Siluro
O siluro (Silurus glanis), frequentemente confundido com o peixe-gato (cujo comprimento não ultrapassa 30 cm), é um grande peixe de água doce originário dos grandes rios da Europa Central e ocorrendo, como espécie invasora, em outros cursos de água europeus, como os rios Tejo, Ebro (Espanha), Zêzere (Portugal), e Ródano (França).
Devido ao seu tamanho e forma peculiar o Silurus glanis é um peixe comestível bastante popular na Europa Central e Oriental. A sua carne e gordura eram utilizadas para fins de cura em alguns locais do mundo. No século quatro, foi descrito pelo poeta Decimus Magnus Ausónio como nostrae mitis Balaena Mosellae ( "baleia gentil do nosso Mosel " ).
A importância económica do peixe-gato é diferente em varias regiões do seu habitat. No leste da Europa é pescado comercialmente e cada vez mais criado em aquicultura. A sua carne é branca, de sabor suave, poucas espinhas e tem um teor de gordura de seis a oito por cento. É comercializado fresco, secos, fumado ou salgado. No Mar Cáspio os ovos são utilizado como caviar.
O Silurus glanis é o maior peixe de águas interiores da Europa e um das maiores espécies de peixes de água doce, podendo alcançar, em condições favoráveis, até três metros de comprimento e 150 kg de peso. Contudo, não há registo de um espécime dessas dimensões nos últimos 100 anos.
O siluro é um peixe bentónico, ictiófago, dotado de 6 barbilhos (dois longos na parte superior da mandíbula e quatro menores por baixo), que se alimenta sobretudo ao anoitecer. Vários pescadores desportivos relataram, no entanto, ter encontrado no estômago destes peixes outras presas para além de peixes, tais como pequenos mamíferos (ratos) e aves.
O habitat original dos siluros estende-se desde o Elba e do Doubs, no leste de França, até ao leste e sudeste da Europa (com exceção da costa do Mediterrâneo); da bacia do Aral até a (Turquia) e Afeganistão).
A existência do siluro no Danúbio e no Reno, onde era endémico, está registada na L'Histoire Naturelle de Buffon, editada no século XIX.
O siluro está também presente no Mar Cáspio e em zonas de águas salobras do Báltico e do Mar Negro.
Registos fósseis, no entanto, indicam que, anteriormente, a espécie viveu também a norte do Reno e dos seus afluentes, chegando até ao Mar do Norte.