Gavião-pega-macaco

Gavião-pega-macaco

Apacanim, Cutiú-preto, Gavião-de-penacho, Papa-mico, Uiruucotim, Urubutinga, Urutaurana

Reino
Filo
Classe
Família
Género
Espécies
Spizaetus tyrannus

O gavião-pega-macaco, também designado como apacanim, cutiú-preto, gavião-de-penacho, papa-mico, uiruucotim, urubutinga ou urutaurana (nome científico: Spizaetus tyrannus), é uma águia da família dos acipitrídeos (Accipitridae) que ocorre do México à Argentina e em todo o Brasil. O gavião-pega-macaco, o gavião-pato e o gavião-de-penacho são as únicas três espécies de águias-açores presentes no Brasil.

Origem do nome animal

"Gavião-pega-macaco", "papa-mico", "papa-macaco" e "pega-macaco" são referências à sua predileção por se alimentar de macacos. "Uiruucotim" é uma palavra de origem tupi. Segundo o Dicionário Histórico das Palavras Portuguesas de Origem Tupi (DHPT), apucanim tem provável origem tupi a partir de yapaka'ni, que também originou o designativo japacanim, aplicado a outras aves. Foi citado a primeira vez em 1777 como yapacani e em 1783 como japocani. Cutiú-preto, segundo Antenor Nascentes, derivou do tupi kuti'u, no sentido de "gavião preto do Amazonas", e -una (que pode variar para -m ou -u), que significa "preto". Urubutinga, por sua vez, derivou de uruwu'tinga, < uru'wu, no sentido de urubu, e -tinga, no sentido de branco. Foi registrado em 1594 como urubutĩga e 1610 como urubatinga.

Aparência

O gavião-pega-macaco tem de 58 a 70 centímetros (23 a 28 polegadas) de comprimento e pesa cerca de 900 a 1 300 gramas (2 a 2,9 libras). Tem plumagem preta com padrões variados em suas asas e corpo, e manchas brancas em alguns lugares. Tem as asas barradas, de forma ligeiramente elíptica, e uma cauda longa e estreita que raramente é abanada. As quatro barras cinzentas na cauda são distintivas do gavião-pega-macaco, assim como a linha branca vista ligeiramente acima do olho do pássaro. Durante o voo, a largura e a brevidade das asas tornam-se aparentes, e sua cauda é normalmente mantida fechada.

Gavião-pega-macaco Mapa do habitat
Gavião-pega-macaco
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Hábitos e estilo de vida

Estilo de vida
Comportamento sazonal
Canto do pássaro

Dieta e nutrição

Embora leve e pequeno em comparação com outras águias, o gavião-pega-macaco é um poderoso predador que frequentemente caça presas relativamente grandes. Alimenta-se principalmente de grandes roedores, gambás e macacos, bem como, ocasionalmente, morcegos, pássaros e alguns répteis. As aves que captura podem ser bem grandes, como tucanos e Ortalis. Robinson (1994) registrou um gavião-pega-macaco capturando esquilos do gênero Sciurus a dois metros do solo. Há também registros de captura de pequenos pássaros como o bentevizinho-de-penacho-vermelho (Myiozetetes similis). Como a fêmea é maior que o macho, as presas capturadas por eles são de tamanhos diferentes, de modo que não competem entre si por comida, podendo permanecer na mesma área, o que facilita o encontro para o cruzamento. Funes et al. (1992) registraram 75 tipos de presas entregues a fêmeas e filhotes em dois ninhos no Parque Nacional de Tikal, Guatemala. Os pesquisadores descobriram que 68% das presas eram mamíferos (14 esquilos pequenos, oito gambás da América Central (Caluromys derbianus), um esquilo de tamanho médio e cinco mamíferos não identificados), 2,6% eram aves (duas aves não identificadas) e 29,3% eram presas não identificadas.

