Cação-azeiteiro

Cação-azeiteiro

Caça-azeiteiro, Cação-mole

Reino
Filo
Família
Género
Espécies
Carcharhinus porosus
Vida útil
24 years
Comprimento
90-150
35.4-59.1
cminch
cm inch 

Caça-azeiteiro ou cação-mole (nome científico: Carcharhinus porosus) é uma espécie de tubarão da família dos carcarinídeos (Carcharhinidae).

Origem do nome animal

O nome vernáculo cação provavelmente foi construído com a aglutinação do verbo caçar e o sufixo -ão de agente. Foi registrado pela primeira vez no século XIII como caçon, e depois em 1376 como caçom e 1440 como caçõoes.

Aparência

O cação-azeiteiro é uma espécie de corpo esbelto com um focinho bastante longo e pontiagudo. A margem principal de cada narina é alargada em um lobo estreito e pontiagudo. Os olhos grandes e circulares são equipados com membranas nictitantes e atrás deles há uma série de poros proeminentes. A boca tem sulcos curtos nos cantos e contém 13-15 fileiras de dentes em ambos os lados de ambas as mandíbulas. Os dentes superiores são altos e triangulares com fortes serrilhas, tornando-se cada vez mais oblíquos para os lados. Os dentes inferiores são comparativamente mais estreitos e mais eretos, com serrilhas mais finas. Os cinco pares de fendas branquiais são curtos.

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As pequenas barbatanas peitorais são falcadas (em forma de foice) com pontas relativamente pontiagudas. A primeira barbatana dorsal é larga, formando quase um triângulo equilátero nos adultos, com ápice rombudo; origina-se sobre as pontas traseiras da barbatana peitoral. A segunda barbatana dorsal é pequena e origina-se no ponto médio da base da barbatana anal. Não existe cume entre as barbatanas dorsais. As barbatanas pélvicas são pequenas com pontas pontiagudas a estreitamente arredondadas, e a barbatana anal tem um entalhe profundo em sua margem de fuga. A barbatana caudal assimétrica tem um lobo inferior forte e um lobo superior mais longo com um entalhe ventral perto da ponta. Os dentículos dérmicos geralmente não se sobrepõem; cada um tem três a cinco cristas horizontais que levam aos dentes posteriores, sendo o central o mais longo. Este tubarão é cinza claro / ardósia no labo superior acima e esbranquiçado na parte superior, com uma leve faixa mais clara nos flancos. As barbatanas peitorais, dorsais e caudais podem escurecer em direção às pontas. O cação-azeiteiro atinge um comprimento máximo conhecido de 1.5 metros, com média de 0.9-1.1 metros. As fêmeas são maiores que os machos.

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Distribuição

Geografia

O alcance conhecido do cação-azeiteiro se estende do norte do golfo do México ao sul do Brasil, excluindo as ilhas do Caribe (apenas em Trindade e Tobago). Seu centro de abundância está ao longo da costa norte do Brasil, ao largo do Pará e Maranhão, onde é o tubarão mais comum. Esta espécie não foi encontrada a leste do rio Mississippi nos últimos 50 anos, apesar da evidência histórica de uma área de berçário na Luisiana. O cação-azeiteiro geralmente pode ser encontrado perto do fundo em águas costeiras não mais profundas que 36 metros. Ao largo do norte do Brasil, seu ambiente é caracterizado por marés de até 7 metros de altura e atingindo 7,5 nós; a salinidade oscila entre 14 ppt na estação chuvosa e 34 ppt na estação seca, e a temperatura varia de 25 a 32 graus Celsius. Favorece áreas estuarinas com fundos lamacentos.

