Japurá, Jurupará, Macaco-da-meia-noite, Quincaju, Gogó-de-sola, Gatiara, Macaco-janauí, Macaco-janauaí, Macaco-januí, Janaú, Mirumiru, Macaco plantador
O jupará, japurá, jurupará, macaco-da-meia-noite, quincaju, gogó-de-sola, gatiara, macaco-janauí, macaco-janauaí, macaco-januí, janaú, mirumiru e macaco plantador (nome científico: Potos flavus) é um típico mamífero da floresta tropical da família dos procionídeos (Procyonidae) relacionado com os olingos (Bassaricyon), quatis (Nasua e Nasuella), guaxinins (Procyon), bassariscos (Bassariscus). Diverge de seus parentes por sua cauda preênsil. É o único membro do gênero Potos. São arbóreos e não estão intimamente relacionados a nenhum outro grupo de mamíferos que vivem em árvores (primatas, alguns mustelídeos, etc.). É Nativo da América Central e América do Sul; no Brasil são encontrados na floresta Amazônica e na Mata Atlântica.
Possuem cerca de 76 centímetros de comprimento, cabeça arredondada e cauda longa. Chegam a pesar 4,6 quilos. Alimentam-se basicamente de frutas, insetos, pequenos vertebrados, mel, néctar, carne, folhas e flores e ovos. Não está uma espécie em extinção, embora seja raramente visto pelas pessoas por causa de seus rígidos hábitos noturnos. Porém, são caçados pelo comércio de animais de estimação, por suas peles (para fazer carteiras e selas de cavalo) e por sua carne. A espécie foi incluída no Apêndice III da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção por Honduras, o que significa que as exportações de Honduras exigem uma licença de exportação e as exportações de outros países exigem um certificado de origem ou reexportação. Podem viver até 40 anos em cativeiro.
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CrepuscularCrepuscular é um termo usado para descrever animais que são primariamente ativos durante o crepúsculo, ou seja, no amanhecer e no anoitecer. A p...
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FrugívoroFrugívoro é o animal cuja dieta alimentar é composta principalmente de frutos, não causando prejuízo às sementes de uma planta, que são elim...
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Animais herbívorosHerbívoro é um animal anatomicamente e fisiologicamente adaptado para comer material vegetal, por exemplo, folhagem, como o principal componente ...
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ArborícolaArborícola é o termo usado para descrever animais cuja vida se dá principalmente nas árvores, tais como muitos primatas, aves, cobras e insetos...
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PolinizadorPolinizador é um vetor animal - fator biótico - responsável pela transferência de pólen das anteras de uma flor masculina para o estigma de fl...
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Amarelo BrilhanteAo ser comparado aos outros animais pertencentes à família dos procionídeos, o jupará é relativamente pequeno. Tem cabeça redonda, olhos grandes projetados para frente, focinho curto e pontudo, membros curtos e cauda longa e preênsil, que o auxilia em escaladas e no ataque e defesa. O comprimento total da cabeça e do corpo (incluindo a cauda) é entre 82 a 133 centímetros (32 a 52 polegadas), e a cauda mede de 39 a 57 centímetros (15 a 22 polegadas). O peso varia de 1,4 a 4,6 quilos (3,1 a 10,1 libras). As fêmeas geralmente são menores que os machos. As orelhas curtas e arredondadas medem 3,6 a 5,4 centímetros (1,4 a 2,1 polegadas). Os olhos refletem o verde ou o amarelo brilhante contra a luz. Sua língualonga, espessa e altamente extrudível pode alcançar 13 centímetros. O focinho é marrom escuro a preto. As garras são afiadas e curtas e seus dedos possuem uma membrana que os ligam. Possui em cada semiarcada a presença de 3 molares e em sua totalidade possui 36 dentes.
A cor da sua pelagem varia de cor ao longo de sua distribuição e em diferentes épocas do ano. Vários tons, como azeitona fulvo, castanho madeira e fulvo amarelado, foram relatados para a parte superior da pelagem e a parte superior da cauda, enquanto a parte inferior e a parte inferior da cauda foram observadas como amareladas, fulvas ou amarelo-acastanhadas. Alguns indivíduos apresentam uma faixa preta ao longo da linha média das costas. A cor parece ficar mais clara do sul para o norte, embora nenhuma tendência sazonal tenha sido observada. O pelo é curto, lanoso e denso. Os pelos são de dois tipos: amarelados claros e mais escuros com pontas castanhas. Os pelos mais escuros refletem mal a luz em relação aos mais claros, muitas vezes criando uma ilusão de manchas e linhas escuras na pelagem. A cauda é coberta com pelo espesso até o fim.
