Tartaruga-da-amazônia
Reino
Filo
Subfilo
Classe
Ordem
Família
Género
Espécies
Podocnemis expansa
Tamanho da população
Unknown
Vida útil
20-25 years
Peso
90
198
kglbs
kg lbs 
Comprimento
40-71
15.7-28
cminch
cm inch 

A tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa) é uma tartaruga fluvial (Morfologicamente, é um cágado), da família Podocnemididae, encontrada no rio Amazonas e seus afluentes.

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É uma espécie de grande porte, sendo que os maiores exemplares chegam a alcançar 90 cm de comprimento ou mais. Possui casco preto acinzentado no dorso, e amarelo com manchas escuras na parte ventral. A carne e os ovos são bastante apreciados, constituindo a base de diversos pratos da culinária amazônica. Também é conhecida pelos nomes de araú, jurará-açu e tartaruga-do-Amazonas.

Todas as tartarugas do gênero Podocnemis se encontram atualmente no Anexo II da Convenção CITES, assinada por mais de 100 países em todo o mundo, pelo que o seu comércio e utilização obedece a regras muito restritas.

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Distribuição

Geografia

A tartaruga-da-Amazônia é endêmica da América do Sul e apresenta distribuição ampla nos afluentes do rio Essequibo, Orinoco e por toda a Bacia Amazônica, com presença nos rios do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Suriname, Peru e Venezuela.

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Seu habitat é majoritariamente aquático, vivendo essencialmente em ambientes de águas claras, e podem ser encontradas em menor número em águas escuras e até mesmo em lagoas localizadas em florestas. Essa espécie pode exibir grande variação de habitat, principalmente em resposta às alterações na precipitação, com deslocamento para florestas alagadas durante as estações chuvosas, consumindo os frutos e sementes que caem na água. Já nos períodos de seca, deslocam-se para rios em busca de praias para reproduzirem-se.

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Tartaruga-da-amazônia Mapa do habitat

Zonas climáticas

Tartaruga-da-amazônia Mapa do habitat
Tartaruga-da-amazônia

Hábitos e estilo de vida

Os indivíduos da espécie são muito sociais, e migram em grupos durante a época de nidificação das matas inundadas para as praias de desova (tabuleiros). Ambos macho e fêmea permanecem na praia, no sol, até que os ovos eclodam, e depois voltam para o ambiente alagado. Esse comportamento de migração em grupo favorece os indivíduos contra predação.

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A maior parte da comunicação registrada para a espécie tem a ver com o processo reprodutivo. Durante a migração e espera pela eclosão dos ovos, em que os indivíduos adultos permanecem nas praias tomando sol, esses animais conseguem produzir sons de baixa frequência (hipotetiza-se que essas frequências mais baixas sejam utilizadas para comunicação de migração para as praias de desova, com indivíduos em outras localidades). Por outro lado, durante a nidificação em si, os indivíduos produzem sons de alta frequência enquanto as fêmeas da espécie se encontram posicionadas nas águas rasas da praia de desova. Ainda, os embriões de P. expansa vocalizam entre 3 e 36 horas antes da eclosão.

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Comportamento sazonal

Dieta e nutrição

A tartaruga-da-amazônia é generalista e teoricamente onívora, mas sua alimentação é muito diversificada, e alimenta-se predominantemente de forma herbívora (especialmente na fase adulta). Sua alimentação difere em função da sazonalidade e disponibilidade dos recursos.

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Nas épocas de cheias, alimenta-se principalmente da vegetação em lagos ou lagoas e partes inundadas de mata, frutas, sementes, legumes, folhas; sua alimentação pode incluir também esponjas de água doce, ovos, peixes mortos e outros restos animais. Nas épocas de seca, a alimentação pode incluir folhas, troncos, talos, sedimentos, detritos, ou cascas de árvores.

Por outro lado, a fêmea, durante a época de reprodução, quase não se alimenta ou não se alimenta, deixando seu estômago vazio ou com algas filamentosas, enquanto os filhotes recém-nascidos se alimentam de vegetação e de peixes, apesar de apresentarem enzimas típicas de animais de dieta herbívora.

