Jaguatirica
Reino
Filo
Subfilo
Classe
Ordem
Subordem
Família
Subfamília
Género
Espécies
Leopardus pardalis
Tamanho da população
aBnove 40,000
Vida útil
7-20 years
Velocidade máxima
61
38
km/hmph
km/h mph 
Peso
8-18
17.6-39.6
kglbs
kg lbs 
Comprimento
68-100
26.8-39.4
cminch
cm inch 

A jaguatirica (nome científico: Leopardus pardalis), também conhecida como ocelote, é uma espécie de mamífero carnívoro pertencente à família dos felídeos, sendo um dos dez representantes do gênero Leopardus. São reconhecidas dez subespécies, com o gato-maracajá (L. wiedii) sendo a espécie mais próxima da jaguatirica. Ocorre desde o sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina, mas já foi extinta em algumas regiões de sua distribuição geográfica. Habita todos os tipos de ambiente ao longo de sua distribuição geográfica, até cerca de 1200 m de altitude.

Mostrar mais

É um felídeo de porte médio, com 72,6 a 100 centímetros de comprimento e peso entre 7 e 15,5 quilos. O padrão de coloração da pelagem é muito semelhante ao do gato-maracajá (L. wiedii), mas a jaguatirica é maior e possui a cauda mais curta. É um animal solitário, noturno, territorial e os machos possuem territórios que se sobrepõem sobre os de várias fêmeas. Alimenta-se principalmente de roedores, mas também de animais de porte maior como ungulados, répteis, aves e peixes. Caça à noite, formando emboscadas. Alcança a maturidade sexual entre 26 e 28 meses de idade, e as fêmeas dão à luz geralmente um filhote por vez, com cerca de 250 gramas. Geralmente, filhotes nascem a cada 2 anos. Em cativeiro, a jaguatirica pode viver até 20 anos, o dobro da sua longevidade no estado selvagem.

A União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais lista a jaguatirica como estado de conservação "pouco preocupante" e ela está incluída no apêndice 1 da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção. É o mais abundante dentre os felídeos sul-americanos, apesar de as populações estarem decaindo. A situação de conservação varia, e é listada como "vulnerável" na Colômbia e Argentina. No Brasil, apenas a subespécie L. p. mitis foi considerada em alguma categoria de ameaça, mas atualmente ela não figura na lista nacional. Já foi muito caçada por conta do comércio ilegal de peles e vendida como animal de estimação, mas a maior ameaça é a destruição e degradação do habitat. A sua beleza e relativa docilidade já fizeram com que a jaguatirica fosse desejada como um animal de estimação exótico. Por ser de porte relativamente menor, a espécie não traz problemas com ataques a seres humanos, mas pode causar problemas com ataques a galinheiros.

Mostrar menos

No

Noturno

Cr

Crepuscular

An

Animais carnívoros

Te

Terrestre

Ar

Arborícola

An

Animais cursoriais

An

Animais altriciais

Es

Escansorial

Te

Territorial

Vi

Vivíparo

Pr

Predador

Po

Poliginia

An

Animais solitários

Não-migratório

O

Começa por

Aparência

A jaguatirica é um felídeo de porte médio, tendo entre 72,6 e 100 centímetros de comprimento, com a cauda tendo cerca de 25,5 a 41 centímetros de comprimento (trata-se de uma cauda relativamente curta). Os machos pesam entre 7 e 15,5 quilos, sendo pouco maiores que as fêmeas, que pesam entre 6,6 e 11,3 quilos. É o terceiro maior felídeo neotropical, sendo menor apenas que a onça-pintada (Panthera onca) e a onça-parda ou suçuarana (Puma concolor). Ao contrário do que é observado com a onça-pintada, as jaguatiricas que habitam ambientes florestais tendem a ter maior massa corporal do que as que vivem em ambiente savânicos: possuem, em média, 11,1 quilos na floresta tropical, enquanto que, em ambientes semiáridos, possuem em média 8,7 quilos.

