Teiú-comum

Teiú-comum

Teiú-gigante, Teju, Lagarto-marau

Reino
Filo
Subfilo
Classe
Ordem
Família
Género
Espécies
Salvator merianae
Tamanho da população
Unknown
Vida útil
15-20 years
Peso
2.5-22
5.5-48.4
kglbs
kg lbs 
Comprimento
92-140
36.2-55.1
cminch
cm inch 

O Teiú-gigante (nome científico: Salvator merianae, anteriormente chamado Tupinambis merianae), ou Teiú-comum, também conhecido como teju e lagarto-marau, é uma espécie de lagarto que habita grande parte do Brasil (com exceção da floresta amazônica) e norte da Argentina e Uruguai. Habita desde florestas até cerrados e a caatinga nordestina. Tais répteis chegam a medir até 1,4 metro de comprimento e pesar quase 5 quilos, sendo considerados um dos maiores representantes de sua família. Os machos são maiores que as fêmeas. É um animal de hábito generalista e oportunista, sendo considerado onívoro. Os lagartos, assim como todas os clados de sauropsida (excetuando-se as aves), apresentam como padrão a ectotermia, ou seja, incapacidade de regular a temperatura corporal internamente. Porém, o S. merianae possui a capacidade de aumentar a sua taxa metabólica durante o período reprodutivo a níveis próximos ao de mamíferos e aves, gerando calor e mantendo sua temperatura mais elevada do que a do ambiente. Essa característica configura um padrão de endotermia sazonal reprodutiva.

Vídeo

Distribuição

Geografia

Os Teiús são encontrados na América do Sul, compreendendo o leste dos Andes até o sul do rio Amazonas, mais especificamente em países como Paraguai, Bolívia, Argentina, Uruguai e o Brasil, onde distribui-se através dos biomas Pampa, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga e Pantanal sendo que não foi possível identificar registros de sua distribuição no Bioma Amazônico. Dessa forma, pode-se inferir que há registros da espécie desde o norte da Argentina até o início do norte brasileiro. Além disso muitos indivíduos da espécie estão sendo utilizados como animais chave para a recuperação de ambientes degradados como a Mata Atlântica, sendo um ótimo indicador de qualidade do meio.

Zonas climáticas

Hábitos e estilo de vida

No que diz respeito ao ciclo de vida, pode-se notar que em outras espécies da família Teiidae como por exemplo nas espécies Tupinambis, apresentam um número de ninhada (prole) alta, às configurando como “R estrategistas” as quais produzem um grande número de descendentes visando o sucesso dos nascimentos dos mesmos. O período médio para se atingir a maturidade sexual é de quatro anos, tendo em vista que o crescimento populacional dessa família ocorre de forma lenta, por outro lado se mostram muito resistentes à mudanças significativas do seu meio (mudanças de curta duração), quando já adultos o período de reprodução ocorre durante longos períodos e em dias mais quentes. A duração da vida da espécie S. meriane foi relatada em cativeiro, variando entre 17 e 20 anos (Brito et al., 2001), apresentando uma longevidade alta.

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De acordo com os dados supracitados, foi exemplificado a família da espécie em questão Salvatori meriane, de forma a demonstrar como o ciclo de vida ocorre nesta espécie, sendo necessário desta forma, estudos mais detalhados e específicos no que diz respeito ao ciclo de vida da espécie em questão.

Os Teiús possuem hábitos diurnos, terrestres e são forrageadores, ou seja, buscam ativamente seus recursos alimentares. Além disso, o Teiú se apresenta mais ativo durante as variações sazonais, que são aproximadamente durante os meses de novembro e dezembro.

Por ser considerado uma espécie ectotérmica, o Teiú possui necessidade de hibernar nas regiões subtropicais e temperadas. As populações de Teiú são conhecidas por se defenderem através de fuga para locais protegidos como tocas e ninhos. Além disso, eles apresentam comportamentos fisiológicos com o objetivo de defesa contra predadores, sendo assim, o ato de inflar e levantar o corpo, emitir sons, morder, e realizar ataques com a cauda, assim como a autotomia caudal podem ser comumente demonstradas pela espécie quando a mesma se sente em perigo. A mordida da espécie para os seres humanos pode resultar em dores, inflamações, infecções, fratura, hemorragia e até mesmo perda de tecido. A espécie apresenta comportamentos de territorialismo por parte dos machos. Além disso, apresenta potencial invasor que pode ocasionar em desequilíbrios ambientais. O comportamento do Teiú só pode ser acompanhado durante a noite.

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Comportamento sazonal

Dieta e nutrição

O hábito alimentar do lagarto é caracterizado por ser amplamente diverso, variando entre animais (invertebrados e vertebrados), carcaças, ovos e frutas, sendo esta última associada a dispersão de sementes, importante função ecológica para o ambiente. Desta forma, o Salvator merianae, é considerado um onívoro, com uma estratégia generalista e oportunista, de modo que se alimenta de acordo com os recursos disponíveis no local.

Hábitos de acasalamento

A reprodução do Teiú é predominantemente ovípara, com grandes ninhadas, associada ao tamanho corporal das fêmeas, que podem variar entre 24 a 49 ovos no ambiente natural e de 26 a 37 ovos em cativeiro. Durante o período de reprodução, os machos e fêmeas apresentam alterações na demanda de temperatura, uma vez que os machos necessitam de maiores temperaturas em relação às fêmeas, entretanto as fêmeas reprodutivas possuem temperaturas maiores que as não reprodutivas. Geralmente, as fêmeas realizam a nidificação em arbustos ou próximo a construções.

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Ainda sobre a reprodução, podemos destacar um ato peculiar por parte dos machos, onde que no Brasil, obteve-se o registro de uma tentativa de acasalamento com uma fêmea morta, ato que configura uma necrofilia. O macho mordia o pescoço da fêmea e se preparava para copular durante dois dias seguidos, mesmo com o cheiro de putrefação e decomposição. Tal comportamento pode ser explicado pelo fator temperatura, que nos dias em questão a estava entre 29º C a 33º C, influenciando na temperatura do cadáver da fêmea exposta ao sol e ao clima quente.

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População

Ameaças à população

A maior ameaça para a espécie é pela demanda em obter suas peles (couros), consumo da carne e também para utilizá-los como pets, retirando os do seu habitat natural, processo no qual outras espécies de lagartos também estão submetidas. Como por exemplo, na década de 1980, que foi marcada pela comercialização anual de 1,9 milhões de pele do lagarto Tupinambis. A comercialização ilegal do gênero Salvator, está sendo reduzida devido ao monitoramento do CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção) e também por países da América do Sul, como Bolívia, Paraguai e Argentina, que possuem Programas de Planos de Manejo.

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Os atropelamentos de fauna são preocupantes para a sobrevivência da fauna. Dentre as espécies que se destacam nos maiores índices de atropelamentos e óbitos, S. merianae representa 11,48% do total de 64,86% dos dados obtidos sobre os répteis. Os fatores que puderam levar a essa elevada taxa, são devidas particularidades fisiológicas da espécie, que buscam ambientes com maiores temperaturas, além de sua elevada abundância.

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Referências

1. Teiú-comum artigo na Wikipédia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Salvator_merianae
2. Teiú-comumno site da Lista Vermelha da IUCN - https://www.iucnredlist.org/species/178340/61322552

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