Já foi, ainda, observada diferenciação entre a alimentação de machos e fêmeas - em análises estomacais, as fêmeas possuíam maior quantidade de frutos, enquanto machos apresentavam maior quantidade de sementes.

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Hábitos de acasalamento

A estimativa de vida em cativeiro é de aproximadamente 25 anos, enquanto em vida livre excede os 20 anos. Indica-se que para serem considerados indivíduos adultos, as fêmeas devem apresentar comprimento linear da carapaça por volta de 500mm, e machos devem apresentar um valor de 350mm. São animais ovíparos, as fêmeas chegam à idade reprodutiva em 4 ou 5 anos, ou em até 8 anos (há indicações de que a maturidade sexual esteja mais ligada ao tamanho corporal do que à idade), e podem depositar entre 100 e 150 ovos por ano. Normalmente, o tamanho corporal da mãe, o peso dos ovos e tamanho da ninhada são diretamente proporcionais – quanto maior a mãe, maior o peso dos ovos e maior a ninhada.

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A época de nidificação acompanha a época mais seca dos rios, e o período de desova varia em função da localização geográfica:

  • Rio Araguaia e Rio Trombetas: setembro-outubro.
  • Rio Tapajós: outubro-novembro.

De maneira geral, no Brasil, o período de migração para os tabuleiros é de junho a agosto, e a desova e eclosão entre agosto e dezembro.

Os indivíduos saem do ambiente alagado e vão para as praias de nidificação durante a noite, conhecidas como “tabuleiros”. Chegando lá, aproximadamente um mês antes de colocar os ovos, as fêmeas posicionam-se frente à praia, fora da água, para ficarem sob o sol, em um processo de termorregulação. Esse processo permite que a atividade de ovulação seja potencializada com o aumento no metabolismo causado pelo calor. Frente a qualquer potencial distúrbio no ambiente durante esse processo de reprodução fora da água, o principal comportamento da espécie é voltar para a água. Por conta disso, é imprescindível a vigilância e proteção desses locais na época de reprodução da espécie, desde a postura dos ovos até o fim do período de incubação. No caso de estresse e insegurança, com maior movimentação de embarcações na água, luzes artificiais nas praias e pressão de captura, a fêmea pode alterar seu local de desova, como foi percebido em estudo no ano de 2003, em que um grupo de fêmeas de P. expansa passou a desovar em uma praia diferente da qual havia desovado nos 20 anos anteriores.

Os ovos são postos em bancos de areia (nos tabuleiros), especificamente quando os níveis de água estão baixos. O número de ovos por ninhada é em torno de 78-132, dependendo do tamanho corporal da fêmea, em ninhos entre 60 e 80cm de profundidade. Cada ovo pesa aproximadamente 40g, e suas cascas possuem propriedades elásticas. O tempo de encubação é entre 45-48 dias, e a eclosão dos ovos ocorre com o aumento no nível da água e chuvas. Naturalmente são produzidos maiores números de fêmeas em relação a machos, e aproximadamente 95% dos ovos são viáveis.

Os animais adultos permanecem na praia enquanto esperam pela eclosão dos ovos, por aproximadamente 45-60 dias. O índice de eclosão é de 80-90%. Os ovos eclodem com a chegada das chuvas e o aumento no nível dos rios, os filhotes possuem 5cm de comprimento, aproximadamente, e vão diretamente em direção à água. As mães conseguem produzir sons únicos enquanto esperam que seus ovos eclodam, e acompanham seus filhotes de volta para a mata inundada.

A temperatura influencia no tempo de incubação e, principalmente, no sexo dos filhotes. Temperaturas altas geram indivíduos fêmeas, enquanto temperaturas mais baixas geram indivíduos machos.

Entre 1963 e 1981, estima-se que o número de ninhos nas principais praias de nidificação tenha diminuído de 34.000 para 4.700, causando intensa preocupação com a conservação da espécie.

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População

Referências

1. Tartaruga-da-amazônia artigo na Wikipédia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Tartaruga-da-amaz%C3%B4nia
2. Tartaruga-da-amazôniano site da Lista Vermelha da IUCN - https://www.iucnredlist.org/species/17822/97397263

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