Mostrar mais

A pelagem é curta e brilhante, com o fundo variando do amarelo claro ao avermelhado e cinza, com manchas sólidas ou rosetas que podem se unir formando listras horizontais no corpo. As manchas pretas se unem para formar listras horizontais no pescoço. O ventre é mais claro, com manchas escuras, e a cauda possui barras escuras na ponta. Possui a parte posterior das orelhas de cor preta, com uma mancha branca. Esse padrão de coloração é muito semelhante ao do gato-maracajá (Leopardus wiedii), o que pode confundir a identificação das duas espécies: entretanto, a jaguatirica é maior e possui a cauda mais curta. Não existe registro de exemplares melânicos, mas existe com listras vermelhas. As patas anteriores são muito maiores que as posteriores, o que conferiu o nome de manigordo ("mãos gordas") em algumas localidades de língua espanhola. Possui cinco dedos com garras nas patas anteriores e quatro dedos com garras nas posteriores. Os músculos peitorais e dos membros anteriores são fortes e permitem que a jaguatirica seja uma excelente escaladora.

O crânio é muito semelhante ao do gato-maracajá, mas indivíduos adultos de jaguatirica têm uma proeminente crista sagital. Possui entre 28 e 30 dentes, com fórmula dentária de, com caninos elongados e carniceiros bem desenvolvidos. A dentição decídua é substituída pela permanente entre 7 e 8 meses de idade. O báculo no pênis é um dos maiores e mais complexos entre os felídeos. A temperatura corporal média está entre 37,7 e 38,7 °C.

A jaguatirica possui 36 cromossomos, assim como as outras espécies do gênero Leopardus. Visto a semelhança genética, em cativeiro a jaguatirica pode produzir híbridos com o gato-maracajá (L. wiedii), com o gato-do-mato-pequeno (L. tigrinus), L. guigna, e o gato-do-mato-grande (L. geoffroyi), mas isso não ocorre na natureza. Também foi reportada a hibridização com a suçuarana (P. concolor), que possui 38 cromossomos.

Mostrar menos

Vídeo

Distribuição

Geografia

A jaguatirica possui uma distribuição geográfica histórica ampla, ocorrendo desde Louisiana e Texas, nos Estados Unidos, até o Peru e norte da Argentina. Atualmente, ainda ocorre no Texas, desde o México e América Central até ao norte da Argentina, apesar de não mais ocorrer na província de Entre Ríos. A espécie pode também ser encontrada na ilha de Trindade e na Ilha de Margarita, na Venezuela. Entretanto, não habita as terras altas do Peru e no Chile. Fósseis de jaguatirica encontrados nos Estados Unidos demonstram que ocorria em latitudes mais ao norte das atuais, estendendo-se ao estado de Ohio e na Flórida. A confirmação de sua existência no Uruguai estendeu para cerca de 350 quilômetros sua ocorrência para latitudes ao sul. Está praticamente extinta ao norte do rio Grande, com apenas uma pequena população relictual no Texas e desapareceu em grande parte da costa oeste do México.

Mostrar mais

Ocorre em ampla variedade de habitats ao longo de sua distribuição geográfica, desde florestas tropicais e subtropicais do Peru e Brasil até ao chaparral semi-árido do sul do Texas e áreas periodicamente alagadas do Pantanal. Também ocorre em áreas de mangues no litoral. Apesar de aparentar ser um animal generalista, a jaguatirica ocupa um pequena porção destes habitats, sendo muito dependente da existência de vegetação densa ou cobertura florestal e sua ocorrência é muito mais descontínua e restrita do que sugere sua ampla distribuição geográfica. Apesar disso, é tolerante a perturbações no ambiente geradas pelo homem e pode sobreviver em fragmentos de floresta próximos a habitações humanas. É possível encontrá-la em cultivos agrícolas, como plantações de cana-de-açúcar e Eucalyptus. Há registros da espécie desde o nível do mar até 1 200 m de altitude.

