Baleia-jubarte

Baleia-jubarte

Jubarte, Baleia-corcunda, Baleia-cantora, Baleia-corcova, Baleia-de-corcova, Baleia-de-bossas,, Baleia-preta, Baleia-xibarte

Reino
Filo
Subfilo
Classe
Infraordem
Família
Género
Espécies
Megaptera novaeangliae
Tamanho da população
60,000
Vida útil
100 years
Velocidade máxima
17
11
km/hmph
km/h mph 
Peso
25-30
55115.5-66138.6
tlbs
t lbs 
Comprimento
13-16
42.7-52.5
mft
m ft 

A jubarte ou baleia-jubarte (nome científico: Megaptera novaeangliae), também conhecida como baleia-corcunda, baleia-cantora, baleia-corcova, baleia-de-corcova, baleia-de-bossas, baleia-preta ou baleia-xibarte é um mamífero marinho presente na maioria dos oceanos. Ela é da ordem dos cetartiodáctilos (Cetartiodactyla), subordem dos cetáceos e infraordem dos misticetos (Mysticeti). É uma das maiores espécies de balenopterídeos (Balaenopteridae) ou rorquais. Quando salta, elevando seu corpo quase completamente para fora d’água, por alguns segundos ela parece querer vencer a gravidade e alçar voo. Neste momento, suas longas nadadeiras peitorais, que chegam a medir até 1/3 de seu comprimento total, poderiam ser comparadas às asas de um pássaro. Esta é a origem do nome Megaptera, que em grego antigo significa "grandes asas", enquanto novaeangliae fala do primeiro local onde foi registrada a espécie, Nova Inglaterra. É conhecida por seus comportamentos aéreos e outros mais realizados na superfície, o que as torna popular no turismo de observação de baleias. Machos produzem cantos complexos que duram de 10 a 20 minutos com a finalidade de atrair as fêmeas para acasalar. As baleias vivem na água apesar de não terem guelras, porque evoluíram há milhões de anos a partir de ancestrais que viviam na terra. Sua evolução está amplamente documentada no registro fóssil.

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Baleias-jubarte migram mais de 25 mil quilômetros a cada ano das áreas de alimentação para as de reprodução, e geralmente nadam a uma velocidade de 27,7 km/h. Todas as populações são migratórias, à exceção de uma, que habita o Mar da Arábia, principalmente as águas de Omã. Elas só se alimentam no verão em águas polares e migram para os trópicos e sub trópicos para acasalar e ter seus filhotes no inverno e primavera. Sua dieta consiste de krill e peixes pequenos. Jubartes têm um vasto repertório de estratégias de pesca, incluindo a técnica de redes de bolhas. Ao contrário de outros mamíferos, as baleias não têm nariz. Em vez disso, eles têm espiráculos (como narinas) no topo de suas cabeças. Os espiráculos são compostos de músculos que mantêm os buracos fechados quando as baleias estão submersas e abertas quando o animal está na superfície e precisa respirar.

Como as outras grandes baleias, essa espécie foi ameaçada pela caça industrial. Elas foram caçadas até a beira da extinção quando as populações foram reduzidas em 90% antes da moratória de 1966. As estimativas do número de indivíduos é em cerca de 80 mil exemplares. Atualmente, a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) considera o estado de conservação da baleia jubarte como pouco preocupante. Este resultado se deve às grandes e significantes ações conservacionistas em todo o mundo. Mesmo com o fim da caça comercial, as baleias ainda sofrem com várias ameaças: emalhamento em redes de pesca, colisão com embarcações, encalhamento em praias e poluições.