O jupará se distingue de outros procionídeos por suas orelhas pequenas e arredondadas, língua extensível e cauda preênsil. Olingos são semelhantes o suficiente na aparência que muitas culturas nativas não distinguem os dois. Comparados aos olingos, são maiores, têm focinhos encurtados e não possuem glândulas odoríferas anais (além das diferenças descritas anteriormente). O urso-gato-asiático (Arctictis binturong), um viverrídeo (viverridae) do Sudeste Asiático, tem proporções semelhantes de membros e é o único outro carnívoro com cauda preênsil. O jupará se assemelha aos macacos neotropicais (platirrinos) por ter uma cauda preênsil e grandes olhos voltados para a frente, mas tem uma dentição diferente e pelos na planta dos pés.
Ocorrem na América do Norte e na América Central, nas florestas tropicais que ficam entre o México e o Panamá, já na América do Sul possui distribuição pan-Amazônica, ou seja, vários países que possuem parte da Floresta Amazônica em seu território, tais como a Colômbia, o Peru, a Venezuela, o Equador, a Bolívia, as Guianas e o Suriname, além do Brasil, e no Brasil também são encontrados em sua Mata Atlântica. Sua amplitude altitudinal vai do nível do mar a 2 500 metros. São encontrados em florestas tropicais de copa fechada, incluindo floresta de várzea, floresta de montanha, floresta seca, floresta de galeria e floresta secundária. O desmatamento é, portanto, uma ameaça potencial para a espécie.
Os juparás passam a maior parte de sua vida em árvores, às quais estão particularmente bem adaptados. Como os guaxinins, as notáveis habilidades de manipulação dos juparás rivalizam com as dos primatas. Têm uma cauda de pelo curto totalmente preênsil (como alguns macacos do Novo Mundo), que usa como uma "quinta mão" na escalada. Não usa sua cauda para agarrar comida. Pode girar seus tornozelos e pés em 180°, tornando mais fácil para o animal correr para trás sobre galhos de árvores e descer árvores de cabeça. As glândulas odoríferas perto da boca, na garganta e na barriga permitem aos juparás marcarem seu território e suas rotas de viagem. Dormem em unidades familiares e cuidam uns dos outros. Ao serem monitorados e acompanhados em seus habitats, foram feitos registros das áreas de vida do jupará que variam entre 8 e 53 hectares. Com os dados obtidos, pode-se calcular uma média entre o espaço percorrido pelos machos o pelas fêmeas, onde os machos percorreram 29 hectars e as fêmeas percorreram 22,6.
São animais de hábitos noturnos e ocorrem em florestas de dossel fechado de 10 a 30 metros. Durante o dia costuma dormir nos ocos de árvores e durante a noite se alimenta e se reproduz. Embora geralmente sejam solitários ao forragear, ocasionalmente se alimentam em grandes grupos e, às vezes, se associam com olingos (que também são frugívoros arbóreos noturnos). Os juparás maiores são dominantes e afastam os olingos quando a comida está escassa. Têm uma gama muito mais extensa que os olingos e tendem a ser mais comuns. No entanto, os olingos podem ter maior agilidade, talvez facilitando sua simpatria com os juparas.
Tem como predador o homem que caça para consumo; o gavião-real (Harpia harpyja), considerado o mais forte entre as aves predadoras, mesmo não sendo a maior delas; a jaguatirica (Leopardus pardalis), também conhecida como ocelote; a onça-pintada (Panthera onca); e a raposa-do-campo (Lycalopex vetulus).
Embora o jupará seja classificado na ordem dos carnívoros (Carnivora) e tenha dentes afiados, sua dieta onívora consiste principalmente de frutas, principalmente figos. Estudos demonstraram que 90% de sua dieta consiste em frutas (principalmente maduras). Para comer frutas mais macias, as seguram com as patas dianteiras e, em seguida, retiram a polpa suculenta com a língua. Podem desempenhar um papel importante na dispersão de sementes, como o cacau. Folhas, flores e várias ervas constituem grande parte dos outros 10% de sua dieta. Às vezes comem mel, néctar e insetos, principalmente formigas. Foi sugerido, sem evidência direta, que ocasionalmente podem comer ovos de aves e pequenos vertebrados. Seus hábitos frugívoros são, na verdade, convergentes com os dos macacos-aranha (diurnos). Por ter flores e néctar em sua dieta o torna um grande polinizador.
O número de filhotes por ninhada pode variar entre 1 e 2, que nascem no verão, com intervalo de um a dois anos ente uma gestação e outra, sendo que o período de estro dura entre 98 e 120 dias. Ao nascer, os filhotes podem pesar entre 150 e 200 gramas, abrem os olhos entre o 7.º e o 19.º dia e apenas a partir de 7 semas se alimentam com comida sólida, e começam a se pendurar com a sua cauda, sendo usada como um quinto membro. Com um ano e seis meses o macho já possui a capacidade de se reproduzir, capacidade esta que a fêmea só adquire como dois anos. Há registro de que a longevidade dos juparás em cativeiro chegou a 23,7 anos, mas há fonte que diz que a longevidade é de 40,5 anos.