Mostrar menos
Jaguatirica Mapa do habitat

Zonas climáticas

Jaguatirica Mapa do habitat
Jaguatirica
Attribution-ShareAlike License

Hábitos e estilo de vida

É um animal ativo de 12 a 14 horas do dia, e geralmente descansa durante o dia. Inicia suas atividades um pouco antes do pôr do sol, alcançando o pico durante a noite. Entretanto, não é incomum estar ativa ao longo do dia, o que acontece principalmente durante a estação chuvosa e dias nublados, fator que está relacionado à caçada de aves e pequenos primatas, que são tipicamente diurnos.

Mostrar mais

O deslocamento, majoritariamente durante a noite, é lento e realiza-se por meio de caminhadas entre 0,3 a 1,4 quilômetro por hora. Os machos tendem a se deslocar mais do que as fêmeas, percorrendo cerca de 7,6 quilômetros diariamente, enquanto que as fêmeas andam 3,8 quilômetros, como demonstrou um estudo nos llanos da Venezuela. Os deslocamentos tendem a ser mais curtos durante a estação chuvosa.

É uma espécie generalista, altamente adaptável, e considerada um mesopredador: quando os superpredadores são eliminados do ambiente, ocorre um aumento em suas populações. A presença da jaguatirica, dessa forma, influencia na comunidade de pequenos felídeos, diminuindo a densidade destes, provavelmente por conta da predação intraguilda - eventualmente a jaguatirica pode predar os felinos de porte menor. Apesar de compartilhar um modo de vida semelhante com os outros pequenos felinos americanos, não há competição por alimento, visto que a jaguatirica se alimenta de presas significativamente maiores. Apesar de ser de porte menor, a jaguatirica também pode competir por alimentos com a onça-parda (Puma concolor), em regiões em que a onça-pintada (Panthera onca) foi extinta. Entretanto, ela não parece competir com esse felinos na maior parte das vezes e a presença destes também não influencia a densidade de jaguatiricas em um dado ecossistema. Apesar de ser incomum, a onça-pintada pode predar a espécie, como sugerido por um estudo na América Central.

Como todos os felinos americanos, a jaguatirica é um animal solitário. Os adultos tendem a evitar os coespecíficos do mesmo sexo, o que é observado em outros felídeos. Aparentemente, as fêmeas são mais tolerantes entre si, e em algumas localidades elas tendem a ser mais abundantes que os machos. O encontro entre dois machos pode resultar em agressão. Apesar da maior tolerância entre as fêmeas e de os territórios destas serem menores, eles não se cruzam. Entretanto, os territórios das fêmeas se sobrepõem com o território de um macho, que pode se estender sobre o de mais de uma fêmea. Com esse padrão de distribuição dos indivíduos, o sistema de acasalamento das jaguatiricas é poligínico, apesar de ser uma organização social solitária. A marcação de cheiro é uma importante via de comunicação e sinaliza não apenas os territórios, como a atividade reprodutiva.

A área de vida das jaguatiricas varia de 0,8 a 15,6 quilômetros quadrados para as fêmeas e de 3,5 a 17,7 quilômetros quadrados para os machos, em média. No Pantanal, o tamanho da área de vida é o menor dentre os vários locais em que foram estudados. Isto acaba conferindo uma grande densidade desses animais neste bioma brasileiro. Em contrapartida, no Parque Nacional das Emas foram reportadas áreas de vida de até 90 quilômetros quadrados para um macho. Essa diferença pode estar relacionada com a disponibilidade de recursos, visto que, embora tanto o Pantanal quanto o Cerrado do Parque Nacional das Emas sejam áreas abertas, a primeira se caracterizando por ser periodicamente inundada - de fato, parece que os tamanhos de áreas de vida não têm relação com a estrutura do ecossistema em si. Ela parece relacionada à densidade de presas, e aumenta com a quantidade de chuvas na região em que habita. Observa-se, também, uma tendência de massa corporal e tamanho de área de vida serem correlacionadas positivamente.

