Raia-focinho-de-vaca
O Rhinoptera bonasus, comummente conhecido como raia-focinho-de-vaca, é uma espécie de peixe seláquio elasmobranquiado, que habita em profundidades bentopelágicas e se distribui pelo Atlântico Ocidental.
Além de «raia-de-focinho-de-vaca» esta espécie dá ainda pelos seguintes nomes comuns: gavião-do-mar (não confundir com a espécie Rhinoptera marginata, que consigo partilha este nome comum), arraia-boca-de-gaveta, arraia-gaveta, ticonha, raia-sapo e raia-ticonha.
Do que toca ao nome científico, Rhinoptera bonasus:
Os gaviões-do-mar pautam-se pelo corpo de formato losangular. Caracterizam-se pela sua coloração matizada entre o acastanhado e o oliváceo no dorso e esbranquiçada ou amarelada no ventre. Têm uma cabeça grande com um focinho bilobado, que lembra o de um bovino, daí o epíteto específico alusivo ao bisonte-europeu e os nomes populares «raia-de-focinho-de-vaca», «raia-sapo» e «arraia-boca-de-gaveta».
O maior espécime alguma vez registado era um macho que media 120 centímetros de comprimento.
Em média, os machos costumam medir cerca de 90 centímetros de largura e pesar à volta de 12kg, ao passo que as fêmeas, por seu turno, atingem os 71 centímetros de largura, pesando à volta de 16kg.
Trata-se de uma espécie bentopelágica, que privilegia as plataformas continentais e insulares; também marca presença em baias e estuários; formando numerosos cardumes junto à costa.
Alimenta-se mormente de invertebrados bênticos e de moluscos.
Por vezes, para demarcar o território, as raias-de-focinho-de-vaca saltam fora de água, por forma a produzir chapas ruidosas sobre a superfície do mar.
Migram em grandes cardumes que partem do Norte da Flórida, dirigindo-se para o Norte da América do Sul.
Os gaviões-do-mar reproduzem-se de junho a outubro. Nos cardumes de gaviões-do-mar reúnem-se espécimes das mais variegadas idades e sexos. Na época de acasalamento, enquanto as fêmeas nadam com as extremidades das barbatanas peitorais, saindo da água, os machos seguem-nas tentando agarrá-las para acasalar.
Trata-se de uma espécie ovovípara, sem placenta. Pelo que os embriões se nutrem inicialmente das gemas do próprio ovo. Posteriormente, recebem nutrição adicional da mãe, por via de absorção indirecta do fluído uterino, enriquecido com muco, gorduras ou proteínas, o qual lhes lhe chega através de estruturas anatómicas especializadas para o efeito. A duração da gestação é objecto de controvérsia entre especialistas, mas acredita-se que dure entre 11 e 12 meses, sendo certo que é variável. Quando nascem, as crias saem primeiro com a cauda de fora.