Cegonha-branca
Reino
Filo
Classe
Ordem
Família
Género
Espécies
Ciconia ciconia
Tamanho da população
700-704 Thou
Vida útil
20-35 years
Peso
2.3-4.5
5.1-9.9
kglbs
kg lbs 
Altura
100-125
39.4-49.2
cminch
cm inch 
Comprimento
100-115
39.4-45.3
cminch
cm inch 
Envergadura
155-215
61-84.6
cminch
cm inch 

A cegonha-branca (nome científico: Ciconia ciconia) é uma ave de grande porte da família das Ciconiidae. A plumagem é maioritariamente branca, com preto nas asas. Os adultos têm longas patas vermelhas e bicos vermelhos longos e pontiagudos e medem uma média de 100–115 cm da ponta do bico até ao fim da cauda e 155–215 cm de envergadura de asas. As duas subespécies, que diferem ligeiramente em tamanho, acasalam na Europa (norte até à Finlândia), noroeste de África, sudoeste da Ásia (este para sul do Cazaquistão) e sul de África. A cegonha-branca é uma ave migratória de longa distância, invernando em África desde a África subsariana até à África do Sul ou até mesmo no subcontinente indiano. Ao migrar entre a Europa e África, a ave evita atravessar o Mediterrâneo e faz o desvio pelo Levante a oriente ou pelo estreito de Gibraltar a ocidente, porque as térmicas de ar das quais a ave depende não se formam sobre a água.

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Sendo uma ave carnívora, a cegonha-branca digere uma grande variedade de animais, incluindo insectos, peixes, anfíbios, répteis, pequenos mamíferos e pequenas aves. Apanha a maior parte da sua comida do chão em zonas de baixa vegetação ou dentro de águas de pouca profundidade. É um reprodutor monogâmico, mas não acasala para toda a vida. Ambos os membros do par constroem um ninho grande feito de paus que pode ser usado por vários anos. Em cada ano a fêmea põe uma ninhada de geralmente quatro ovos que eclodem de forma assíncrona 33-34 dias após terem sido colocados. Os dois adultos fazem turnos a incubar os ovos e ambos também alimentam as crias. As crias deixam os ninhos 58-64 dias depois de nascerem e continuam a ser alimentadas pelos adultos por mais um período de 7-20 dias.

Seis anos depois de ter sido avaliada como espécie quase ameaçada, a cegonha-branca foi catalogada em 1994 como "pouco preocupante" pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Foi beneficiada com as actividades humanas durante a Idade Média como a limpeza das florestas; no entanto, as mudanças nos métodos de cultivo e a industrialização viram a sua população declinar e até mesmo desaparecer em algumas partes da Europa, durante os séculos XIX e XX. Programas de conservação e reintrodução pela Europa resultaram que a cegonha-branca voltasse a se reproduzir nos Países Baixos, Bélgica, Suíça, Suécia e Reino Unido. Possui poucos predadores naturais, porém abriga vários tipos de parasitas; sua plumagem é lar de várias espécies de piolhos e ácaros das penas e o seu enorme ninho é também frequentado por várias espécies de mesostigmata.

Esta ave conspícua e muito popular tem dado origem a muitas e variadas lendas, fábulas, mitos e contos em toda a sua gama, das quais a mais conhecida é a história dos bebés que são trazidos pelas cegonhas.

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Aparência

A cegonha-branca é uma ave de grande porte. Tem um comprimento de 100-115 centímetros, e uma altura de pé de 100-125 centímetros. A envergadura é 155–215 cm e o seu peso é 2,3-4,4 kg. Como todas as cegonhas, tem pernas longas, pescoço comprido, e um bico longo, recto e pontiagudo. Os sexos são idênticos na aparência, exceto os machos que em média são maiores que as fêmeas. A plumagem é principalmente branca, com penas negras de voo; o preto é causado pelo pigmento melanina. As penas do peito são longas e formam um colar que é usado em alguns momentos da corte. A íris é castanha escura ou cinza, e a pele periorbital é preta. O adulto tem um bico vermelho brilhante e pernas vermelhas. A coloração vermelha/laranja é derivada dos carotenóides ingeridos na alimentação. Em certas zonas de Espanha, alguns estudos têm mostrado que o pigmento é baseado em astaxantina, obtido a partir de uma espécie introduzida de lagostim (Procambarus clarkii) e as cores brilhantes do bico vermelho mostram-se mesmo nos filhotes, contrastando com os bicos de jovens cegonhas brancas de outros locais.