Mostrar menos
Comportamento sazonal

Dieta e nutrição

Em termos numéricos, a dieta da jaguatirica é majoritariamente composta por roedores com menos de 600 gramas, mas estes contribuem pouco em termos de biomassa: os itens alimentares mais importantes neste quesito são roedores maiores, como a paca (Cuniculus paca) e a cutia (Dasyprocta sp). Em algumas localidades, foi observado que a jaguatirica também pode se alimentar de primatas de porte relativamente grande, como bugios e também preguiças. Ungulados, embora mais raramente, podem contribuir significativamente na dieta da jaguatirica, especialmente aqueles do gênero Mazama. De fato, a dieta varia ao longo da área de ocorrência desse felino. O peso das presas pode variar desde 300 gramas em média nos llanos da Venezuela (alimentando-se, principalmente, de roedores, como Zygodontomys brevicauda, Sigmodon alstoni e Holochilus brasiliensis) até 3,3 quilos em média na Reserva Natural Vale, em Linhares, na Mata Atlântica brasileira, onde preda principalmente roedores de porte maior como a cutia e a paca, e até mesmo ungulados, como o caititu (Pecari tajacu). Essa variação na dieta contrasta com a dos outros felídeos do gênero Leopardus, que praticamente só se alimentam de pequenos roedores. Eventualmente, também se alimenta de répteis, como Tupinambis merianae, aves, peixes e até crustáceos.

Mostrar mais

Costuma caçar à noite e, como os outros felinos, caça formando emboscadas, caminhando lentamente em meio à vegetação, sentando-se e esperando a presa. É capaz de ficar muito tempo esperando alguma presa aparecer. A presa é perseguida, provavelmente, pelo cheiro.

A jaguatirica come entre 0,56 e 0,84 quilo de carne por dia, e quando a carcaça não pode ser ingerida totalmente de uma vez, ela é enterrada e ingerida no outro dia.

Mostrar menos

Hábitos de acasalamento

Comportamento de acasalamento

A maturidade sexual é alcançada entre 16 e 18 meses de idade, e os machos podem não produzir esperma viável até os 30 meses de idade. As fêmeas têm a primeira ninhada entre 18 e 45 meses de idade. Geralmente, as fêmeas possuem vários estros por ano, mas exemplares em cativeiro em clima temperado podem ficar sem ovular cerca de 4 meses durante o inverno. O estro dura entre 7 e 10 dias, e quando há fecundação, ele é reduzido para 5 dias. Este período fértil ocorre a cada 4 ou 6 meses, entretanto, em fêmeas nulíparas, ele pode ocorrer a cada 6 semanas.

Mostrar mais

A gestação é longa (entre 79 e 82 dias), e geralmente as fêmeas dão à luz um filhote por vez (raramente dois, e bem menos frequentemente, três ou quatro). Isso torna a taxa reprodutiva da jaguatirica lenta, quando comparada com outro felino americano de mesmo porte, o Lynx rufus; provavelmente, uma adaptação à baixa aquisição de energia pelas fêmeas. Tal taxa reprodutiva lenta caracteriza o ciclo de vida dos felídeos do gênero Leopardus. O recém-nascido pesa cerca de 250 gramas e cresce lentamente, alcançando o tamanho de um adulto apenas com trinta meses de idade. Quando alcança essa idade, o filhote se dispersa do território natal, podendo ir até a 30 quilômetros longe de onde nasceu. Os nascimentos ocorrem a cada 2 anos em estado selvagem, apesar de terem sido registrado nascimentos todos os anos, no sul do Texas. Embora a reprodução em cativeiro seja difícil, nascimentos podem ocorrer todo ano. A lactação dura entre 3 e 9 meses. Os filhotes abrem os olhos depois de 14 dias, começam a andar depois de 3 semanas e acompanham a mãe nas caçadas entre 4 e 6 semanas de idade. Uma fêmea com oito anos de idade pode ter tido entre 4 e 6 filhotes nesse tempo. Em cativeiro, a jaguatirica pode viver até 20 anos, mas certamente, na natureza, ela vive metade disso.

Mostrar menos

População

Coloring Pages

Referências

1. Jaguatirica artigo na Wikipédia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Jaguatirica
2. Jaguatiricano site da Lista Vermelha da IUCN - http://www.iucnredlist.org/details/11509/0

Animais mais fascinantes para aprender