O guará (nome científico: Eudocimus ruber) é uma espécie de ave pelecaniforme da família Threskiornithidae. Também é conhecida como íbis-escarlate, guará-vermelho, guará-rubro e guará-pitanga. É uma ave típica do litoral atlântico da América do Sul, reproduzindo-se sobretudo em regiões de mangue.
An
Animais diurnosDiurnalidade é o termo usado em etologia para caracterizar o comportamento dos animais que estão ativos durante o dia e descansam durante a noite...
An
Animais carnívorosTanto na linguagem vernácula, como nos diferentes ramos da zoologia chamam-se carnívoros, aos animais que se alimentam predominantemente de carne...
In
InsetívoroDiz-se insetívoro ou entomófago do animal que se alimenta de insetos, embora se possa alargar o uso do termo para as chamadas plantas insetívora...
Av
Aves pernaltasAv
Aves planadorasAn
Animais planadoresAn
Animais altriciaisAn
Animais semiaquáticosNó
NómadaTe
TerritorialEm etologia e sociobiologia, o termo território refere-se a qualquer área sociogeográfica que um animal de uma determinada espécie defende cons...
Co
CongregacionalOv
OvíparoEm biologia, os animais ovíparos são aqueles cujo embrião se desenvolve dentro de um ovo em ambiente externo sem ligação com o corpo da mãe.E...
Ar
ArborícolaArborícola é o termo usado para descrever animais cuja vida se dá principalmente nas árvores, tais como muitos primatas, aves, cobras e insetos...
Mo
Monogamia em sérieAn
Animais sociaisEm
Em rebanhoCo
ColonialEm biologia, colónia ou colônia é uma relação ecológica harmônica intraespecífica, em que um grupo de organismos da mesma espécie formam ...
Nã
Não-migratórioS
Começa porAn
Animais VermelhosO guará é uma ave do litoral da América do Sul. Está presente desde Trinidad e Tobago (onde é a ave nacional), na Colômbia, Venezuela, Guianas e em grande parte do litoral do Brasil: ocorre em abundância no litoral do Amapá, nos estados do Piauí e Maranhão (por exemplo no Delta do Parnaíba), no Espírito Santo, em São Paulo (por exemplo nos municípios de Peruíbe, Cananeia, Iguape e Cubatão) e no Paraná, chegando até o litoral norte de Santa Catarina, na região de Joinville e na ilha de São Francisco do Sul. Cidades como Guarapari (ES), Guaratuba (PR), Guaraqueçaba (PR) e Guaramirim (SC) devem seus nomes ao desta ave.
O guará mede cerca de cinquenta a sessenta centímetros. Possui bico fino, longo e levemente curvado para baixo. A plumagem é de um colorido vermelho muito forte, por causa de sua alimentação à base de um caranguejo que possui uma grande quantidade de betacaroteno, sendo assim responsável pelo tingimento das plumas. Em cativeiro, se houver mudança da alimentação, as plumas podem perder a cor e ficar com um tom cor-de-rosa apagado.
A reprodução é feita em colônias. Os ninhos são feitos no alto das árvores de mangue. A fêmea põe dois ou três ovos de cor bege, com manchas marrons. Os filhotes nascem de cor escura e peito branco, tornando-se completamente vermelhos após um ano e meio de vida.
O guará é uma ave sociável e gregária e muito solidária no que diz respeito à busca de alimento e à proteção dos jovens. Eles vivem em bandos de trinta ou mais. Os membros ficam próximos, e os pares de acasalamento organizam seus ninhos em estreita proximidade com outros pares na mesma árvore.
Para proteção, os bandos geralmente se reúnem em grandes colônias de vários milhares de indivíduos. Também participam regularmente de bandos mistos, ganhando segurança adicional por meio de números: cegonhas, colhereiros, garças e patos são companheiros comuns durante a alimentação e voos.
Seus longos e finos bicos são usados para sondar alimentos na lama macia ou sob plantas. Popularmente imaginado como comendo apenas camarão, um estudo recente nos Llanos descobriu que grande parte de sua dieta consiste em insetos, dos quais a maioria eram escaravelhos e besouros terrestres. Uma espécie em particular, o escaravelho Dyscinetus dubius, formava uma grande parte da dieta. Em contraste, a dieta dos íbis-brancos-americanos que ocorrem ali diferia, estes últimos consumindo mais insetos, peixes e crustáceos.
No entanto, comem muito camarão e outras iguarias semelhantes, como pequenos caranguejos, moluscos e outros crustáceos. A grande quantidade de camarão e outros moluscos vermelhos produz um excesso de astaxantina, um carotenoide que é o principal componente da pigmentação vermelha das aves. Quando mantidos em zoológicos, a dieta das aves geralmente contém suplemento de beterraba e cenoura para manter a vibração da cor em sua plumagem.
Os Llanos são notáveis porque essas planícies alagadas abrigam sete espécies de íbis em uma região. Aqui, os guarás são os mais agressivos e atacam outras espécies para roubar sua comida. Eles também foram observados seguindo irerês (Dendrocygna viduata) e gado doméstico, e pegando insetos perturbados por eles.
Os pares de acasalamento constroem ninhos em um estilo simples, tipicamente "plataformas soltas de gravetos" de uma qualidade às vezes descrita como "sem arte". Eles empoleiram-se em copas folhosas, preferindo principalmente o abrigo conveniente de árvores jovens de mangue à beira da água. Os guarás gostam de áreas úmidas e lamacentas, como pântanos, mas por segurança constroem seus ninhos em árvores bem acima da água. Se puderem, eles nidificam em ilhas, onde seus ovos e filhotes são menos propensos a estarem em perigo de predadores.
Para atrair uma fêmea, o macho realiza uma variedade de rituais de acasalamento, como alisar, sacudir, estalar o bico, esfregar a cabeça e voar alto. Como acontece com a maioria das aves, o acasalamento não envolve qualquer acoplamento ou inserção: em vez disso, uma transferência de fluidos seminais ocorre durante o contato externo entre as aberturas cloacais. Após um período de gestação de cinco a seis dias, a fêmea põe uma ninhada de três a cinco ovos lisos e foscos que normalmente incubam por 19-23 dias. Depois de um namoro bem-sucedido, os pares permanecem fiéis e coabitantes, compartilhando as responsabilidades pelas crias.
No sudeste do Brasil, os guarás se reúnem em colônias em meados de setembro e fazem ninhos no início de novembro. Em uma colônia observada, a postura de ovos foi sincronizada, com as fêmeas botando ovos em três ondas no início de novembro, final de dezembro e final de janeiro.
A espécie tem status de protegida em todo o mundo, e a União Internacional para Conservação da Natureza classificou o guará como uma espécie pouco preocupante na Lista Vermelha. Embora várias populações locais pareçam estar em declínio, os números totais globais permanecem relativamente grandes e a taxa atual de perdas não é considerada uma ameaça à sobrevivência da espécie. No entanto, perdas recentes de populações estabelecidas na Guiana Francesa se tornaram uma preocupação para conservacionistas, e no Brasil a ave foi incluída em uma lista nacional de espécies ameaçadas de extinção.