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An

Animais diurnos

An

Animais carnívoros

Pi

Piscívoro

Pl

Planctonófago

An

Animais aquáticos

An

Animais precoces

Pr

Predador

Na

Natatorial

Te

Territorial

Vi

Vivíparo

Po

Poliginia

An

Animais sociais

Mi

Migratório

H

Começa por

Vi

Viajantes
(Coleção)

Aparência

Assim como todos os cetáceos, as jubartes possuem os todos os órgãos internalizados. As jubarte são reconhecidas facilmente devido a várias características peculiares como seu corpo atarracado, corcunda óbvia, coloração dorsal e nadadeiras peitorais longas. Suas nadadeiras apresentam manchas pretas e brancas e podem alcançar até um terço do comprimento do corpo, sendo maior do que qualquer outra espécie de cetáceo. Possuem a parte superior totalmente negra, parte inferior branca ou um pouco mais escura. Esse padrão de coloração, em que a parte superior é escura e a inferior é branca é chamado de Contra iluminação, e está presente em outros animais marinhos como orcas e tubarões. A cabeça e mandíbula inferior estão recobertas de pequenas protuberâncias características da espécie, chamadas de tubérculos, que na realidade são folículos pilosos. Ainda não se conhece qual a função destes pelos, mas se supõe que seja sensorial. Eles também produzem o que é chamado de "efeito tubérculo", melhorando a manobrabilidade das baleias na água da mesma forma que os ganchos na asa de uma coruja melhoram seu voo. No topo de sua cabeça, está o orifício respiratório, que exerce as mesmas funções das narinas, e permanece fechado durante todo o tempo em que o animal está submerso. Quando se aproxima da superfície este duplo orifício se abre e o ar quente é expelido com força pelos pulmões, condensando em contato com a atmosfera fria e formando uma nuvem de até três metros de gotículas de água. Estima-se que as jubartes possam permanecer até cerca de 30 minutos submersas, e alcançar mais de 600 metros de profundidade em seus mergulhos.

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Assim como os demais membros de sua família, possui sulcos ventrais de coloração branca que são pregas paralelas que se estendem da mandíbula até a região do umbigo, por isso são consideradas rorquais. Seu número pode variar de 14 a 35 (com uma média de 14 a 22) e permitem uma maior abertura da boca longa e arqueada, expandindo quando o animal se alimenta e contraindo quando expulsa a água para fora da boca. Para filtrar o alimento da água do mar, geralmente o krill, utiliza suas barbas, que são uma série de placas compostas de queratina que descem do céu da boca e filtram a água, retendo o alimento. Ao todo possui de 270 a 400 placas de barbas de cor escura em cada lado da boca. Próximo ao canto da boca estão localizados os olhos, que possuem uma boa capacidade visual tanto dentro como fora d’água. As baleias não possuem orelhas pois isto atrapalharia seu formato hidrodinâmico, mas elas possuem ouvidos que são minúsculos orifícios, com cerca de 30 centímetros atrás dos olhos. O tórax é protegido por 14 pares de costelas que abrigam o coração e os pulmões.

Entre machos e fêmeas, há pouco dimorfismo sexual, principalmente pelo fato de o pênis dos machos estar internalizado na fenda genital. A principal diferença entre os gêneros é que, na região ventral próximo ao pedúnculo caudal, as fêmeas possuem uma fenda genital que fica deslocada em direção à nadadeira caudal próxima à abertura do ânus, já nos machos a fenda está deslocada em direção ao abdômen, próxima à cicatriz do umbigo, onde terminam as pregas ventrais. As fêmeas também possuem glândulas mamárias. A única outra diferença anatômica externamente visível entre machos e fêmeas é a presença de um lobo hemisférico na região urogenital das fêmeas, localizada logo após a porção posterior da fenda genital. Paralelas à fenda genital existem duas pequenas fendas onde estão localizadas as glândulas mamárias. As baleias parem normalmente a cada dois ou três anos e a gestação dura onze meses. É raro, mas certas fêmeas podem dar à luz dois anos seguidos. Os filhotes das jubartes nascem com a cauda para fora primeiro, ao invés da cabeça como nos outros mamíferos. Essa característica é comum em todos os cetáceos.

