Gato-maracajá

Gato-maracajá

Gato-da-mata, Gato-peludo, Maracajá-peludo

Reino
Filo
Subfilo
Classe
Ordem
Subordem
Família
Subfamília
Género
Espécies
Leopardus wiedii
Tamanho da população
Unknown
Vida útil
10-20 years
Peso
2.6-4
5.7-8.8
kglbs
kg lbs 
Comprimento
48-79
18.9-31.1
cminch
cm inch 

O gato-maracajá, gato-da-mata, gato-peludo ou maracajá-peludo (nome científico: Leopardus wiedii) é um pequeno felino nativo da América Central e América do Sul. Solitário e noturno, vive principalmente em florestas perenes e decíduas.

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O nome científico Felis wiedii foi usado por Alexandre de Mello Camargo em 1821 em sua primeira descrição científica do gato-maracajá, em homenagem ao príncipe Maximilian zu Wied-Neuwied, que coletou espécimes no Brasil. Até a década de 1990, os gatos-maracajás eram caçados ilegalmente para o comércio de animais selvagens, resultando numa grande diminuição da população. Desde 2008, foi listado como quase ameaçado na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) porque acredita-se que a população esteja diminuindo devido à perda de habitat após o desmatamento.

Tem, como característica, uma cauda mais longa do que seus membros posteriores. Os seus pelos são amarelo-escuros nas partes superiores do corpo e na parte externa dos membros. Tem manchas sob a forma de rosetas com uma região central amarela por todo o corpo, da cabeça à cauda. Uma característica da espécie são seus olhos bem grandes e protuberantes, como também, focinho saliente, patas grandes e cauda bastante comprida. Possui uma grande habilidade arborícola. Seu período de gestação dura em média em torno de 80 dias, vindo à luz apenas um único filhote por vez.

A espécie se encontra listada como "quase ameaçada" pela IUCN, por sua ampla distribuição geográfica, sendo encontrada desde a zona costeira do México até o norte do Uruguai e Argentina e em todo o Brasil Estima-se que nos próximos 15 anos a população sofrerá um declínio de pelo menos 10%, principalmente pela perda e fragmentação de habitat relacionadas a expansão agrícola. No Brasil, a espécie já se encontra na lista vermelha (ameaçado) do Estado da Bahia.

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Aparência

O gato-maracajá é muito semelhante à maior jaguatirica (Leopardus pardalis) em aparência, embora a cabeça seja um pouco mais curta, os olhos maiores e protuberantes e a cauda e as pernas mais longas. Pesa de 2,6 a 4 quilos (5,7 a 8,8 libras), com um comprimento de corpo de 48 a 79 centímetros (19 a 31 polegadas) e um comprimento de cauda de 33 a 51 centímetros (13 a 20 polegadas); outras fontes dão o comprimento dos machos entre 70,5 e 97 centímetros (705 e 970 milímetros) e das fêmeas entre 42,5 e 78 centímetros (428 e 780 milímetros). Seu focinho é saliente. Ao contrário da maioria dos outros gatos, a fêmea possui apenas dois seios. Seu pelo é marrom e marcado com numerosas fileiras de rosetas marrom-escuro ou pretas e estrias longitudinais. A parte inferior é mais pálida, variando do amarelo-claro ao branco, e a cauda possui inúmeras faixas escuras e a ponta preta. A parte de trás das orelhas é preta com marcações brancas circulares no centro. Consegue imitar o som de suas presas para atraí-las, como o chamado de filhotes de saguis da espécie Saguinus bicolor (soim-de-coleira), atraindo, dessa forma, os adultos para uma emboscada. É o primeiro registro ne carnívoro do reino neotropical a utilizar-se de mimetismo.

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Distribuição

Geografia

O gato-maracajá está distribuído desde as planícies tropicais do México, passando pela América Central até o Brasil e o Paraguai. No México, foi registrada em 24 dos 32 estados, indo para o norte até as planícies costeiras e Sierra Madres até os estados de Coahuila, Novo Leão e Tamaulipas no leste e no sul de Sonora no oeste, todos na fronteira com os Estados Unidos. O limite sul de sua distribuição atinge o Uruguai e o norte da Argentina. Habita quase exclusivamente florestas densas, variando de floresta tropical perene a floresta tropical seca e floresta nublada. O maracajá às vezes é observado em plantações de café e cacau. Especificamente no Brasil, é encontrado em quase todo o território: no estado do Ceará apenas na Floresta Nacional do Araripe, e também em apenas metade do sul do estado do Rio Grande do Sul; nos estados de Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Sergipe é encontrado apenas na Mata Atlântica costeira.