Cação-azeiteiro Mapa do habitat
Cação-azeiteiro Mapa do habitat
Cação-azeiteiro
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Hábitos e estilo de vida

O cação-azeiteiro forma grandes agregações segregadas por sexo, com os machos geralmente encontrados em áreas mais profundas que as fêmeas. Alimenta-se principalmente de peixes ósseos, incluindo bagres marinhos, corvinas e xaréus. Camarões, caranguejos e lulas são fontes secundárias de alimento, enquanto os adultos também são capazes de consumir juvenis Rhizoprionodon, tubarões-martelo (Sphyrna) e arraias (Dasyatis). Oportunista nos hábitos, a composição da dieta desse tubarão geralmente reflete o que há de mais disponível em seu ambiente; no norte do Brasil, as espécies de presas mais importantes são as corvinas Macrodon ancylodon e Stellifer naso. Os juvenis consomem uma variedade maior de presas do que os adultos. Por sua vez, o cação-azeiteiro pode ser predado por tubarões maiores.

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Como outros membros de sua família, o cação-azeiteiro é vivíparo: uma vez que os embriões esgotam seu suprimento de vitelo, o saco vitelino desenvolve em uma conexão placentária através da qual a mãe fornece nutrição. As fêmeas produzem ninhadas de dois a nove (normalmente quatro a seis) jovens a cada dois anos; o tamanho da ninhada aumenta com o tamanho da fêmea. O período de gestação dura cerca de 12 meses. A reprodução ocorre durante todo o ano, com pico de partos de setembro a novembro. As áreas de berçário conhecidas ocorrem em águas rasas e turvas do norte do Brasil e de Trindade e Tobago, onde muitas baías e estuários fornecem abrigo e alimento. Os recém-nascidos medem 30 a 33 centímetros comprimento e crescem em média 7 centímetros por ano nos primeiros quatro anos de vida. Machos e fêmeas amadurecem sexualmente quando atingem 70-93 e 71-85 centímetros de comprimento, respectivamente, correspondendo a seis anos de idade para ambos os sexos. A taxa média de crescimento diminui para 4 cm (1.6 in) por ano após a maturação. A expectativa de vida é de pelo menos 12 anos.

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Estilo de vida

Relationship with Humans

Inofensivo para os seres humanos, é capturado incidentalmente pela pesca com rede de emalhar e espinhel em toda a sua extensão. A carne é vendida fresca, congelada ou seca e salgada. Além disso, as barbatanas secas são exportadas para uso na sopa de barbatana de tubarão, o óleo de fígado e a cartilagem são usados medicinalmente e a carcaça é transformada em farinha de peixe. Em 2006, a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN) avaliou esta espécie, incluindo populações do Pacífico agora separadas como C. cerdale, como deficiente de dados devido à falta de dados de pesca. Em Trindade, sua abundância o torna o tubarão economicamente mais importante. Ao largo do norte do Brasil, números são capturados pela pesca com redes de emalhar direcionada a Scomberomorus brasiliensis. Na década de 1980, esta espécie constituía cerca de 43% da captura de elasmobrânquios (Elasmobranchii; os tubarões e raias), mas desde então diminuiu para cerca de 17%. Acredita-se que esse declínio aparente tenha resultado do aumento da pesca, da grande proporção de juvenis capturados e da baixa taxa de reprodução do tubarão. Consequentemente, a UICN avaliou o cação-azeiteiro no Brasil como vulnerável e observou a necessidade urgente de medidas de conservação, uma vez que o norte do Brasil representa o centro de distribuição da espécie. Embora o cação-azeiteiro tenha sido ostensivamente protegido por inclusão na Lista Oficial de Animais Ameaçados de Extinção de 2004 no Brasil, a pesca permanece efetivamente sem manejo.

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No Brasil, em 2005, a espécie foi classificada como vulnerável na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo; em 2007, como vulnerável na Lista de espécies de flora e fauna ameaçadas de extinção do Estado do Pará; em 2010, sob a rubrica de "dados insuficientes" no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná; em 2014, sob a rubrica de "dados insuficientes" no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo e criticamente em perigo no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); em 2017, como vulnerável na Lista Oficial das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção do Estado da Bahia; e em 2018, como criticamente em perigo na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do ICMBio.

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Referências

1. Cação-azeiteiro artigo na Wikipédia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Ca%C3%A7%C3%A3o-azeiteiro
2. Cação-azeiteirono site da Lista Vermelha da IUCN - https://www.iucnredlist.org/species/144136822/3094594

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