Os Cyamus boopis, que são popularmente conhecidos como Piolhos de Baleias (Embora sejam crustáceos), são comumente encontrados nas Jubartes. Eles possuem um corpo achatado, fortes garras para se segurarem na baleia, olhos pequenos e uma boca modificada. Costumam se alojar nas fendas genitais, nos orifícios respiratórios e em feridas abertas. Provavelmente os saltos das baleias, além de impressionar as fêmeas e afastar os machos, servem também para remover o excesso desses parasitas. Como acompanhantes das baleias jubarte que não podem ser verdadeiramente classificados de parasitas, estão peixes como as rêmoras, que aderem temporariamente à pele da baleia, economizando a energia da natação por longas distâncias. Às vezes outros peixes seguem as jubartes, alimentando-se de fragmentos de pele escamada, algas ou dos próprios parasitas aderidos ao corpo da baleia.

A pele é relativamente fina para um animal de seu tamanho, possuindo menos de um centímetro de espessura. Aderidas na superfície da epiderme podemos encontrar as cracas. Na região dorsal a pele é de coloração preta, enquanto na região abdominal é variável, sendo preta em algumas regiões e branca em outras. Logo abaixo, está uma espessa camada de gordura que serve como um isolante térmico para protegê-las do frio das águas e como uma reserva de energia. Esta camada pode medir mais de 15 centímetros de espessura.

A salinidade (osmolaridade) do sangue da baleia é menor que a água do mar. O excesso de sais ingeridos na alimentação é eliminado pela urina, que é abundante. Porém devem evitar perda de água, o que não é difícil já que não possuem glândulas sudoríparas e o ar inalado é bastante saturado de vapor de água. Os rins são divididos em rentículos que atuam individualmente como se fossem um rim completo, fazendo a eliminação de sais ser mais eficiente. Foi Irving em 1935 que descobriu que durante o mergulho ocorria uma redistribuição do fluxo sanguíneo- circulação diferencial. Durante o mergulho o sangue oxigenado é reservado para irrigar o coração e o cérebro, os outros órgãos, músculos e a pele deixam praticamente de receber sangue. Nos cetáceos existe uma relação volume sanguíneo/peso corporal maior, além de haver maior quantidades de hemoglobina e mioglobina, pigmentos captadores de oxigênio, que permite ao animal ficar submerso por mais tempo. Os cetáceos também tem capacidade de passar do metabolismo aeróbico para o anaeróbico, a tolerância a essas substâncias resultantes também é maior comparada a outros mamíferos. A ventilação nos cetáceos é muito eficaz, na superfície respirando, eles chegam a renovar 85 a 90% do ar de seus pulmões, taxa essa que nos mamíferos terrestre é de apenas 5-15%. Outra adaptação ao mergulho é a intricada rede de vasos sanguíneos a qual envolve a coluna, a base do cérebro, o globo ocular, tórax e costelas, funcionando como “almofadões” para conter as mudanças de pressão. Também regulam o fluxo sanguíneo na circulação diferencial. As mudanças de pressão também afetam o ouvido médio, ao seu redor existe cavidades preenchidas com uma substância que lembra uma espuma, rodeado por plexo venoso, onde se aumenta ou diminui o fluxo sanguíneo para se equilibrar as pressões durante o mergulho.

Os machos totalmente crescidos têm em média 13–14 metros (43–46 pés). As fêmeas são ligeiramente maiores, com 15–16 metros (49–52 pés); um grande espécime registrado tinha 19 metros (62 pés) de comprimento e barbatanas peitorais medindo 6 metros (20 pés) cada. A maior jubarte registrada, de acordo com os registros da caça às baleias, foi uma fêmea morta no Caribe; tinha 27 metros (89 pés) de comprimento com um peso de 90 toneladas métricas (99 toneladas curtas), embora a confiabilidade desses dados extremamente atípicos seja impossível de confirmar. Os maiores exemplares medidos pelos cientistas do Comitê de Descoberta foram um macho e uma fêmea de 14,9 e 14,75 metros (48,9 e 48,4 pés), respectivamente, embora isso estivesse fora de um tamanho de amostra de apenas 63 baleias. A massa corporal normalmente está na faixa de 25-30 toneladas métricas (28-33 toneladas curtas), com grandes espécimes pesando mais de 40 toneladas métricas (44 toneladas curtas).

