O albatroz-de-sobrancelha (Thalassarche melanophris) é uma ave da família Diomedeidae (albatrozes) que habita as águas costeiras do sul do Brasil, as ilhas Malvinas e Geórgia do Sul. Pode eventualmente migrar para São Paulo, Rio de Janeiro e até mais ao norte (Bahia, Sergipe e Alagoas), assim como para o sul do continente africano.
Estas aves distinguem-se dos restantes albatrozes pelas asas negras contrastantes com a plumagem branca, e pelo bico laranja com a ponta avermelhada. Na zona da face apresentam também uma faixa ocular escura, que dá origem ao seu nome. Os juvenis deixam o ninho com uma faixa peitoral marrom e o bico negro, adquirindo apenas mais tarde a plumagem de adulto. Os albatrozes-de-sobrancelha têm uma envergadura máxima de aproximadamente 2,5 m e pesam entre 3,35 e 4,66 kg (machos) e 2,9 e 3,8 kg (fêmeas). A sua alimentação pode ser baseada em cefalópodes (população das Falkland) ou em krill (população da Geórgia do Sul, mais próxima da Antártida). Este albatroz tem uma razoável capacidade de mergulho e pode capturar presas a até 5 m de profundidade.
A época de reprodução começa com a chegada das aves às colônias das Ilhas Malvinas no final de agosto ou início de setembro, realizando as posturas em outubro. Na Geórgia do Norte o início ocorre somente três semanas depois. A incubação do ovo leva cerca de 68 dias, e os juvenis deixam o ninho após 116-125 dias sob o cuidado dos pais. Os albatrozes-de-sobrancelha atingem a maturidade sexual entre os 6 e os 13 anos. Nos meses fora da época de reprodução, os albatrozes-de-sobrancelha deslocam-se na maioria para o sul da África, sendo encontrados na região da Corrente de Benguela e Cabo da Boa Esperança.
Apesar de ser o mais vulgar e disseminado dos albatrozes, a espécie foi inicialmente considerada Quase Ameaçada (NT) pela IUCN, mas o declínio nas Ilhas Falkland e os observados em outras populações justificaram a mudança de seu status para "em perigo" a partir de 2003. Em 2017, a classificação foi alterada para Preocupação Menor (LC), tendo em vista a área de abrangência extremamente grande, a grande população e a tendência de crescimento desta população.
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O albatroz-de-sobrancelha é circumpolar nos oceanos do sul e se reproduz em 12 ilhas ao longo dessa extensão. No Oceano Atlântico, reproduz-se nas Ilhas Malvinas, nas Ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul e nas Ilhas do Cabo Horn. No Oceano Pacífico, procria nas ilhas Ildefonso, Diego de Almagro, Islas Evangelistas, Ilha Campbell, Ilhas Antípodas, Ilhas Snares e Ilha Macquarie. No Oceano Índico, reproduz-se nas Ilhas Crozet, Ilhas Kerguelen, Ilha Heard e Ilha McDonald.
Existem cerca de 1 220 000 pássaros vivos com 600 000 casais reprodutores, conforme estimado por uma contagem de 2005. Destas aves, 402 571 procriam nas Malvinas, 72 102 procriam na Ilha Geórgia do Sul, 120 171 procriam nas ilhas chilenas de Islas Ildefonso, Diego de Almagro, Islas Evangelistas e Islas Diego Ramírez. 600 casais se reproduzem na Ilha Heard. Finalmente, os demais 5 409 casais se reproduzem nas ilhas restantes. Esta espécie particular de albatroz prefere forragear nas plataformas continentais. Os pássaros das Ilhas Malvinas passam o inverno perto da plataforma da Patagônia, as aves da Geórgia do Sul se alimentam em águas sul-africanas, usando a Corrente de Benguela, e as aves chilenas se alimentam na plataforma da Patagônia, na plataforma do Chile e chegam até a Nova Zelândia. É o albatroz mais provável de ser encontrado no Atlântico Norte devido a uma tendência migratória para o norte. Houve 20 possíveis avistamentos nos Estados Unidos. Em 13 de maio de 2017, um indivíduo foi visto na costa de Bempton Cliffs, Inglaterra.
As colônias são muito barulhentas quando zurram para marcar seu território e também gargalham asperamente. Eles usam sua cauda em leque em exibições de cortejo.
O albatroz-de-sobrancelha se alimenta de peixes, lulas, crustáceos, carniça e descartes de pesca. Esta espécie já foi observada roubando comida de outras espécies.
Esta espécie normalmente nidifica em encostas íngremes cobertas por touceira e às vezes em penhascos. Nas Malvinas, nidifica em pastagens planas na costa. Eles são reprodutores anuais, que põem um único ovo, em geral entre 20 de setembro e 1º de novembro, embora os indivíduos das ilhas Crozet e Kerguelen ponham cerca de três semanas antes. A incubação é feita por ambos os sexos e dura de 68 a 71 dias. Após a eclosão, os pintinhos levam de 120 a 130 dias para emplumar. Os juvenis retornam à colônia após dois a três anos, mas apenas para praticar rituais de namoro, pois começam a procriar por volta do 10º ano.