Coruja-preta
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Strix huhula

A coruja-preta ou mocho-negro (nome científico: Strix huhula) é uma coruja da família dos estrigídeos (Strigidae). Inteiramente noturna, possui tamanho médio e não migra de seu habitat. Encontrada na América do Sul, seus habitats naturais são variados.

Aparência

A coruja-preta é uma espécie de tamanho médio (30–36 centímetros), pesando em torno de 400 gramas, mas podendo variar a até 500 gramas. Geralmente, as fêmeas são maiores que os machos. Quando adulto, possui coloração predominantemente negra, levemente amarronzada no dorso. Sua região ventral e da face possuem cores brancas. Sua cauda é negra, com 4-5 faixas brancas. Por possuir uma plumagem extremamente macia, não emite barulho ao bater suas asas.

Distribuição

Geografia

São encontradas principalmente abaixo de uma altitude de 500 metros, com raros registros em até 1 400 metros. Habita vários tipos de florestas em toda a paisagem sul-americana, principalmente florestas tropicais e subtropicais. No Equador, foram registrados quase exclusivamente na floresta úmida do nordeste, também sendo encontrada nas florestas do Atlântico, como a mata de igapó e a Floresta de terra firme no Brasil.

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É difícil de detectar e é um dos estrigídeos menos conhecidos na América do Sul. Seu tamanho populacional não foi avaliado, mas é descrito como uma ave relativamente comum, embora esteja distribuída de forma irregular. Poucos avistamentos foram registrados, mas seu alcance muito provavelmente se estende do sul da Colômbia ao sudeste da Argentina e do Brasil.

A dificuldade em detectar a espécie é bem ilustrada pelo fato de que S. h. albomarginata foi encontrada apenas algumas vezes nos últimos anos na Mata Atlântica do Brasil e do Paraguai, e apenas duas vezes até 2012 no Parque Nacional Equatoriano de Podocarpus. Na região de Minas Gerais, Brasil, só foi avistada uma segunda vez 170 anos depois de ter sido registrada pela primeira vez. Da mesma forma, apenas relatos históricos sem evidências que o corroborem existiam no Paraguai antes de 1995. Também foi considerada a menos abundante das corujas semelhantes na província de Misiones, na Argentina. Em 2018, notou-se que a espécie é "desejada no álbum de registros dos observadores de aves" diante da dificuldade de ser avistada.

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Coruja-preta Mapa do habitat
Coruja-preta Mapa do habitat
Coruja-preta
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Hábitos e estilo de vida

A vocalização dos machos consiste em uma frase de vaias cambiantes. O ritmo típico é composto de 3-4 notas guturais profundas, seguidas por uma pausa de cerca de 0,6 segundos e terminando com um ou dois pios mais altos e mais curtos. Já as fêmea cantam uma versão ligeiramente mais aguda. Muitas novas vocalizações são ouvidas durante o período de aninhamento, incluindo dois tipos de gritos. Ao redor do ninho, foram gravados machos chamando seu parceiro com seis ou sete notas descendentes, com as fêmeas respondendo com o mesmo chamado ou com 1, 2 ou 3 notas. Essa chamada descendente só foi ouvida durante o aninhamento, mas a chamada de 1, 2 ou 3 notas foi ouvida em outras circunstâncias.

Estilo de vida
Comportamento sazonal
Canto do pássaro

Dieta e nutrição

Poucas informações estão disponíveis sobre os hábitos alimentares desta espécie, mas morcegos foram encontrados no estômago de pássaros adultos e eles foram observados comendo e alimentando mariposas para seus filhotes. A coruja-de-cara-negra, o parente mais próximo da coruja-preta, foi vista capturando grandes insetos, como besouros (principalmente escaravelho, gorgulhos (curculionídeos) e cerambycinae, gafanhotos (acridídeos) e baratas (blatídeos). Com menor frequência, também consome pequenos vertebrados, como roedores, répteis, morcegos e aves.

Hábitos de acasalamento

Também não se sabe muito sobre a reprodução da espécie. A primeira descrição de nidificação foi relatada em 2013. Observou-se que durante o período de incubação, de setembro a novembro, o ovo foi incubado durante todo o dia e quase toda a noite, sendo deixado sozinho apenas por curtos períodos de 5 a 10 minutos. O mesmo comportamento foi observado por pelo menos três semanas após a eclosão. Supõe-se que a fêmea fez toda a incubação e criação, congruente com todas as outras espécies de coruja estudadas. Ambos os pais defenderam ativamente seu ninho, e o casal reprodutor provavelmente excluiu outras espécies de corujas do centro de seu território. Semelhante a outras corujas Ciccaba e Strix, sua ninhada possui um filhote, e o ninho situa-se entre galhos bifurcados e não em uma cavidade. Podem usar a mesma forquilha de árvore para seu ninho nos anos seguintes, mas podem não se reproduzir consecutivamente.

População

Conservação

Em 2005, foi classificada como vulnerável na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo; em 2010, sob a rubrica de "dados insuficientes" no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná; em 2011, como em perigo na Lista das Espécies da Fauna Ameaçada de Extinção em Santa Catarina; em 2014, sob a rubrica de "dados insuficientes" no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo; e em 2018, como pouco preocupante na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN), em sua Lista Vermelha, a classificou como pouco preocupante por conta de sua ampla distribuição, apesar de se considerar que a espécie esteja em tendência de declínio populacional devido à perda de habitat. A coruja-preta consta ainda no Apêndice II da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES).

Referências

1. Coruja-preta artigo na Wikipédia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Coruja-preta
2. Coruja-pretano site da Lista Vermelha da IUCN - https://www.iucnredlist.org/species/22689144/93219904
3. Canto do pássaro - https://xeno-canto.org/685470

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