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Como outras cegonhas, as asas são longas e amplas permitindo que a ave plane. Em voo o batimento das asas é lento e regular. Voa com o pescoço esticado para a frente com as suas patas estendidas muito para lá do fim da sua pequena cauda. Caminha a um ritmo lento e firme com o pescoço estendido. Em contraste, geralmente acotovela a cabeça entre os ombros enquanto descansa. A mudança de penas ainda não foi extensivamente estudada, mas aparentemente parece ocorrer durante todo o ano, no entanto as penas de voo primárias são substituídas durante a época de procriação.

Após sair do ovo, a jovem cegonha-branca está parcialmente coberta com penas interiores pequenas, escassas e esbranquiçadas. Estas são substituídas cerca de uma semana depois por uma pelagem mais densa. Após três semanas, a jovem ave adquire escapulários pretos e penas de voo. Quando sai do ovo a cria tem patas de tom rosa que ficam acizentadas à medida que envelhece. O seu bico é preto com a ponta acastanhada. Na altura em que as penas e os músculos estão suficientemente desenvolvidos para voar, a plumagem da jovem ave é similar à do adulto no entanto as suas penas pretas estão muitas vezes tingidas de castanho. As pernas têm tons entre o castanho-vermelho ou laranja. O bico também apresenta tons castanho-vermelho mas é tipicamente laranja ou vermelho com uma ponta mais preta, começando a ganhar a cor vermelha igual à dos adultos no verão seguinte embora as pontas de cor preta possam ainda persistir nalguns adultos. As jovens cegonhas adoptam a plumagem adulta no segundo verão.

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Distribuição

Geografia

As raças nominais da cegonha-branca têm extensos habitats de verão, embora muito separados e repartidos. Os habitats estão agrupados entre a Península Ibérica e a oeste do norte de África e muito também na Europa Central e de leste. 25% da população mundial de cegonhas-brancas está concentrada na Polónia, assim como em zonas do oeste asiático. A população asiática, com cerca de 1450 aves, está restrita a uma região da Ásia central entre o mar de Aral e Xinjiang, no oeste da China. A população de Xinjiang acredita-se ter ficado extinta por volta de 1980.

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As rotas de migração estenderam o alcance destas espécies para muitas zonas da Índia e de África. Algumas populações aderiram à rota de migração de leste, que atravessa Israel até à África central e de leste. Alguns registos de procriação na África do Sul são conhecidos desde 1933 em Calitzdorp. Também é sabido que cerca de 10 aves procriam desde os anos 90 algures em Bredasdorp. Uma pequena população de cegonhas-brancas inverna na Índia e acredita-se que derivem principalmente da população de C. c. asiatica, onde se observou nas migrações de primavera bandos de 200 indivíduos na zona do Vale de Kurram, por volta de 1900. No entanto, algumas aves anilhadas na Alemanha foram avistadas no oeste (Bikaner) e sul (Tirunelveli) da Índia. Um espécime atípico com órbita ocular vermelha, uma característica da cegonha-branca-oriental, foi registado, acabando por ser requisitado um estudo mais aprofundado da população indiana. A norte da zona de procriação está uma passagem fora da zona normal de migração na Finlândia, Grã-Bretanha, Islândia, Irlanda, Noruega e Suécia e a oeste até aos Açores e Madeira. Recentemente a área expandiu-se até à zona oeste da Rússia.

As zonas preferenciais da cegonha-branca para alimentação são os prados verdejantes, os campos agrícolas e as zonas húmidas baixas. Evita áreas cobertas de mato alto e com muito arbusto. Na área de Chernobyl no norte da Ucrânia, as populações de cegonha-branca diminuíram após o acidente nuclear de 1986 porque a terra foi substituída por arbusto de ramagem alta. Em algumas partes da Polónia, terras pobres em alimentação, forçaram as aves a procurar alimento em aterros sanitários desde 1999. As cegonhas-brancas também foram avistadas forrageando em lixeiras no Médio Oriente, Norte da África e África do Sul.