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A maioria das presas eram pequenos mamíferos noturnos, sugerindo que a espécie tem maior preferência por mamíferos do que o gavião-de-penacho. J. Luís Rangel-Salazar encontrou um ninho em 7 de março de 1991 em Iucatã, recolheu restos de presas e os tucanos-de-peito-amarelo (Ramphastos sulfuratus) foram as presas mais abundantes; mamíferos (guaxinins e esquilos) representaram 17,6% do total de presas. Skutch (1960) registrou a predação desta espécie sobre os filhotes de um casal de bentevizinho-de-penacho-vermelho. No Panamá, segundo Wetmore (1965), o colecionador E. A. Goldman pegou um pássaro perto de Gatun enquanto estava sentado no topo de uma árvore alta comendo uma iguana (Iguana iguana). Smith (1970) observou adultos alimentando jovens com duas iguanas, cada uma com aproximadamente 25 centímetros de comprimento, uma cobra (Oxybelis sp.), um gaio-de-peito-preto (Cyanocorax affinis) e um esquilo Sciurus granatensis. No Peru, um gavião-pega-macaco foi observado nas proximidades de Cocha Cashu, Parque Nacional de Manu, carregando um grande lagarto (30-35 centímetros), que de repente mergulhou do dossel para capturar um esquilo (Sciurus sp.), atacando araras em uma árvore e carregando um roedor não identificado (Robinson 1994).

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Hábitos de acasalamento

O comportamento reprodutivo do gavião-pega-macaco é pouco conhecido. Em um estudo realizado na Guatemala pelo The Peregrine Fund, quatro ninhos foram documentados. A altura média dos ninhos foi de 25,5 metros e os ninhos foram todos construídos em galhos laterais afastados do centro da árvore. Todos os pares reprodutores conhecidos, tanto na natureza quanto em cativeiro, colocaram ninhadas de ovos únicos e o período de incubação estimado é de 44 dias. Em El Salvador, West (1988) viu um ninho putativo desta espécie localizado a 15 metros de altura em uma nespereira de 20 metros (Manilkara chicle) no Bosque El Impossible. A árvore do ninho estava localizada em uma encosta, com vista para um vale.

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Na Guatemala, um ninho com um ovo foi achado em 29 de abril de 1992 no Parque Nacional de Tikal, e o filhote eclodiu em 5 de maio e emplumou em 15 de julho. Outro ninho com um filhote de seis semanas foi encontrado em 3 de julho de 1992. O ninho no Parque Nacional de Tikal estava localizado a 27 metros acima do solo em uma árvore Brossimum alicastrum de 30 metros de altura e estava em um emaranhado de trepadeiras sustentado por dois galhos secos a trinta pés do tronco principal. Outro ninho tinha 28 metros de altura em uma árvore Bucida buceras, e também estava em um emaranhado de trepadeiras sustentado por dois galhos a cerca de 3 metros do tronco principal. No Panamá, Smith (1970) encontrou dois juvenis em um ninho na Zona do Canal em fevereiro de 1965 e um juvenil emplumado próximo ao mesmo ninho em agosto de 1968.

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População

Conservação

Estima-se que a população de gavião-pega-macaco esteja dentro da faixa de 50 e 500 mil indivíduos em toda sua extensão. É sabido que está com uma moderada tendência de declínio, porém os dados são insuficientes. Um estudo de sensoriamento remoto descobriu que a floresta dentro de seu alcance foi perdida a uma taxa de 8% ao longo de três gerações. Se essa taxa perdurar, a espécie diminuirá 10% ao longo de três gerações. Por sua grande população e ampla área de ocupação, e apesar de seu declínio, a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / ICUN) classificou o gavião-pega-macaco como uma espécie pouco preocupante. Em 2005, foi listada como vulnerável na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo; em 2010, foi classificado como em perigo na Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais e quase ameaçado no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná; em 2011, como vulnerável na Lista das Espécies da Fauna Ameaçada de Extinção em Santa Catarina; em 2014, como em perigo no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo e sob a rubrica de "dados insuficientes" na Lista das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Rio Grande do Sul; e em 2018 como pouco preocupante na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (IMCBio).

Referências

1. Gavião-pega-macaco artigo na Wikipédia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Gavi%C3%A3o-pega-macaco
2. Gavião-pega-macacono site da Lista Vermelha da IUCN - https://www.iucnredlist.org/species/22696193/168672294
3. Canto do pássaro - https://xeno-canto.org/707448

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