Os padrões variados na cauda permitem distinguir os espécimes. A identificação é feita comparando a quantidade as marcas negras e brancas e cicatrizes na cauda. As jubarte recebem um número de catálogo. Um estudo usando dados de 1973 a 1998 em baleias no Atlântico Norte deu aos pesquisadores informações detalhadas sobre os tempos de gestação, taxas de crescimento e períodos de parto, além de permitir previsões populacionais mais precisas ao simular a técnica de marcação-liberação-recaptura. Um catálogo fotográfico de todas as baleias do Atlântico Norte conhecidas foi desenvolvido durante este período e é mantido pelo College of the Atlantic.

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Vídeo

Distribuição

Geografia

Mares

As jubartes habitam todos os principais oceanos, em uma ampla faixa que vai da borda do gelo da Antártica até a latitude 81° N. As quatro populações globais reconhecidas são as do Pacífico Norte, Atlântico, Oceano Antártico e Oceano Índico. Essas populações são distintas. Embora a espécie tenha distribuição cosmopolita e geralmente não seja considerada como cruzando a linha do equador, observações sazonais em Cabo Verde sugerem possíveis interações entre as populações de ambos os hemisférios. Com exceção do grupo do mar da Arábia, presenças durante todo o ano foram confirmadas entre águas britânicas e norueguesas. Partes de áreas de invernada ao redor do globo foram mal estudadas ou não foram detectadas, como em torno das ilhas Picárnia, ilhas Marianas Setentrionais (por exemplo, Marpi e recifes CK nas proximidades de Saipã), ilhas Vulcano, baía de Pesalengue, Trindade e Martim Vaz, Maurícia e Aldabra.

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As baleias já foram incomuns no Mediterrâneo e no mar Báltico, mas aumentaram sua presença em ambos à medida que as populações globais se recuperavam. Aumentos recentes na bacia do Mediterrâneo, incluindo avistamentos, indicam que mais baleias podem migrar para o mar interior no futuro, não apenas para o inverno, mas também para se alimentar. As jubartes também estão mostrando sinais de se expandir novamente em faixas anteriores, como Escócia, Escagerraque e Categate, bem como fiordes escandinavos como Kvænangen, onde não eram observadas há décadas.

No Atlântico Norte, as áreas de alimentação variam da Escandinávia à Nova Inglaterra. A reprodução ocorre no Caribe e em Cabo Verde. Nos oceanos Atlântico Sul e Índico, podem se reproduzir no Brasil, bem como nas costas do centro, sul e sudeste da África (incluindo Madagascar). Visitas de baleias ao interior do Brasil. As visitas de baleias ao golfo do México têm sido raras, mas ocorreram no golfo historicamente. No Atlântico Sul, cerca de 10% da população mundial da espécie possivelmente migra para o golfo da Guiné. A comparação das canções entre as do cabo Lopes e do arquipélago de Abrolhos indicam que ocorrem misturas transatlânticas entre as populações do oeste e do sudeste. No Brasil, pesquisas aéreas mostraram que sua distribuição nas águas da costa é registrada do Rio Grande do Sul até o Piauí, sendo que o Abrolhos, na Bahia, é o maior habitat de reprodução da espécie no Atlântico Sul Ocidental.

Uma grande população se espalha pelas ilhas havaianas a cada inverno, variando da ilha do Havaí, no sul, até a ilha Kure, no norte. Esses animais se alimentam em áreas que vão desde a costa da Califórnia até o mar de Beringue. As jubartes foram observadas pela primeira vez em águas havaianas em meados do século XIX e podem ter ganhado domínio sobre as baleias-francas-do-pacífico-norte, já que as baleias-francas foram caçadas até quase a extinção. Um estudo de 2007 identificou sete indivíduos que passavam o inverno na costa do Pacífico da Costa Rica como tendo viajado da Antártica - cerca de 8 300 quilômetros (5 200 milhas). Identificados por seus padrões únicos de cauda, esses animais fizeram a migração de mamíferos mais longa documentada. Na Austrália, duas populações migratórias principais foram identificadas, nas costas oeste e leste. Essas duas populações são distintas, com apenas algumas fêmeas em cada geração cruzando os dois grupos.

