família dos mustelídeos (Mustelidae). É a única espécie do género Eira. Tem um aspecto semelhante ao das martas e doninhas, podendo atingir um comprimento de até 71 centímetros (não incluindo a cauda, que pode se estender por 46 centímetros). Os machos são maiores e ligeiramente mais musculosos do que as fêmeas. Pesam até sete quilos e têm pelagem curta, marrom escura a preta, que é relativamente uniforme em todo o corpo, membros e cauda. Seus pés têm dedos de comprimento desigual e suas garras são curtas e curvas e adaptadas para escalar e correr.

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As iraras são encontradas na maior parte da América do Sul a leste dos Andes, exceto no Uruguai, no leste do Brasil e em quase todas as partes do norte da Argentina. Também são encontrados em toda a América Central, no México até o sul de Veracruz e na ilha de Trindade. Geralmente são encontradas apenas em florestas tropicais e subtropicais, embora possam cruzar pastagens à noite para se mover entre fragmentos de floresta. São escaladores experientes, usando suas longas caudas para se equilibrar. São animais diurnos solitários, embora ocasionalmente ativos durante o fim da tarde ou à noite. São onívoros oportunistas, caçadores roedores e outros pequenos mamíferos, bem como pássaros, lagartos e invertebrados, e escalam árvores para obter frutas e mel.

As populações de iraras selvagens estão diminuindo lentamente. Outros fatores incluem atropelamentos; a aproximação com animais domésticos, o que pode gerar competição por recursos e transmissão de doenças; morte acidental durante a queima de canaviais; e conflitos com avicultores, apicultores e agricultores. A espécie é listada como preocupante na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), exceto para sua subespécie E. b. senex que é classificada como vulnerável. A espécie foi incluída por Honduras no Apêndice III da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção. No Brasil, foi classificada como menos preocupante nas listas de São Paulo e Paraná, mas vulnerável no Rio Grande do Sul.

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Aparência

As iraras são animais longos e esguios com uma aparência semelhante à das doninhas e martas. Variam de 56 a 71 centímetros (22 a 28 polegadas) de comprimento, não incluindo uma cauda espessa de 37 a 46 centímetros de comprimento (15 a 18 polegadas) e pesam 2,7 a 7,0 quilos (6,0 a 15,4 libras). Os machos são maiores e ligeiramente mais musculosos do que as fêmeas. Têm pelo curto, marrom escuro a preto, que é relativamente uniforme em todo o corpo, membros e cauda, exceto por uma mancha amarela ou laranja no peito. O pelo da cabeça e pescoço é muito mais pálido, tipicamente bronzeado ou acinzentado. Os albinos ou indivíduos amarelados também são conhecidos e não são tão raros entre as iraras quanto entre outros mustelídeos.

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Os pés têm dedos de comprimento desigual com pontas que formam uma linha fortemente curva quando mantidas juntas. As garras são curtas e curvas, mas fortes, sendo adaptadas para escalar e correr ao invés de cavar. As almofadas dos pés não têm pelos, mas estão rodeadas por pelos sensoriais rígidos. A cabeça tem orelhas pequenas e arredondadas, bigodes longos e olhos pretos com brilho azul esverdeado. Como a maioria dos outros mustelídeos, possuem glândulas odoríferas anais, mas não são particularmente grandes e sua secreção não é tão pungente quanto em outras espécies, e não é usada em autodefesa. Têm um remendo único na garganta que pode ser usado para identificação individual.

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Distribuição

Geografia

As iraras são encontradas na maior parte da América do Sul a leste dos Andes, exceto no Uruguai, no leste do Brasil e em quase todas as partes do norte da Argentina. Também são encontrados em toda a América Central, no México até o sul de Veracruz e na ilha de Trindade. Geralmente são encontradas apenas em florestas tropicais e subtropicais, embora possam cruzar pastagens à noite para se mover entre fragmentos de floresta, e também habitam plantações cultivadas e áreas de cultivo. Não foi encontrada em regiões com mais de 2 400 metros de altitude, sendo rara em altitudes superiores a 1 200 metros. No Brasil, aparece na Mata Atlântica, Floresta Amazônica, Cerrado, Caatinga e Pantanal. No território brasileiro, a densidade populacional varia dependendo do bioma estudado: 0,3 indivíduo por quilômetro quadrado na ilha de Maracá; 6,7 em áreas impactadas ao sul do estado de Roraima; 0,03 a cada 10 quilômetros quadrados na porção da Mata Atlântica situada no Nordeste; 0,37 indivíduo por quilômetro quadrado nas zonas florestais do Pantanal; e 0,48 em áreas de cerrado no Pantanal.