Procria em maior número em áreas de campos abertos, e particularmente gramíneas, molhadas ou periodicamente inundadas, e menos em áreas cobertas de vegetação mais alta, como florestas ou matagais. Fazem uso de pastagens, zonas húmidas e locais agrícolas durante o inverno em África. As cegonhas brancas foram provavelmente auxiliadas pelas actividades humanas durante a Idade Média em que zonas de florestas eram limpas e novos pastos e zonas de cultivo eram criadas, sendo encontradas em quase toda a Europa, procriando até no norte da Suécia. Crê-se que a população na Suécia se estabeleceu no século XVI depois de terem sido cortadas árvores para a agricultura. Estima-se que cerca de 5000 pares faziam criação no século XVIII, decaindo subsequentemente. O primeiro census preciso foi em 1917, contabilizando 25 pares. O último par falhou a procriação em 1955. Um par nidificou no topo da Igreja de St. Egidio em Edinburgo, Escócia em 1416. A cegonha-branca é um visitante raro nas Ilhas Britânicas; à volta de vinte aves são avistadas todos os anos. Um nascimento foi verificado em maio de 2020 na região de West Sussex, como parte de um projecto de conservação.

Um declínio da população começou no século XIX devido à industrialização e na mudança dos métodos de agricultura. Cegonhas-brancas já não nidificam em muitos países e as mais fortes concentrações da população no oeste são em Espanha, Ucrânia e Polónia. Na Península Ibérica as populações estão concentradas no sudoeste e também houve um decréscimo devido às práticas de agricultura. Um estudo publicado em 2005 descobriu que a região de Podhale nas zonas altas no sul da Polónia registou um influxo de cegonhas-brancas, que procriaram a primeira vez em 1931 e desde então têm nidificado progressivamente a altitudes cada vez mais altas chegando aos 890m em 1999. Os autores argumentaram que estava relacionado com o aquecimento global e também o influxo de outros animais e plantas para maiores altitudes. Cegonhas-brancas que agora chegam na primavera para procriar à província de Poznan, no oeste da Polónia, chegam cerca de 10 dias antes nos últimos vinte anos do século XX, do que em igual período no final do século XIX.

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Cegonha-branca Mapa do habitat
Cegonha-branca Mapa do habitat
Cegonha-branca
Public Domain Dedication (CC0)

Hábitos e estilo de vida

A pesquisa sistemática sobre a migração desta ave se iniciou com o ornitologista alemão Johannes Thienemann, pioneiro na anilhagem de aves, que começou a desenhar estudos em 1906 no Observatório de Aves de Rossitten no istmo da Curlândia, no que foi a Prússia Oriental. Embora não passem muitas cegonhas junto a Rossitten, o observatório coordenava em larga escala a anilhagem das espécies através da Alemanha e em muitas partes da Europa. Entre 1906 e a Segunda Guerra Mundial cerca de 100.000 cegonhas-brancas foram anilhadas (sobretudo jovens), com cerca de 2000 recuperações de anilhas de Rossitten entre 1908 e 1954.

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A cegonha-branca é uma ave gregária; bandos de milhares de indivíduos foram registados em rotas de migração e em zonas de invernação em África. As aves não-reprodutoras reúnem-se em grupos de 40-50 indivíduos durante a época de reprodução. A pequena cegonha-de-abdim de plumagem escura é muitas vezes encontrada em bandos de cegonhas-brancas no sul de África. Casais de cegonhas-brancas reúnem-se em pequenos grupos para caçar e colónias de ninhos foram também registadas nalgumas áreas. No entanto, grupos entre as colónias de cegonhas-brancas variam muito em tamanho e a estrutura social é mal definida; as jovens cegonhas reprodutoras muitas vezes são restritas aos ninhos periféricos, enquanto cegonhas mais velhas obtêm maior sucesso de reprodução porque ocupam ninhos de melhor qualidade nos centros de colónias de reprodução.

A estrutura social e a coesão do grupo são mantidas por comportamentos altruístas, como os cuidados pessoais. As cegonhas-brancas exibem o seu comportamento exclusivamente junto à área do ninho. Aves de pé alisam as cabeças de aves sentadas, às vezes estes são os pais em preparação dos jovens, e por vezes os jovens alisam-se uns aos outros. Ao contrário de outras cegonhas, nunca adopta uma postura de asa-aberta, mas sabe-se que deixa cair as asas (mantendo-as longe do seu corpo com as penas primárias voltadas para baixo) quando tem a plumagem molhada.