No Panamá e na Costa Rica, vêm tanto do hemisfério sul (julho a outubro com mais de 2 000 baleias) quanto do hemisfério norte (dezembro a março totalizando cerca de 300). Alguns habitats em recolonização são confirmados, especialmente no Atlântico Norte e Sul (por exemplo, costas inglesas e irlandesas, Canal da Mancha) para costas no norte, como o mar do Norte e o mar Frísio, onde o primeiro avistamento confirmado desde 1755 foi feito em 2003, o Pacífico Sul (por exemplo, costas da Nova Zelândia e Niue), as ilhas pelágicas do Chile como Sala y Gómez e Páscoa, onde as possibilidades de áreas de inverno não documentadas foram consideradas, os fiordes ao sul do Chile e do Peru (por exemplo, golfo de Penas, estreito de Magalhães, canal de Beagle) e na Ásia, como nas Filipinas, ilhas Babuyan, Cagayan (a primeira mortalidade moderna da espécie no país foi em 2007 ), Calayan e baía de Pasalengue, as ilhas Riuquiu, as Ilhas Volcano no Japão e as ilhas Marianas do Norte recentemente tornaram-se novamente estáveis / crescentes áreas de inverno, enquanto as ilhas Marshall, e as costas do Vietnã, Taiuã e China mostram uma recuperação lenta ou nenhuma recuperação óbvia. Em 2020, uma baleia foi vista vagando no rio São Lourenço em Montreal e um Migaloo (espécime albino) em águas australianas.

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Baleia-jubarte Mapa do habitat
Baleia-jubarte Mapa do habitat
Baleia-jubarte
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Hábitos e estilo de vida

De todas as grandes espécies de baleias, as jubartes são as mais animadas e acrobáticas. Elas viajam sozinhas ou em pequenos grupos chamados de vagens de duas a três baleias. Para se comunicar, as baleias tocam as barbatanas umas com as outras, vocalizam e batem as barbatanas na água. A vida útil dos rorquais varia de 45 a 100 anos. As jubartes fêmeas tornam-se sexualmente maduras aos cinco anos de idade, enquanto os machos amadurecem por volta dos sete anos de idade. A região ao redor do arquipélago de Abrolhos parece ser um local bastante apropriado para as fêmeas e suas crias: em nenhum lugar do mundo tem-se uma concentração tão grande de filhotes - quase 50% dos grupos de baleias avistados. Durante as observações de ponto fixo na costa baiana e os cruzeiros de pesquisa no Brasil, as jubartes são avistadas realizando comportamentos como a natação (deslocamento em uma única direção), milling (movimentação sem uma direção definida), batida de cabeça (impulsiona a parte dianteira para fora da água horizontalmente e acaba por chocar a parte inferior da sua cabeça na água), repouso (boiadas na superfície) e comportamento ativo, igualmente observados em outras áreas de reprodução. A exposição caudal parada se caracteriza-se pela exposição da nadadeira caudal acima da superfície da água. A baleia posiciona-se por até 15 minutos de cabeça para baixo, somente com a cauda e, às vezes, parte do pedúnculo acima da superfície do oceano. Depois desse período, voltam à posição horizontal, normalmente permanecendo em repouso, boiando e respirando algumas vezes em intervalos curtos para logo em seguida repetir o comportamento.

