Quati-da-américa-do-sul, Quati-do-nariz-marrom, Coati, Mundé, Quatimundé, Quatimundéu
O Quati-de-cauda-anelada, quati-da-américa-do-sul, quati-do-nariz-marrom, coati, mundé, quatimundé ou quatimundéu (nome científico: Nasua nasua), é um carnívoro da família dos procionídeos (Procyonidae). Faz parte do gênero Nasua (dos quatis), que possui outra espécie, Quati-de-nariz-branco (Nasua narica), ambas ocorrendo no continente Americano.
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Animais de Cauda LongaDe maneira geral, o corpo do quati costuma apresentar coloração cinzento-amarelado, sendo a região ventral e as regiões laterais mais claras. O focinho é preto, alongado e sua ponta apresenta movimento que auxilia explorar, juntamente com os membros torácicos, ninhos, tocas e ocos de árvores. Pelo olfato, descobre pequenos vertebrados e invertebrados. As orelhas são curtas, com capacidade de apresentar pelos esbranquiçados, características que também podem estar presentes na face. Os pés e as mãos são pretos, como também os anéis presentes em sua cauda peluda. Vale ressaltar que variações podem existir, visto que depende da idade do animal e de sua variabilidade individual.
O quati-de-cauda-anelada pode atingir 30,5 centímetros de altura e comprimento corpóreo entre 43-66 centímetros. Apresenta, em média, 4 quilos de massa corporal (considerando quatis adultos e juvenis, de ambos os sexos), podendo atingir até 11 quilos. Possui entre 22-69 centímetros de cauda e são capazes de reproduzirem uma ninhada por ano. São mamíferos com hábitos diurnos e, normalmente, dormem em árvores. O quati (Nasua nasua) se movimenta de formas diferentes: sobe em árvores com o auxílio das garras, corre pelo chão, pula/desce da árvore para o chão de frente ou de costas, andam de quatro patas e pulam de um tronco para outro.
A distribuição geográfica de Nasua narica tem passagem pelo sul dos estados do Texas e Arizona, sudoeste do Novo México, nos EUA, cruzando o México, América Central. No entanto, o Nasua nasua tem passagem desde o sul da Colômbia até o norte do Uruguai e da Argentina. Além dessas localidades, há registros de Nasua nasua em ambientes insulares, como na Ilha de Robinson Crusoe e na ilha Anchieta, esta última situada no litoral do estado de São Paulo.
Essencialmente, o Nasua nasua ocupa habitats florestais, inclusive florestas perenes e caducifólias, florestas primárias, matas de galeria, cerrados, savanas, chaco.
Em Formosa, na Argentina, identificou-se preferências dos quatis por florestas em fase de regeneração e florestas baixas. Além disso, no Cerrado, houve afinidade com áreas abertas e, no Pantanal, houve rejeição a ambientes alagados (correlação negativa) e preferências pelas florestas (correlação positiva). Na Caatinga, no entanto, ainda não há estudos sobre o Nasua nasua, portanto torna-se impossível a determinação do estado das populações neste bioma.
Caracterizados como onívoros, a dieta dos quatis abrange, especialmente, insetos e larvas, além de artrópodes (quilópodes, aranha). Se alimentam também de uma grande diversidade de frutos e, às vezes, pequenos vertebrados. Os quatis podem variar de alimentação através da sazonalidade e podem incluir itens incomuns, como serpentes, crustáceos e peixes.
Uma relação mutualística já presenciada entre Nasua nasua e Tapirus bairdii consistiu na coleta de carrapatos das antas. Em área com intensa utilização antrópica e com escassez de frutos e animais no solo, os quatis são observados alimentando-se de lixo. Há ocorrência da ingestão de resíduos não digeríveis descartados e alimentos processados. Nota-se, também, que a alimentação fornecida por visitantes em determinados parques interfere positivamente no hábito alimentar dos animais e modifica padrões comportamentais e de forrageio, visto que os quatis acabam se acostumando com um rota pré-determinada de alimentos em abundância.
Os quatis, oportunisticamente, se alimentam de mamíferos e realizam necrofagia. Machos e fêmeas não possuem diferenças na alimentação, embora as fêmeas apresentem, teoricamente, uma dieta mais abrangente em proteínas e mais calórica - em relação aos frutos - que os machos.
O acasalamento de Narica narica apresenta semelhança com um harém, em que um ou dois machos monopolizam a acessibilidade aos bandos. As fêmeas costumam escolher os machos que desejam copular e os machos, normalmente, são fiéis a um bando em particular na época de reprodução. As fêmeas costumam parir em ninhos localizados nas árvores. O processo de acasalamento do Nasua nasua é semelhante, havendo mudanças somente nos períodos da cópula e nos nascimentos.
Ressalta-se, portanto, que os machos só são acolhidos nos bandos no período de cópula, com duração média de um pouco menos que um mês.
As fêmeas de Nasua narica iniciam a reprodução a partir dos dois anos de idade. E, em relação ao Nasua nasua, a gestação dura, em média, 75-76 dias, e as ninhadas costumam apresentar entre 1 a 7 filhotes em cativeiro.
Muitas das doenças que acometem os quatis ainda encontram-se em estudos. No entanto, evidências de determinadas patologias já são conhecidas pelos cientistas. Entre essas doenças, cita-se a dioctofmose, parasitose renal mundial provocada pelo nematóide Dioctophyma renale. Essa parasitose acomete o tecido renal através de uma destruição progressiva e, consequentemente, diminuição do tamanho do órgão a uma cápsula fibrosa. Corriqueiramente, é comum encontrar o parasita alojado no rim direito, mas também pode ser encontrado na vesícula urinária, cavidade peritoneal ou até mesmo no estômago.
Outra doença encontrada nos quatis (Nasua nasua) é provocada por um protozoário hemoflagelado da família dos tripanosomatídeos (Trypanosomatidae). A transmissão é feita por moscas hematófagas dos gêneros Stomoxys sp. e Tabanus sp.. Em território brasileiro, há duas fases características da doença: a síndrome aguda, responsável por uma morte rápida, que acomete equinos e cães não-tratados, e a crônica, que acomete uma diversidade de animais, principalmente silvestres, como os quatis (Nasua nasua) e as capivaras (Hydrochaeris hydrochaeris).
Os quatis (Nasua nasua) também são afetados por doenças parasitarias através dos seguintes ectoparasitos: Trichodectes canis (piolhos) e Ctenocephalides felis (pulgas).
No Pantanal, ressalta-se a importância dos quatis no ciclo de transmissão de Trypanosoma evansi e Trypanosoma cruzi. Há relatos, também, de diversas mortes de quatis, no Parque Ecológico do Tietê, em São Paulo, devido às doenças contraídas através de animais domésticos, como a cinomose.