Os excrementos da cegonha-branca, que contêm fezes e urina, são às vezes dirigidos às suas próprias patas fazendo com que fiquem com uma aparência esbranquiçada. A evaporação que daí resulta, proporciona arrefecimento e frescura para a ave. É denominado urohidrose. Aves que foram anilhadas podem por vezes serem afectadas pela acumulação de excrementos junto à anilha, resultando em lesões nas patas.

A cegonha-branca também tem sido observada a usar ferramentas, como apertando musgo no bico para escorrer água para a boca das suas crias.

O principal som da cegonha-branca adulta é um ruidoso bater de bico, que pode ser comparado ao disparo distante de uma metralhadora. A ave faz este som ao abrir e fechar o seu bico muito rapidamente, pelo que o som do batimento é feito cada vez que o bico fecha. O ruído é amplificado pela bolsa da sua garganta, que actua como um ressonador. Usado numa variedade de interacções sociais, o bater do bico geralmente fica mais alto quanto mais longo, e tem ritmos distintos dependendo da situação – por exemplo, lento durante a copulação mas breve quando usado como chamamento de alarme. O único som vocal que as aves adultas produzem é um silvo fraco quase inaudível; no entanto, as aves jovens conseguem produzir um silvo mais áspero, vários sons piando, ou uma espécie de miado de gato, usado para pedir comida. Tal como os adultos, os mais novos também batem os bicos.

A exibição "cima-baixo" é usada para um número de interacções com outros membros da espécie. Aqui a cegonha rapidamente lança a sua cabeça para trás de modo que a sua coroa assente nas suas costas antes de lentamente trazer a sua cabeça e o pescoço para a frente de novo, e isto é repetido por várias vezes. Esta exibição é usada como um cumprimento entre aves, pós-coito, e até como exibição de ameaça ou intimidação. Os pares reprodutores são territoriais durante o verão e usam esta exibição, assim como agachado para a frente com as caudas erectas e as asas estendidas.

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Comportamento sazonal
Canto do pássaro

Dieta e nutrição

As cegonhas-brancas são aves carnívoras e consomem uma grande variedade de presas animais. Preferem alimentar-se em prados dentro de aproximadamente 5 km do seu ninho e em áreas em que a vegetação é curta e baixa de modo que as presas fiquem mais acessíveis. A sua dieta varia de acordo com a estação, local e disponibilidade das presas. Os alimentos mais comuns incluem insectos (principalmente besouros, escaravelhos, grilos e gafanhotos), minhocas, repteis, anfíbios particularmente espécies de sapos como a Pelophylax kl. esculentus ou o sapo-comum (Rana temporaria) e pequenos mamíferos como ratazanas, toupeiras e musaranhos. Menos comum, mas também comem ovos de aves e aves jovens, peixe, moluscos, crustáceos e escorpiões. Caçam principalmente durante o dia, engolindo por inteiro presas pequenas, mas matando e desfazendo presas maiores antes de engolir. Os elásticos são confundidos com minhocas e consumidos, por vezes resultando numa obstrução fatal do trato digestivo.

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Nas aves que regressam à Letónia durante a primavera, verificou-se que para localizarem as suas presas, as rãs Moor (Rana arvalis), usam o som de acasalamento produzido por agregações de rãs do sexo masculino.

A dieta das aves não reprodutoras é similar à das aves reprodutoras, mas os alimentos são mais frequentemente obtidos de áreas secas. Cegonhas-brancas no oeste da Índia têm sido observadas a perseguir uma espécie de antílope (Antilope cervicapra) para capturarem os insectos que estes incomodam ao caminhar. As cegonhas-brancas que invernam na Índia são muitas vezes vistas à procura de alimento juntamente com a cegonha-de-pescoço-branco (Ciconia episcopus). O furto de alimentos foi registado na Índia; um roedor capturado por um tartaranhão-dos-pauis foi roubado por uma cegonha-branca, enquanto que o tartaranhão-caçador é conhecido por perturbar cegonhas-brancas enquanto estas procuram ratazanas em algumas zonas da Polónia.