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Existem várias hipóteses para explicar o salto das jubartes. O som provocado pelo impacto do corpo da baleia na água pode representar uma estratégia de comunicação – uma forma de chamar a atenção de outros indivíduos ou grupos - ou talvez um macho se exibindo às fêmeas ou desafiando outros machos. O salto também pode constituir uma forma de eliminar parasitas e cracas que ficam aderidas ao corpo da baleia, ou ainda uma oportunidade de observar o que acontece sobre a superfície. Nos grupos de fêmeas com filhote, este comportamento provavelmente possui um significado diferente: durante muitas observações normalmente é o filhote quem inicia uma série de saltos, logo seguidos pela mãe e algumas vezes sincronizados com ela. Outro comportamento relatado é o chamado spyhop. Nele, a baleia-jubarte coloca a cabeça para o lado de fora da água verticalmente até passar um pouco mais da altura do olho, dando a entender que a baleia coloca o olho do lado de fora da água para "espiar" o que está na superfície.

Encontros recentes entre baleias jubarte e golfinhos mostram o lado brincalhão e divertido dessas interações. Em dois locais diferentes no Havaí, cientistas observaram golfinhos montando nas cabeças das baleias. As baleias levantavam os golfinhos para cima e para fora da água, e então eles deslizavam de volta para baixo. As duas espécies parecem cooperar entre si e não apresentam sinais de agressão ou sofrimento. Aparentemente, uma atividade social divertida como essa é extremamente rara entre as espécies. Já nas águas havaianas a interação parece mais comum, pois baleias e golfinhos foram vistos juntos mais de uma vez. Os golfinhos também parecem se dar bem com outras espécies de baleias. Em maio de 2021, o grupo de biólogos Far Out Ocean Research descobriu uma mãe golfinho-nariz-de-garrafa que adotou um filhote de baleia-piloto na costa da Nova Zelândia.

A organização social das baleias-jubarte é caracterizada por grupos pequenos e associações breves, com ocorrência comum de indivíduos sozinhos, duplas e trios. As associações estáveis em pares também, geralmente, são formadas por fêmea e filhote, que podem permanecer juntos por até três anos. Os agrupamentos são mais estáveis no verão, quando cooperam entre si para fins alimentares. Já nas áreas de reprodução no inverno, grupos maiores e não duradouros são observados em associação com demonstrações de competição sexual agressiva entre machos por uma fêmea que servem para estabelecer as relações dominantes entre os machos. Caracterizados por serem ativos e com vários comportamentos aéreos, grupos competitivos são constituídos por dois a vinte machos e um animal nuclear, que é uma fêmea em estro ou pré-estro e pode ou não estar amamentando um filhote. Análises genéticas de paternidade mostram que fêmeas acasalam com vários machos.

As jubartes são amigáveis e interagem com outros cetáceos, como os golfinhos-nariz-de-garrafa (Tursiops). As baleias-francas interagem com as jubarte. Esses comportamentos foram registrados em todos os oceanos. Registros de jubartes e francas-austrais demonstrando o que foram interpretados como comportamentos de acasalamento, foram documentados ao largo do Moçambique e nas costas brasileiras. As jubartes aparecem em grupos mistos com outras espécies, como as baleias-azul, comum, minke, cinzenta e cachalote. A interação com as baleias-cinzenta, comum e franca foi observada. Equipes de pesquisadores observaram uma jubarte macho cantando um tipo desconhecido de música e se aproximando de uma comum em Rarotonga em 2014. Um indivíduo foi observado brincando com um golfinho-nariz-de-garrafa em águas havaianas. Incidentes de jubartes protegendo outros animais, como focas e outras baleias contra orcas foram documentados e filmados. Estudos de tais incidentes indicam que o fenômeno é amplo e global, com incidentes sendo registrados em vários locais em todo o mundo. Em setembro de 2017, em Rarotonga, nas ilhas Cook, a mergulhadora e bióloga de baleias Nan Hauser relatou que duas jubartes adultas a protegeram de um tubarão-tigre de 4,5 metros (15 pés), com uma baleia empurrando-a para longe do tubarão enquanto a outra usava seu cauda para bloquear os avanços do tubarão.

Os padrões migratórios e as interações sociais foram explorados na década de 1960, e por estudos posteriores em 1971. Calambokidis et al. forneceu a "primeira avaliação quantitativa da estrutura migratória das baleias-jubarte em toda a bacia do Pacífico Norte."