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O único registro dos Estados Unidos foi coletado em algum momento antes de 1852 perto de Eagle Pass, no condado de Maverick, no Texas e é atualmente considerado localmente extinto no estado. A presença da gato-maracajá nos Estados Unidos é considerada "incerta" pela Lista Vermelha da IUCN. Restos fósseis foram coletados em depósitos do Pleistoceno no condado de Orange, no Texas, ao longo do rio Sabine, e acredita-se que tenham se espalhado por porções consideráveis do sul do Texas ao mesmo tempo. Evidências fósseis de gatos-maracajás ou gatos parecidos foram encontradas na Flórida e na Geórgia, datando do Pleistoceno, sugerindo que tinham uma distribuição ainda mais ampla no passado.

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Gato-maracajá Mapa do habitat

Zonas climáticas

Gato-maracajá Mapa do habitat
Gato-maracajá
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Hábitos e estilo de vida

O gato-maracajá ocorre em todos os biomas do Brasil, mas está principalmente associado a ambiente de floresta, sendo desde formações densas contínuas a pequenos fragmentos em ecossistemas savânicos, de matas primitivas a degradadas. Na Caatinga, sua distribuição é mais restrita a áreas de transição vegetacional e cânions de mata densa. É um alpinista habilidoso e às vezes é chamado de jaguatirica por causa dessa habilidade. Passa a maior parte do tempo nas árvores, saltando e perseguindo pássaros e macacos pelas copas das árvores. Pode virar seus tornozelos em até 180 graus, podendo agarrar galhos igualmente bem com suas patas dianteiras e traseiras, e é capaz de pular até 3,7 metros (12 pés) horizontalmente. Geralmente é solitário e vive em áreas de vida de 11 a 16 quilômetros quadrados (4,2 a 6,2 milhas quadradas). Usa a marcação de odores para indicar seu território, incluindo borrifar urina e deixar marcas de arranhões no solo ou nos galhos. Todas as suas vocalizações parecem ser de curto alcance, não fazendo chamados em longas distâncias.

Comportamento sazonal

Dieta e nutrição

Uma vez que o gato-maracajá é principalmente noturno e naturalmente raro em seu ambiente, a maioria dos estudos dietéticos baseou-se no conteúdo estomacal e na análise fecal. Caça pequenos mamíferos (macacos, roedores e marsupais), pássaros, ovos, lagartos e rãs arborícolas. Também come grama, frutas e outras vegetações, provavelmente para ajudar na digestão. Um relatório de 2006 sobre uma gato-maracajá perseguindo esquilos em seu ambiente natural confirmou que é capaz de caçar suas presas inteiramente em árvores. No entanto, às vezes, caçam no solo e, segundo relatos, comem presas terrestres, como Thryonomys e porquinhos-da-índia.

Hábitos de acasalamento

Comportamento de acasalamento

As fêmeas ficam no cio por quatro a dez dias ao longo de um ciclo de 32 a 36 dias, durante o qual atraem os machos com um longo gemido. O macho responde ganindo ou emitindo sons trinados e também balançando rapidamente a cabeça de um lado para o outro, um comportamento não visto em nenhuma outra espécie de gato. A cópula dura até sessenta segundos e é semelhante à dos gatos domésticos; ocorre principalmente nas árvores e ocorre várias vezes enquanto a fêmea está no cio. Ao contrário de outras espécies de felinos, os gatos-maracajás não são ovuladores induzidos.

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A gestação dura cerca de 80 dias e geralmente resulta no nascimento de um único filho (muito raramente, são dois), geralmente entre março e junho. Pesam de 85 a 170 gramas ao nascer. É relativamente grande para um gato pequeno e provavelmente está relacionado ao longo período de gestação. Abrem os olhos por volta das duas semanas de idade e começam a comer alimentos sólidos com sete a oito semanas. Atingem a maturidade sexual entre 12 e 18 meses de idade e foi relatado que vivem mais de 20 anos em cativeiro.

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População

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Referências

1. Gato-maracajá artigo na Wikipédia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Gato-maracaj%C3%A1
2. Gato-maracajáno site da Lista Vermelha da IUCN - http://www.iucnredlist.org/details/11511/0

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