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Hábitos de acasalamento

Comportamento de acasalamento

A cegonha-branca reproduz em áreas de cultivo abertas com acesso a zonas húmidas, construindo um grande ninho de paus em árvores, edifícios ou plataformas especialmente construídas pelo homem. Apresenta em Portugal a única população no mundo a nidificar em rochedos marítimos, com cerca de 40 ninhos, mais concretamente no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. Cada ninho tem 1-2 m em profundidade, 0,8–1,5 m em diâmetro, 60–250 kg em peso, e são construídos por colónias dispersas. Não são perseguidos porque são vistos como um bom presságio nidificando muitas vezes perto de habitações humanas; no sul da Europa, ninhos podem ser vistos em igrejas e outros edifícios. O ninho é usado ano após ano especialmente por machos mais velhos. Os machos chegam mais cedo na época e escolhem os ninhos. Ninhos maiores são associados com maior número de jovens mais fortes e aparentemente são procurados primeiro. A mudança de ninho é muitas vezes relacionada com a mudança de par e o seu insucesso de criar jovens no ano anterior. Entre as aves mais novas é muito provável que troquem de área de nidificação. Alguns pares foram observados a ocupar um ninho por uns dias antes de partirem, razões para tal ainda não foram explicadas. Muitas espécies nidificam regularmente nos ninhos das cegonhas-brancas. Como ocupantes regulares temos o pardal-montês e o estorninho-comum; residentes menos comuns incluem o peneireiro-vulgar, mocho-galego, rolieiro-europeu, alvéola-branca, rabirruivo-preto, gralha-de-nuca-cinzenta e o pardal-espanhol.

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Os casais cumprimentam-se em movimentos de cabeça “cima-baixo”, abanando a cabeça enquanto estão agachados e batem com o bico enquanto atiram a cabeça para trás. Os pares acasalam frequentemente todo o mês anterior antes dos ovos serem postos. A copulação de pares com alta-frequência é frequentemente associado com a competição de esperma e a copulação extra-par; no entanto, a copulação extra-par é pouco frequente nas cegonhas-brancas.

Um par de cegonhas-brancas cria uma única ninhada por ano. A fêmea tipicamente põe quatro ovos, embora ninhadas de 1-7 ovos tenham sido já registadas. Os ovos são brancos, mas muitas vezes aparentam-se amarelados e sujos devido à cobertura aglutinosa. Medem 72,58 x 51,86 mm, e pesam 96-129g, destes, 10,76g é casca. A incubação começa assim que o primeiro ovo é posto, assim a ninhada nasce assincronizada, começando 33-34 dias depois. O primeiro a nascer tem tipicamente um lado competitivo sobre os outros. As jovens crias mais fortes não são agressivas sobre as mais fracas, como noutras espécies, sendo que as crias pequenas e mais fracas são às vezes mortas pelos próprios pais. Este comportamento ocorre em tempos de escassez de comida para reduzir o tamanho da ninhada e assim aumentar a hipótese de sobrevivência das restantes crias. As crias de cegonha-branca não se atacam umas às outras, e o método de alimentação dos pais (dispondo largas quantidades de alimento ao mesmo tempo) significa que, directamente, as crias mais fortes não conseguem competir com as mais fracas por comida, por isso o infanticídio dos pais é uma forma eficiente de reduzir a ninhada. Apesar disso, é um comportamento pouco observado.

A temperatura e o estado atmosférico na altura do nascimento é importante; temperaturas frias e tempo húmido aumenta a mortalidade das crias e reduz a taxa de sucesso de reprodução. De forma inesperada, estudos descobriram que crias que nascem tardiamente, tornam-se adultos que reproduzem mais do que aqueles que nasceram mais cedo. O peso das crias aumenta rapidamente nas primeiras semanas chegando a ter 3,4 kg em 45 dias. O tamanho do bico aumenta linearmente durante cerca de 50 dias. As jovens aves são alimentadas com minhocas e insectos, regurgitados pelos pais para o chão do ninho. As crias mais velhas chegam á boca dos pais para obter comida. As crias começam a voar 58-64 dias depois de terem nascido.

As cegonhas-brancas geralmente começam a reproduzir-se com quatro anos de idade, no entanto alguns registos provam que a primeira reprodução pode acontecer aos dois anos de idade e até tão tarde como aos sete anos. A cegonha-branca selvagem mais velha de que há registo viveu 39 anos depois de ser anilhada na Suiça, em cativeiro há aves que vivem mais de 35 anos.

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População

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Referências

1. Cegonha-branca artigo na Wikipédia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Cegonha-branca
2. Cegonha-brancano site da Lista Vermelha da IUCN - http://www.iucnredlist.org/details/22697691/0
3. Canto do pássaro - https://xeno-canto.org/707158

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