Irara Mapa do habitat
Irara Mapa do habitat
Irara
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Dieta e nutrição

São animais diurnos, embora ocasionalmente ativos durante o fim da tarde ou à noite, e quando próximos de territórios ocupados por humanos, tentem a ser crepusculares. Geralmente solitários, podem aparecer em pares, ou mesmo grupos, embora que neste último caso representa uma fêmea e seus filhotes. São onívoros oportunistas, caçadores roedores e outros pequenos mamíferos (p. ex. saguis-de-tufo-branco e subadultos de preguiças-de-bentinho e guaribas-de-mãos-ruivas), bem como pássaros, lagartos e invertebrados, e escalam árvores para obter frutas e mel. Localizam a presa principalmente pelo cheiro, tendo uma visão relativamente fraca, e a caçam ativamente uma vez localizada, em vez de perseguir ou usar táticas de emboscada. Um exemplo interessante de estocagem foi observado entre as iraras: uma irara pega bananas verdes, que não são comestíveis, e as deixam amadurecer em um esconderijo, voltando alguns dias depois para consumir a polpa amolecida.

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Tem facilidade para ficar com o corpo ereto, sobretudo para vistoriar áreas não familiares, e são escaladores experientes, usando suas longas caudas para se equilibrar. No solo ou em grandes galhos de árvores horizontais, usam um galope saltitante quando se movem em alta velocidade. Ainda que com membranas interdigitais propícias para nado, geralmente evitam a água em cativeiro, mas já se registro exemplares nadando na natureza. Vivem em árvores ocas ou em tocas no solo. Certos indivíduos mantêm áreas de vida relativamente grandes, com áreas de até 24 quilômetros quadrados (9,3 milhas quadradas) registradas. Estudos de radiotelemetria de uma fêmea mostraram que, enquanto com seus filhotes, tinha uma área de vida de 225 hectares (2,25 quilômetros quadrados), que se estendeu para 900 hectares (9 quilômetros quadrados) aquando da partida deles. Houve, também, registro de sobreposição de áreas de vida no Belize, indicando que a espécie não tem padrões de defesa de seu território. Podem viajar pelo menos seis quilômetros (3,7 milhas) em uma única noite, com outras fontes apontando valores entre dois e oito quilômetros.

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Hábitos de acasalamento

As iraras constroem tocas em árvores ocas ou buracos no chão e se reproduzem o ano todo. O ciclo estral dura 52 dias em fêmeas jovens e 93 em fêmeas mais velhas, com as fêmeas entrando em estro várias vezes ao ano, por 3 a 20 dias de cada vez. Ao contrário de alguns outros mustelídeos, não apresentam diapausa embrionária e a gestação dura de 63 a 67/70 dias. A fêmea dá à luz de um a quatro filhotes, dos quais cuida sozinha, e são mais comuns os nascimentos de gêmeos.

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Os jovens são altriciais, nascem cegos e de orelhas fechadas, mas já estão cobertos por uma pelagem cheia de pelo preto; pesam cerca de 100 gramas (3,5 onças) ao nascer. Seus olhos se abrem com 35 a 47 dias, e deixam a toca logo depois. Começam a ingerir alimentos sólidos por volta dos 70 dias de idade e são totalmente desmamados aos 100 dias, quando iniciam excursões exploratórias do ambiente. O comportamento de caça começa logo aos três meses, e a mãe inicialmente traz sua jovem presa ferida ou lenta para praticar enquanto aprimora sua técnica de matar. Dos 100 aos 200 dias, abandonam a toca e caçam junto da mãe. Os jovens estão totalmente crescidos por volta dos 6 meses de idade e deixam a mãe para estabelecer seu próprio território por volta dos 10 meses. Os machos atingem a maturidade sexual aos 18 meses e as fêmeas aos 22 meses. Há uso de vocalização para comunicação e as fêmeas tendem a ser mais atentas aos filhotes ao longo de ninhadas sucessivas.

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População

Referências

1. Irara artigo na Wikipédia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Irara
2. Irarano site da Lista Vermelha da IUCN - https://www.iucnredlist.org/species/41644/45212151

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