O encalhamento de baleias jubartes é relativamente comum, pois esses animais costumam chegar bem perto da costa. Na maioria dos casos, elas já chegam mortas na areia, sendo levadas pelas marés e correntes. No caso das baleias vivas que encalham, isso pode acontecer devido a inúmeros fatores, como a velhice, doenças ou um erro de navegação por parte desses cetáceos. Além dos fatores naturais, os ruídos subaquáticos produzidos pelo homem também podem deixar esses animais desorientados. Embora as baleias respirem ar, o encalhamento as prejudica muito, pois elas podem passar por hipertermia, uma vez que seus corpos ficam grande parte do tempo submersos. Baleias encalhadas podem sobreviver, se equipes de veterinários e biólogos forem rapidamente acionadas. Não é recomendado que pessoas com pouco ou nenhum conhecimento sobre esses animais tentem devolvê-los ao mar por conta própria, pois isso pode machucar a baleia. As autoridades também recomendam não tocar em baleias mortas devido o fenômeno de explosão, causado pelo acúmulo de gases no interior do organismo da baleia.

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Comportamento sazonal

Dieta e nutrição

A espécie alimenta-se exclusivamente durante o verão e vive de suas reservas de gordura durante o inverno. É um predador ativo que caça krill, copépodes e peixes em cardumes, como arenque (Clupea harengus), salmão, carapau (Scomber scombrus), escamudo (Pollachius virens) e arinca (Melanogrammus aeglefinus).

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A baleia-jubarte tem o mais diversificado repertório de métodos alimentícios de todas as baleias. Sem dúvida a técnica de pesca mais original da jubarte é a de rede de bolhas: várias baleias formam um grupo que cerca o cardume por baixo e expulsam o ar de seus pulmões, formando uma rede de bolhas que vão forçando o cardume a se concentrar e subir para a superfície. Esta cortina de bolhas serve também para esconder visualmente as baleias até o ataque final, quando estas sobem com a boca aberta, filtrando milhares de krills e peixes na barbatana, expelindo a água salgada e engolindo de vez.

O diâmetro da rede de bolhas pode alcançar 30 metros e precisar da colaboração de 12 indivíduos. Algumas baleias assumem a tarefa de criar as bolhas, ao emitir sons, expulsando o ar através de seus espiráculos, e outras mergulham mais em direção ao fundo para forçar os peixes na direção da superfície. É possivelmente o exemplo mais espetacular de colaboração entre mamíferos marinhos, além de ser um comportamento relativamente raro de se observar na natureza. Esse evento é uma das poucas vezes onde pode ver-se jubartes em um grande número, e é mais usado em locais de alimentação como na Antártica, onde o Krill é bem comum.

Embora não se saiba o quanto eles bebem, as baleias são capazes de beber água do mar porque têm rins especializados para processar o sal, que é excretado na urina. Embora possam beber água salgada, acredita-se que as baleias obtêm a maior parte da água de que precisam de suas presas - que incluem peixes, krill e copépodes. À medida que a baleia processa a presa, ela extrai água. Além disso, as baleias precisam de menos água do que nós. Como vivem em um ambiente aquoso, perdem menos água para o ambiente do que um humano (ou seja, as baleias não suam como nós e perdem menos água quando expiram). As baleias também comem presas com teor de sal semelhante ao teor de sal no sangue, o que também faz com que precisem de menos água fresca.

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Hábitos de acasalamento

Comportamento de acasalamento

População

Ameaças à população

As baleias ainda sofrem ameaças, como colisão com embarcações, emalhamento em redes de pesca, poluição sonora e do mar. Como outros cetáceos, jubartes podem ser machucadas com o barulho excessivo, podendo causar feridas traumáticas nos ouvidos.

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Referências

1. Baleia-jubarte artigo na Wikipédia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Baleia-jubarte
2. Baleia-jubarteno site da Lista Vermelha da IUCN - http://www.iucnredlist.org/details/13006/0

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